Pobre cego chora, lembrando de outrora,
Quando a luz suave invadia o seu ser;
No peito só trevas procuram viver,
E a dor silenciosa em seu peito mora.
Recorda o fulgor que nos olhos aflora,
Lembrança de um dia que insiste em nascer;
Mas sombra se ergue e procura vencer,
Cobrindo de névoa a esperança que implora.
Contudo, na mente, um fio ainda arde,
Vislumbre de sol que resiste ao sofrer,
Trazendo à existência uma nova verdade.
Se um passo se arrisca, o caminho há de ter;
A noite recua, o abismo se parte,
E a vida renasce com força de crer.
C.H.A.F.