Fui eu quem ficou,
mesmo quando doía.
Quem segurou o peso,
enquanto você sorria.
Fui eu quem esperou sinais
em cada palavra que dizia nada.
Quem fingia não ver seus jogos
pra te manter sempre amada!
Você me olhou como quem ama,
mas agiu como quem brinca.
Virou sombra na cama,
e não quis entrar na briga.
Eu calei.
Engoli tudo: o orgulho, o grito, a raiva.
Porque homem que ama de verdade
sangra no silêncio… e ninguém grava.
Quando me afastei,
não foi por fraqueza — foi por salvação.
A mão que antes te segurava,
já tremia na nossa contradição.
Você voltou com o mesmo sorriso,
esse que engana, ilude e fascina.
Mas quem sangrou até a alma...
não se perde mais na tua rotina.
Então vai.
Segue tua peça, tua máscara ensaiada,
vende teu veneno, tua mentira bem falada.
Mas grava isso na cara dura:
não sou mais tua cura.
Até um homem que ama...
se liberta da tua lama.