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História: Falsas Aparências

 
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.::O Início::.

Lá estava eu, no meu mundo, esperando que entrasses, esperando por ti, pelas tuas palavras que amo ouvir. Para mim era como se estivesses presente, mesmo não estando... Sonhava, noite após noite, pelo dia em que te podia abraçar, te beijar, e sobretudo estar contigo. Dia após dia, me lembravas o quanto era bonita, adoro o facto de enalteceres todas as minhas qualidades, nunca falando dos meus defeitos. Não suporto o facto de teres medo que não confie em ti, confio e confio muito, quero arriscar contigo, e a minha única vontade é de estar a teu lado. Tenho pena, que ninguém me apoie e que todas as pessoas me tomem como louca. Serei louca por saber o que quero? Serei louca por te querer a ti? Quando falamos, simplesmente desligo do mundo e apenas foco algo na minha mente, as tuas palavras... Adoro o facto como me deixas colada ás tuas palavras. Adoro mesmo! Nunca pensei amar tão fortemente alguém, alguém que nunca vi. Apenas tenho uma vaga ideia de como sejas. E para mim basta. És perfeito. Adoro a tua maneira de ser, adoro a tua maneira de sentir, mas sobretudo adoro como me tratas, fazes-me a pessoa mais especial do mundo, mesmo não a sendo. Obrigado por tudo, obrigado por te teres apaixonado por mim, no meio de tantas raparigas que este mundo contêm. Mas não escolheste-me a mim, uma simples rapariga. Como costumo dizer, tu és o monumento e eu, sou apenas isto, uma simples rapariga. Amanhã é o grande dia, o dia pela qual sempre esperei, finalmente vamos estar juntos. Vou sozinha ter contigo, porque não tenho ninguém para me apoiar, afinal quem queria acompanhar uma maluca? Não é? Até amanhã amor...

.::O confronto::.

Chegou o dia, já me encontrava nervosa, com ânsia que o comboio pudesse voar, para puder estar mais rapidamente bem juntinha a ti. Olhava o relógio e este parecia não querer passar, parecia que me queria impedir de estar contigo, ou simplesmente gostava do facto de me colocar nervosa. Próxima paragem, a tua cidade, está perto o momento. Finalmente o meu sonho irá tornar-se numa realidade. Abandonei o comboio e olhei em meu redor, era suposto encontrar-te, era suposto ter um sinal teu, para que soubesse que eras tu. Sentei-me, triste por ver que não estavas. Segundos depois sentou-se um senhor ao meu lado, fiquei surpresa, quando me disse, "Olá Viki", como saberia ele meu nome? Ele disse, ser pai de Diogo, o rapaz que amava, e que seu filho estava à espera mesmo ao fundo da rua. Disse também que ele não tinha vindo, por ser tão tímido. Mas na verdade, ele nunca me pareceu tímido, ele não, eu sim era tímida. Mas não liguei simplesmente segui o homem, até ao local que esperava encontrar Diogo. Ele colocou-me dentro de uma carrinha, porque afirmava ser longe o local onde se encontrava seu filho. Mas aquela carrinha não me inspirou confiança. Quando arrancou, olhei no retrovisor e consegui ver uma rapariga, muito assustada que se encontrava na traseira da carrinha. Estava amarrada, e chorava silenciosamente. Vi que algo não estava certo, e sem pensar, arremessei-me da carrinha para o exterior e corri como nunca antes, até á estação. Apanhei o primeiro comboio para casa e chorei toda a viagem, por tudo o que aconteceu. Mas sobretudo por não ter podido ajudar a pobre rapariga.

.::Reflexão::.

Cheguei a casa, invadida em lágrimas que não queriam mais sair, meu oceano, meu rio, meu lago, minha fonte, simplesmente tinha secado. Não conseguia derramar mais nenhuma lágrima. Deitei-me na cama, pensado como seria possível, como fui tão burra ao pensar que tal pessoa, tal perfeição existiria? Como fui estúpida ao ponto de não perceber que ele apenas me queria usar, e que não passava de uma ilusão da minha mente. Como? O amor é cego não é? Também eu me tornei cega, ao começar a amar-te, ao começar a desejar-te, ao sonhar contigo, ao querer que me tocasses, e que fizesses em mim o que nunca fizeram. Mas como? Não passavas de um velho, um homem sem coração sem sentimento. Que como fez à outra pobre rapariga também o faria a mim. Tenho pena de não ter conseguido fazer simplesmente nada, não tenho pena que não sejas quem eu pensava, não mesmo. Tenho é raiva de teres tirado a vida a tão bonita e inocente rapariga. Porque? Que ganhas com isso? Qual o objectivo de isto tudo? Fui interrompida por minha mãe, limpei as lágrimas e sentei-me em frente ao computador. Esta entrou furiosa e disse-me. "Não vês televisão?" um homem acabou de ser apanhado por traficar raparigas, pelos vistos a sua fonte era a internet era lá que as conhecia fazendo-se passar por alguém que não era. Vês o quanto a internet é perigosa? Eu simplesmente respondi, "obrigado mãe", " e sim sei o quanto é perigosa, acredita que sei". Ela saiu, e o que antes era uma lágrima, tornou-se num lindo sorriso. Porque sabia que a pequena rapariga estava agora livre. Tenham cuidado, nunca se sabe com quem falamos, não caiam em falsas aparências...

 
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