Da folha dum poema faço um sudário,
Já tive berço e lar e promontório,
Na certeza de nenhum verso inglório,
Detenho o mundo real e imaginário.
Fui aos infernos, subi ao calvário,
Rebusquei-me e deixei-me ser simplório,
O bom soube sempre que era ilusório,
Se acharem fácil, leiam-me ao contrário.
Musa da escrita bela, quando vens?
Vislumbro papéis nas bocas dos cães,
Não tardes mais, que é tarde e o breu expia…
O meu riso é pranto de pobre mães,
Que embalam filhos doentes noite e dia,
Na solidão da tua companhia.
13 de Maio de 2011