Enviado por | Tópico |
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Benjamin Pó | Publicado: 11/08/2025 19:31 Atualizado: 11/08/2025 21:28 |
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R. M. Rilke escreveu nas "Cartas a um Jovem Poeta" uma frase de que me lembro muitas vezes e que mais uma vez recordei no final da leitura do teu poema: "Entrar em si mesmo, não encontrar ninguém durante horas – eis o que se deve saber alcançar." Penso que a imagem do sertão que trazes para estes versos tem este sentido. Algo sublime que, ainda que intimide pelo seu tamanho "desmedido", tem uma grandiosidade que revela muito do que somos enquanto humanos. Já agora, parece haver um contexto histórico e social verídico nas primeiras quadras. Queres contextualizar para os leitores que não são brasileiros? Obrigado! |
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Enviado por | Tópico |
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AlexandreCosta | Publicado: 12/08/2025 16:43 Atualizado: 12/08/2025 16:43 |
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![]() se fossem terras que gerassem lucro, todos as quereriam, até matariam por elas!
Que seja a natureza a tomar posse e que floresça por lá! :) abraços |
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Enviado por | Tópico |
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Katz | Publicado: 13/08/2025 12:13 Atualizado: 13/08/2025 12:13 |
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![]() Olá Ricardo, quanto tempo não leio você! Mas me sinto um grande privilégio!
Que poesia vasta e silenciosa. Senti nela o cheiro seco do sertão, aquele calor que não é só do sol, mas também da ausência. É como se sua poesia tivesse caminhado por uma terra que é corpo e memória ao mesmo tempo um lugar devolvido ao nada e, por isso mesmo, livre para ser tudo. Essas “terras de ninguém” me parecem também um coração que já foi ocupado e que hoje repousa, esperando um cultivo que talvez nunca venha, ou que só venha quando o tempo e o vento decidirem. As pedras no planalto, brilhando sob o sol, são como pequenas teimosias de beleza no meio da solidão e isso me enternece. E no fim, o caminhar “sem sobressalto” para um deserto desmedido é quase um voto de paz com o vazio. Aceitar o horizonte nu, sem cercas, sem donos, só o passo e o vento como companhia. É lindo demais, poder viajar em suas palavras! É um poema que fala de abandono, mas também de liberdade, aquela liberdade que às vezes dói, mas que abre o céu inteiro diante de nós. Muitos beijos Infinitos abraços Katz |
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