Eu amo a sua cara amassada,
mas eu não amo você.
Eu amo o seu cabelo alisado,
mas eu não amo você.
Eu amo o seu nariz grande e empinado,
mas eu não amo você.
Eu amo o seu lábio fino e molhado,
mas eu não amo você.
Eu amo a sua cueca apertada,
o seu jeito arrogante, o seu ar indiferente…
Mas eu não amo você.
Eu amo os seus bichos, a sua paternidade, o seu vazio existencial;
amo a sua cor preferida, a cor do teu carro,
a sua pele pálida, a sua altura.
Amo até o lixo que você come pra ser essa merda que é.
Mas eu não amo você!
Eu amo até a sua pila;
a forma como você se mexe;
a sua falta de bunda;
as posições sexuais limitadas
que você gosta de colocar em prática…
Mas eu não amo você!
Meu bem, você me tira do sério,
não me deixa dormir,
não sai da minha mente.
Tenho aqui um catálogo de carnes,
e não quero ninguém.
Mas, olhe bem — já te disse:
eu não amo você.
Pois bem: já que eu não te amo,
já que você não me ama,
vá lá fazer morada em outra.
Me liberta do teu desamor.
Pois, sim…
Eu não…
Amo você?!