Poemas : 

soneto: Teu Dedo

 
Open in new window
Teu Dedo

Eu não espero ser aquilo que escrevo,
palavras frias num pedaço de papel.
E não aponte contra mim o teu dedo,
pois até os demônios foram gerados no céu.

Este caos de minha alma é meu segredo,
escrevo nas entrelinhas com pincel
a maldição que me cerca — e sei, não devo
expô-la nas palavras sem algum véu.

Estar quebrado martiriza e dá medo,
traz para mim noite insone e sem sossego,
então, jogo minha alma a um amargo léu.

Nuvens escurecidas são o que eu vejo,
e a poesia é meu suporte, meu apego:
sou um cego que pede esmola sem chapéu.

Alexandre Montalvan

 
Autor
montalvan
Autor
 
Texto
Data
Leituras
41
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.