Poemas : 

Para Amazonas (130ª Poesia de um Canalha)

 
Quem se esconde aqui?
Sombras negras em pó
De punhal empunhado
Cravado no sonho Tupi
Sangrado o Sol sem dó
A correr no rio sagrado

O fogo humano ainda ali
A matar-te gado e gente
Faz estrada sem destino
O outro céu que esqueci
E se pintou tão diferente
Era belo e quase menino

Quem s'esconde de mim?
O mar que corre no peito
Estranhas vagas sem fim
De olhar infinito suspeito
A dor que me doía assim
A adormecer num defeito


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Benjamin Pó
Publicado: 28/07/2025 06:31  Atualizado: 28/07/2025 06:31
Administrador
Usuário desde: 02/10/2021
Localidade:
Mensagens: 829
 Re: Para Amazonas (130ª Poesia de um Canalha)
.
O teu poema deixou-me uma forte impressão, como se fosse uma fotografia de Sebastião Salgado:

"Sangrado o Sol sem dó
A correr no rio sagrado"

"Estranhas vagas sem fim
De olhar infinito suspeito"

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Enviado por Tópico
KaiiqueNascimentto
Publicado: 28/07/2025 07:25  Atualizado: 28/07/2025 07:25
Da casa!
Usuário desde: 23/09/2014
Localidade: Francisco Morato - SP
Mensagens: 418
 Re: Para Amazonas (130ª Poesia de um Canalha)
Tem algo nesse poema que parece vir de um passado esquecido, como se fosse um grito abafado da terra.
Curti demais a forma como você mistura dor histórica com sentimento pessoal — o “punhal no sonho Tupi” me pegou.
É como se a pergunta do começo ficasse ecoando até o fim.
Forte, sem forçar. Verdadeiro.
Escreve mais, irmão. Esse aqui ficou na pele cravado!


Abraços

Kaique Nascimento!