Poemas : 

Salvo erro

 
Tags:  Namastibet    Joel Matos  
 
Salvo erro
 






Salvo erro


Quantos Césares fui nem sei,
Salvo erro mais de cem,
Sonhei-me dono dum Império
E esse ruiu também, furriel

Taberneiro, nos dois ramos
Sempre de baixa magistratura,
Nada que se compare á claro
A monarca do "Reino da Fala",

Se a memória não me falha,
Estandarte azul particular,
Peculiar o meu caso por rever,
Desamor ao próximo, falo alto,

Vejo o mundo com olhos
De barata gigante, estranha
Ciência, existir que m'esmaga
Sinto a realidade um sonho,

Ou a imaginação cortada
À faca, "half awake half gone"
E até esta me deixou, foi-se
Salvo erro Irlanda,

Onde a dor é bem mais antiga.
Quantos Césares fui nem sei,
Ainda outro dia os contei,
Eram ou foram mais de cem,

Não sei se me alegre,
Ou se me entristeço,
Digo a mim próprio que minto
E essa mentira fica a sós comigo,

No mesmo labirinto, com a mesma
Raiz, o mesmo barro,
Nem por isso menos claro nem
Mais raro, tudo quanto digo

Me diz quem, o que fui desenterrar,
Ironia - como já disse, não leio,
Ouço sem ver, vejo sem ouvir,
Isto salvo erro, sou eu a pensar,

De mim pra mim, comigo.







Joel Matos 25 Outubro 20/25

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
https://joel-matos.blogspot.com






Jorge Santos/Joel Matos


 
Autor
namastibet
 
Texto
Data
Leituras
49
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
10 pontos
0
1
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.