A CASA DO MEU AMOR
Bananeiras no quintal,
Jabuticabeira em flor…
No jardim, um roseiral:
A casa do meu amor.
Uma porta e uma janela
Sempre abertas, sem pudor.
Ecoa ais de minha bela
A casa do meu amor.
Duas águas e varanda,
D'onde mira o sol se pôr.
N'alta serra, feliz se anda
À casa do meu amor.
N'essa vida retirada,
Quão mais simples mais valor.
Onde a paz fez a morada?
Na casa do meu amor!
Se tudo ali mais doce é,
Toda tarde tem sabor
De quitandas com café…
Em casa do meu amor.
Modorrenta, pede dengo
Languescida de torpor.
Eu me abandono molengo
Na casa do meu amor.
Sua alcova, por dossel,
Cortinado furta-cor…
Uma estrada para o céu
A casa do meu amor.
A sonhar entre lençóis,
Lembre-se do meu calor:
Um sorriso de mil sóis
Na casa do meu amor!
Passo em frente, para vê-la,
– Tantas vezes? Quantas for! –
Namoradeira… À janela
Da casa do meu amor.
Lá, não se nota estranheza...
Não se rima amor com dor.
Não se fala de tristeza,
Na casa do meu amor
Mas, se eu lhe faltar em vir,
Venham a ela em meu favor
Tais versos, por lhe sorrir,
À casa do meu amor.
Betim - 20 10 2010
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.