As cores da noite passam
sobre a fria neve, ao alvorecer,
mas no horizonte o amor floresce
quando a tarde há de morrer.
No entanto, ela
renasce quando voltar o amanhecer.
Porém, de tão triste e sofrida,
ela morre nesta poesia — ruptura —,
mas vive neste acaso curioso
do nascer desta aventura,
com toda a sua confluência,
ou quando houver uma noite
plenamente escura.
Os odores da noite
são das pétalas das flores da sala,
que ultrapassam a existência
e nos fazem perder a fala,
na desilusão de viver
sem ela. Talvez, logo, seja melhor
morrer.
Mas que a angústia seja breve
a cada passo mais perto da sepultura,
e no peito, lágrimas de ingênuas flores
neste vendaval de candura —
e o fim da noite e suas cores,
e o desfazer lento da tua figura.
Alexandre Montalvan