Nada de novo! Rodopio na incerteza…
No vazio rigoroso, cobre-me a ansiedade
Cortinas escuras que se enfeitam de saudade
Nas janelas abertas à tristeza!
E os sonhos? Enchem-se de pobreza!
Como espectros, atenuam a verdade
Mesmo emancipado, não sinto a Liberdade
Ironia… Sou réu, sem possível defesa!
Por entre o azul do céu, o cinzento
Das nuvens, que aclamam à chuva que lavem o desalento
Me limpem a dor, de me sentir tão afim...
Pudesse eu, as agonias manter em meus folhos,
Devolver o esplendor, ao brilho dos teus olhos
Enquanto exauro em ti, o que resta de mim…
Paulo Alves