Soneto da Desilusão
Abri-me a ti, com fé tão descuidada,
segredos meus em ti depositei;
mas cedo vi quão vã foi a jornada,
e em erro fundo a vida entreguei.
Do coração vertia a dor calada,
nas sombras frias onde me perdi;
busquei nos olhos luz tão esperada,
mas só maldade e engano descobri.
Se a dor me pesa e a fé se desfalece,
renuncio ao ardor que me consome,
cansado da esperança que padece.
Agora sigo só, sem ter teu nome;
na solidão meu passo se enriquece,
pois nada resta, além do próprio homem
C.H.A.F.