Acabem as mordaças em seres calados
até perante a ofensa
qual animal que não pensa
por isso, são tão regrados
Acabem as vendas em olhos fechados
cegos para o que os rodeia
envoltos na cega teia
por isso, são tão regrados
Acabem as amarras em condenados
serviçais de corpo e alma
a quem a chicote acalma
por isso, são tão regrados
Acabem os tiques inúteis, estéreis
curros e guias de débeis
que nunca ousarão ir além
Acabem! Pois castram a nossa essência
e numa afronta à decência
reduzem-nos a ninguém.
Mário Margaride
Adoro a poesia. E tal como um pássaro, voo nas asas das palavras, no patamar do meu sentir, e das minhas emoções.