Poemas : 

Pai José - Sr. Badi - XVIX

 
XVIX
Sr. Badi ...

Era a manhã de segunda-feira; um sol lindo. Acordei cedo. Banhei-me no banheiro do quintal depois vesti-me minha melhor roupa e sai muito feliz e contente. Eu ia pegar o meu dinheiro que deixei gurdado nas mãos do Sr. Badi. Subi a ladeira da Avenida Magalhães de Almeida. Os vendedores ambulantes colocavam seus produtos nas bancas. Os funcionários em frente às lojas, esperando o horário de abertura. Na Praça do Carmo, os motoristas de taxi esperavam os clientes lendo os jornais. A Rua Grande ainda estava deserta. Ao passar pela Igreja de Nossa Senhora do Carmo, fiz o sinal da cruz. Atravessei a Rua de São João, e passei perto da estátua do senador João Lisboa em frente aos Correios, depois entrei na Rua do Sol. Contornei na esquina da antiga Faculdade de Direito e saí perto da Fonte do Ribeirão. O Sr. Badi morava na terceira casa na Rua do Ribeirão, que vai para a Avenida Beira-Mar. Sua fachada de quatro janelas e uma porta no meio. Bati na aldrava na entrada. Uma janela abriu e uma cabeça apareceu: - "Olá Sr. Joseph? o que você quer?” Perguntou a simpatica empregada do Sr. Badi - "Olá, Senhora, poderei falar com o Sr. Badi, por favor? " "Um momento, senhor", falou fechando a janela. Poucos minutos depois, ouço o som da chave na porta. - "Entre!” convidou-me , abrindo uma das portas. Fez sinal para segui-la em um pequeno corredor até uma sala. O Sr. Badi está sentado no sofá fumando o cachimbo pensativo. - "Seu. Badi?" - "O que é? Perguntou irritado com a nossa presença. "É seu Joseph", anunciou em voz baixa. - "Quem? Quem? " Ele começa a zangar. "Seu Joseph!” Ela murmura calmamente. - "O qual Joseph? " - "Joseph, seu amigo do mercado. " - "Ah! Tudo bem ... entre! Sente-se, Sr. Joseph! "Observou-me. "Como você está? " – “Está tudo bem. E senhor? " – “Oh eu, idade, doenças ... Meu filho é triste ser velho!” proferiu com um olhar distante. "Mas o que você quer nesta hora adiantada?" Inquiriu-me parcimoniamente . - "Eu vim pegar o dinheiro que eu dei para você me manter!” expliquei-lhe calmamente, olhando-o nos olhos. Ele de repente irritou-se, seu rosto sereno transformou-se numa mascara;Lançou-me um olhar furibundo e gritou. "Que dinheiro, meu filho? " - "Senhor, há seis meses deixei para o senhor guardar. " – “O quê? O quê?" Esbravejou com raiva derrubando o cachimbo da mesa . "Mas do que você está falando? " Senti uma dor no coração. - "”! Repeti impaciente. Levantou do sofá. "Meu filho, você nunca me deu dinheiro. Você está enganado! " – Alterei a voz , "Eu lhe dei meu dinheiro! Aqui, nesta sala, há seis meses para que guardasse" - "Você esta enganado, esta confundindo as coisas você nunca me deu nada!” olhando diretamente nos meus olhos. "Você esta errado”! E saiu da sala furiosamente. De repente queria estrangular esse velho patife. Mas não posso fazer nada. Não tenho testemunha dessa transação. Estou muito preocupado. O pagamento do meu aluguel estava vencendo e a Dona Honoria, a proprietária, ameaçou-me lançar minhas coisas na rua. Passei o dia inteiro nas ruas do centro, depois voltei para o quarto meia-noite.Entrei silenciosamente... Coloquei os meus quases nada numa mochila. Desci as escadas pé ante pé, uma pessoa estava parada perto da porta. Era a senhoria esperando seu filho chegar. Ela morava no térreo. Não falou nada e eu fui embora ... Subi até a esquina da Rua Afonso Pena. Era uma bela lua com um céu estrelado. Seguir para o Largo do Carmo e deitei no banco de madeira em frente à igreja ... dormi um pouco, mas fiquei assustado quando ouvi a conversa de dois ladrões que queriam roubar minha mochila. "O que você querem? Protestei com desconfiança e olhei furiosamente para eles. " Nada", respondeu um deles, e foram embora. Sentei-me e olhei para o grande relógio. Eram cinco horas da manhã. Eu estava com fome e com sede ... Fui até a Fonte de Ribeirão onde lavei o rosto e bebi um pouco de água. Encontrei uma lata de lixo com os restos de comida de um restaurante. E rapidamente comi alguns e guardei um pouco num para o almoço. Passei o dia no banco da Praça Benedito Leite ... O pior dias foram nos meses chuvosos. Dormia de pé esperando a hora da primeira Missa na Igreja do Carmo cochilava sentado no último banco perto da parede. Às vezes, um sacerdote italiano me dava uma xícara de café com pão. Virei mendigo, perdi a vergonha, dormia nos banco da praça da Praia Grande, tomando conhaque, fumando diamba com outros companheiros de infortúnios, pechiligando comida nos restaurantes da feira.Depois voltei para o Mercado. Grande Aqueles que me conheceram riam da minha desgraça. Mas com o tempo, as coisas melhoraram um pouco. Com muito esforço achei um carrinho de mão e fui trabalhar novamente como entregador. Eu tinha 27 anos. Fiz amizade com os vigias do mercado e eles me permitiram dormir por lá. As sextas-feiras vendia galinhas e galos nas ruas do centro que uns granjeiros me davam.


 
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efemero25
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