Eis-me em terra de ninguém,
Sinto-me travado…
Na ambiguidade de um passo
Que não sei para onde me leva.
Enfiado no meio deste deserto,
Onde a dor e o frio se abração,
Como duas bailarinas aladas,
Perfeitamente sincronizadas,
Na mais ínfima melodia,
Como que despertada,
Na paixão adormecida,
Para começar a colossal viagem,
Ao que parece sem retorno.
Pergunto-me a mim mesmo,
O que faço eu aqui?
Nada,
Nem ninguém me da respostas!
Sinto-me a fervilhar,
As minhas veias palpitam,
Quero gritar,
Como essas aves,
Que ao longe gritam,
Feridas,
Por feridas,
Que nunca mais saram.
São aves que gritam por socorro,
São aves que me pedem ajuda,
Mas que eu posso fazer,
Se também estou ferido.
O mais que posso fazer,
É juntar-me ao bando,
E ir-me com elas,
Arrastando,
Ao sabor do vento,
Por esta estrada da vida.
Diogo Cosmo ∞
Lisboa, (…teca)
14:42 16-09-2025
DIOGO Cosmo ♾