Poemas : 

Sibilam pedras na encosta

 
Sibilam pedras na encosta quando a noite vermelha
se anuncia desnuda de sentido.
Quando a Alma insana vareja entre a plana Planície
e a árida bainha marítima.
E as vozes dos gestos detonados nos rumorejam
a força intempestiva do desejo.

Num jogo de espelhos envelhecidos - a ponto sombra e
a ponto luz -, a cidade adormecida antes de nós,
reabilita-se no oiro bruxuleante de candeeiros antigos.
No Cais de onde não partem ou chegam barcos,
elevam-se nos mudos bicos das Gaivotas, dores, gritos...

Ondulam-se na Planície os Sobreiros e aqui na orla,
seculares Palmeiras. Corvos coreógrafos encenam
novas coreografias em madrugadas infinitas,
para além do que a vista alcança. Voláteis danças.

Sibilam pedras, rolam destemidas na encosta,
afundam-se em quedas abissais. Rebolam bojudas
em prantos ausentes de fragrâncias.


MT.ATENÇÃO:CÓPIAS TOTAIS OU PARCIAIS EM BLOGS OU AFINS SÓ C/AUTORIZAÇÃO EXPRESSA

 
Autor
Mel de Carvalho
 
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Enviado por Tópico
Junior A.
Publicado: 12/03/2007 16:08  Atualizado: 12/03/2007 16:08
Colaborador
Usuário desde: 22/02/2006
Localidade: Mg
Mensagens: 890
 Re: Sibilam pedras na encosta
É...Se o barulho se dá pelas águas,
que despontam por sobre as rochas,
Há de se entender o som das mágoas
Que despontam, desfalece a lembrança.
Que entre os olhos socas,
E fazes do entardecer uma queda
Ao ser que sofre, e não se cansa.

Mui bueno Poetisa

Enviado por Tópico
nunorita
Publicado: 12/03/2007 17:21  Atualizado: 12/03/2007 17:21
Membro de honra
Usuário desde: 06/03/2007
Localidade: Lisboa, Cidade da branca Luz...
Mensagens: 251
 Re: Sibilam pedras na encosta
Mando-te um beijo.
Geniais as três ultimas frases