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Poemas, frases e mensagens sobre saudade

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares sobre saudade

Um abraço

 
Um abraço

Seria muito pedir-te um abraço
um abraço longo e bem apertado
que me acalmasse o coração
e me confortasse da tua ausência

Olha amor,
já tarda minha alegria por ver-te
Minha paz
em sentir-te nesse terno abraçar
Minha alma,
se tu soubesses, tão pequena
desnutrida com falta de ti e do teu carinho

Coisa pequena e simples
quase sem importância
que me salvaria a vida
desta vez tão fraquinha

Um abraço apenas para ressuscitar a minha vida

Eureka
Oeiras, 18 de Dezembro de 2016
 
Um abraço

Os Poetas Do Luso Na Festa De Halloween

 
A noite de Lua Cheia prometia calafrios de medo, quando cheguei ao castelo mal assombrado do TrabisDeMentia, fantasiado de Conde Drácula, com gel no cabelo, e os caninos pra fora, terno preto e uma capa preta de fundo vermelho, com os olhos arregalados (ele tirou o óculos e colocou lente...rs), recepcionando todos os poetas do Luso-Poemas para sua festa de Halloween.....hohohoho!

Mil Demônios! Os poetas do Luso estavam irreconhecíveis com suas fantasias de terror!! O pessoal da administração, Valdevinoxis, Godi, Vera Silva, Paulo Afonso Ramos, Pedra Filosofal chegaram num bloco (tipo de carnaval) fantasiados de preto com a máscara do Pânico na cara e o pedido de demissão na mão, deixando o Conde Drácula Trabis querendo sugar o pescoço de todo mundo na festa!!! Que horror!!

Depois chegou a madrinha da festa, a Luso do mês, a poeta Ibernise fantasiada de Abóbora do Halloween, num vestido laranja luminescente, que se destacava mais que todos, com seu brilho e sorriso, como quem diz: - Cheguei!!!

A música ao fundo era de terror, saída de um imenso orgão de três tubos, dedilhado por José-Ruda fantasiado de Dom Casmurro. Conforme eu ia entrando na sala, cheia de teias de aranhas e morcegos voando, reconhecia mais amigos do Luso. O José Silveira estava de chapéu preto, tipo o “Homem da Capa Preta”, declamando seus poemas em cima de um palco para várias poetisas fantasiadas de bruxas, entre elas a Betha, a Vóny, a Karla Bardanza, a Nanda, a Fatinha Mussato, a LuisaMargarida, a Roque Silveira e a ConceiçãoB, que levantavam sua vassoura em sinal de alegria!!! A Marlise, vestida de Anja de asas negras e vestido vermelho, jogava água benta em volta do palco.

Do outro lado da sala estava o poeta sedutor Alberto da Fonseca, fantasiado de Homem Morcego, com sua língua pra fora, querendo lamber a caçarola que estava em cima da mesa, onde estava toda a comida da festa. De repente, o Antonio Paiva, fantasiado de Diabinho Vermelho, deu um susto nele, cutucando-o com seu tridente afiado. O Alberto olhou pra ele, sorriu e apertaram as mãos. Quando o poeta LuisF, escondendo sua face com um capuz misterioso, se aproximou dos dois e perguntou meio desconfiado: Vocês são meus amigos??

Outras poetisas estavam dançando um rock estilo gótico no meio da sala: a Ledalge, fantasiada de Salamandra vermelha, com asas pra voar até seu amado, a protetora da fogueira da festa:; a Carolina de diabinha num vestido justíssimo de cetim vermelho; a Eliana Alves de Mulher Vamp e sedutora: a Glória Salles de óculos escuro num vestido roxo de cetim, com uma rosa vermelha na mão: a Zélia Nicolodi de Anjo Negro, com asas enormes nas costas; Ângela Lugo de Mulher Aranha e meia de arrastão e bota preta de verniz; ROMMA parecia uma Deusa da Grécia antiga; Vania de vestido de oncinha; todas dançavam no mesmo ritmo numa coreografia sensual.

Os amigos poetas ficavam em volta observando: Alemtagus, estava fantasiado de Príncipe das Trevas, com um cavanhaque misterioso e mostrava suas cartas que nunca enviou para Margarete, fantasiada de Mulher Gato, com um macacão colado no corpo, lambendo suas garras de vez em quando. O caopoeta ficava pelos cantos, com lentes brancas nos olhos, encorporando um fantasma.

De repente, alguém gritou: - O José Torres sumiu!! Ele estava fantasiado de Gasparzinho e ficava voando por cima de nossas cabeças, com a Maria Cura pra lá e pra cá, até que saiu pela janela e não apareceu mais, até o lançamento do seu último livro.

