
Sou um misto de sensações,
Aquilo que de mim se vai separando,
Não é a vontade pródiga mas algo
Que, sendo humano raso dificilmente
Percebo, facilmente me faz medo,
Parte do que sou é isso, contraditório
Incompreensível até pra mim mesmo,
Assim como que numa República intima,
Que não sendo de verdade é claro,
Claramente sinto perca d'algum pedaço,
Daquilo que é apenas textura, cal
Cimento, pele e osso entre eu e eu,
Parte sólida física e parte mística pura,
Não sendo humano talvez aquilo que sinta
Sinto ser um misto de leais sensações,
Que me completam e relacionam com
O sacerdócio da mortalidade, o caminho
Que me vai separar de mim mesmo,
que não posso quebrar, interromper
No futuro que há de seguir, não me
Faz medo o medo que é meu vizinho
Do lado, há que seguir mesmo sem ver
Deste mundo o mundo enorme, bem maior
Que este, supremo oculto gelado rio, assim
Se tempera o aço numa espada, a frio.
Joel Matos 23 outubro 20/25
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Jorge Santos/Joel Matos
(Arte é panfleto, manifesto, não venho para que me apreciem, prefiro e apelo que me detestem, a arte nasce do grotesco, do protesto e não do falso aval)