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sem pudor, amado ...

 
Tags:  poema amor    ogivas catedrais    portais Neptuno  
 
sem pudor
nem mácula
como água clara e límpida
que beija as margens magoadas de um ribeiro

gota a gota
boca a boca
vasos comunicantes
em cascatas clorofilinas de saliva
em hemofilias sanguíneas

as tuas mãos, audazes, envolver-me-ão
a cada final de tarde num terno véu
de sal
de seiva e liberdade


greda
forma difusa
ainda

obra imperfeita e inacabada
em progressão
no dilacerar d’horizontes em que se escorrem líquidos
lágrimas
ansiedades
mágoas
[e saudades]
sucumbiremos vivos em estradas rectilíneas de verdade.

sem pudor
nem mácula
abrir-se-ão em nós portais de Neptuno e ogivas de catedrais
e os nossos corpos até então, ímpios, regurgitarão
do sepulcro do tempo antigo, doutrinados
no fulgor sublimado de chama Olímpica

sem pudor, amado …


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Autor
Mel de Carvalho
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/05/2008 11:58  Atualizado: 19/05/2008 11:58
 Re: sem pudor, amado ... P/MEL DE CARVALHO
É MESMO ISSO AMIGA POETISA MEL, QUANDO SE AMA DE VERDADE NÃO HÁ QUE TER PUDOR DE NADA, POIS O AMOR É BELO E DEVE SER VIVIDO EM TODA SUA PLENITUDE, POIS ELE É COMO AS ÁGUAS LIMPIDAS, CRISTALINAS VOGANDO PARA O MAR.

ADOREI, UM ABRAÇO AMIGO

Enviado por Tópico
Luis F
Publicado: 19/05/2008 12:26  Atualizado: 19/05/2008 12:26
Colaborador
Usuário desde: 15/08/2007
Localidade: Alcochete
Mensagens: 1184
 Re: sem pudor, amado ...
Torna-se cada vez mais dificil comentar os teus poemas, dado à grande sensibilidade e beleza que as tuas palavras espelham.

Só posso dizer que me sinto honrado em ser teu amigo.

Bjs com amizade
Luis