Naqueles dias,
eram dias de maio
haviam manhãs e noites
que brincavam
Em ruas esguias, em ladeiras
ou em casas apinhadas ao longe
Meu par de olhos, virgens
a criança em mim, os pés sujos
O grito de minha mãe
no tique-taque acelerado
de um relógio que não para
de uma vontade que não se finda
E em nossas casas antigas
feitas de estuque e paciência
na esperança de que a noite seja breve
Deixei-me porém, em alguns instantes
os cotovelos sobre a mesa
lá fora o silêncio em pratos limpos
infinitos pensamentos, o guardanapo a boca
Findo o jantar, e durmo a contragosto.
Sou Mundos!
Chris