Poemas -> Reflexão : 

O direito do esquerdo

 
Não sei se é hábil ou dextro
aquilo a que tenho direito,
à esquerda que me empresto,
sinistro em conceito.

Dúvido para que lado me voltar
durante um sono leve,
ou para onde virar
no cruzamento desta estrada breve.

Tenho o direito à esquerda
e ao canhoto da carta selada,
não me perturba a desenvoltura nem a perda
e tudo a que tenho direito e a nada.

Está direito? Não está torto!
Vivo neste desconforto...
Que sinistro
tudo isto!

Como pólos atraentes
que me subtraem o colectivo,
as questões são dúvidas permanentes
e não encontro um negativo...

Dextro ou sinistro - sentido pejurativo...




Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
Texto
Data
Leituras
1383
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
gil de olive
Publicado: 11/07/2008 17:18  Atualizado: 11/07/2008 17:18
Colaborador
Usuário desde: 03/11/2007
Localidade: Campos do Jordão SP BR
Mensagens: 4838
 Re: O direito do esquerdo
As belas rimas deixaram bonito seu texto!Aplausos!

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/07/2008 17:44  Atualizado: 11/07/2008 17:44
 Re: O direito do esquerdo
Compreende-se que o poema se inclui num exercício alargado em que o tema é a ambiguidade. A imaginação e o achado de palavras compativeis são surpreendentes. Parabéns. Abraço