Ele escondeu o sol da caveira
Desceu correndo uma grande ladeira
Levou duzentão o fardadão
Limpou a área para os alemãos
O nome dessa novela eu já conheço
Chama trinta tons de corrupção
E se eu dissesse quem tem fundamentação
Eles são inimigos, mas se portam feito irmãos
No repartir do pão da ilusão
O salário da morte é igualmente repassado
Do figurão ao capitão,
O dez que levou cinquentão
Ele gritou morte ao Estado
Mal sabia do que estava combinado
Nos lugares secretos, têm cofres alados
Pra ajuntar miolos que foram espalhados
Mais uma leva de jovens mortificados
Outro rosto em camisa sendo maqueado
Na realidade, está tudo conectado
Um grande esquema de doutores engravatados
Da decepção você é um soldado
Porque já está tudo dominado
Um grande teatro das mãos do diabo
Meu trízimo mal utilizado
Eles chamam de ideologia
Eu chamo de sacrifícios agendados
Tente dizer que estou errado
Com seu filho mais novo, no chão, estirado
Não era dele, mas foi sorteado
O que foi perdido não deveria ser achado
Não vai ter fim, não vai ser acabado
Porque o sistema precisa ser perpetuado
Acorde as seis, vá trabalhar
E quando chegar o dia da bala operar
Condenado já estarás,
Só resta no chão deitar e rezar
Derrama sangue, enxuga gelo
Só não mexe no bolso e na erva do banqueiro
Do professor ao vereador,
Lágrimas regando dor e desespero
Clientes do caos num rio em janeiro
A cara dele estava num prédio vermelho