Enquanto isso, na biblioteca do Conde Drácula Trabis, estavam os intelectuais da festa: Henrique Pedro, fantasiado de Homem Esqueleto, mas não fez dieta; Jessé Barbosa de Zé do Caixão com unhas postiças, cartola na cabeça e capa preta; JSL com a bandeira do seu novo Partido, fantasiado de Zorro e sua espada de prata; Amandu de Padre Exorcista e água benta; o Júlio Saraiva fantasiado de Nero e escudo na mão: o Improvável Poeta de Bruxo Druida; Q14 de Cavaleiro do Apocalipse Now; Batista de Corvo; Luis Nunes e Bruno Villar abafaram com sua fantasia de “Tropa de Elite”; o fogomaduro veio a caráter com sua fantasia de Homem-Chama, investigando se tinha alguém plagiando sua fantasia...e a Sandra e a Amora se vestiram de dupla sertaneja, pois foram contratadas pelo Trabis, para cantar na festa. A Alexis estava fantasiada de secretária do Trabis, ficava anotando tudo o que todos falavam.

Quando as doze badaladas “ noturnicas “, começaram a tocar no relógio enorme e antigo de madeira no canto esquerdo da sala, o freudnaomorreu saiu de um sarcófago em pé do lado do relógio, fantasiado de Múmia e com um cheiro horrível de enxofre.

As fadinhas da festa serviam os convidados, todas vestidas de borboletinhas coloridas: Liliana Maciel de rosa; Cléo de laranja, Felicity de azul, MariaSousa de verde-água, Rosa Mel de amarelo; Rosamaria de violeta; Fhatima de dourado; Claudia Guerreiro de prateado; Maria Verde de carmim-cintilante; Fly de lilás; “ci” de vermelho; Sonia Nogueira de azul-marinho; Rosafogo de cobre. AnaCoelha estava de Sininho ao lado do Peter-Pan glp.

Duas convidadas lançaram seu livro na festa: Vanda Paz, fantasiada de Morticia, com uma peruca preta e uma mecha branca, trazendo “as brisas do mar” em suas mãos; Mel de Carvalho fantasiada de Madame Butterfly trazendo “no princípio era o Sol” em suas mãos. Enquanto isso, na porta do banheiro feminino, Avozita fantasiada de Maria Antonieta, "A Louca", estava entregando maçãs vermelhas para as moças sedutoras da festa, entre elas, HorrorisCausa fantasiada de Índia da Amazônia, com o arco e flecha na mão.

Engraçado foi ver o poeta Edilson José chegando na festa, fantasiado de “Elvis Presley” e óculos espelhado, dizendo pra todos: - Elvis não morreu, companheiros!!! A Luta continua!! E o poeta Jaber de Batman voando pra todo lado, tentando pegar o Coringa da festa, que surpreendentemente era a fantasia do poeta Carlos Ricardo. Morethanwords vestida de preto, com uma dália negra em seus cabelos, entregava velas vermelhas para os convidados.

Lá pelas tantas da madrugada a poeta Tânia Camargo, fantasiada de Viúva Negra, surtou de vez, pegou todos os seus pertences e foi acompanhada pra casa pelo poeta Gil de Olive fantasiado de “O Homem da Cobra “, aquele que não para de falar um só segundo. Trigo entregava os sobretudos na porta principal, vestido de Mordomo do Vampiro. Haeremai entrava e saia pela porta do palácio, num vestido esvoaçante azul, como se fosse uma modelo de passarela, tranzendo nas mãos A Intemporalidade dos Sonhos.

E, ainda fizeram uma serenata pra Lua Cheia, acompanhada pelos poetas: Carlos Teixeira Luis fantasiado de Fantasma da Ópera; Gyl de Pirata do Caribe; Flávio Silver de Zombie; Antonio Manuel R. Martins de Darth Vader, o vilão negro do filme Guerra Nas Estrelas; Sterea fantasiada de Joanna D’Arc; Quidam de Highlander; “Mim” de Maga Patalógica; Nitoviana de Romeu de Shakespeare e RosaDSaron de Julieta. Todos cantaram pra lua e ouviram o uivar do Lobisomem, que era a fantasia do Lustato.

Mas, no final, sempre tem que ter uma surpresa para deixar a festa inesquecível. O anfitrião Conde Drácula Trabis chamou a atenção de todos, mandou o DJ, que era a fantasia de Xavier Zarco, colocar um tango “La Comparsita” e chamou uma mulher misteriosa que estava no canto da sala, toda de preto, num vestido de fenda na coxa direita, com uma máscara de lantejoulas vermelhas e seus cabelos soltos cobrindo suas costas nuas. Eles dançaram calientemente, deram um show e quando terminou a música, ele inclinou o corpo da mulher, olhou nos olhos dela, aproximou seus lábios nos lábios dela e mordeu o pescoço da mulher, sugando seu sangue....Enquanto todos queriam saber quem era aquela mulher misteriosa, que estava morrendo nos braços do Conde Drácula Trabis, para virar uma Lady Vampira da Lua Cheia.

- Tire a máscara! Tire a máscara! - Todos pediam num só coro. Concordando, ele revelou a identidade da mulher. Todos ficaram em silêncio até quando a poeta Vóny Ferreira gritou:

- Olhos de Lince!!

*dedicado a TODOS os amigos do Luso-poemas, sem exceções, com carinho, com humor e amizade. Desculpe-me por não lembrar de todos, o Luso está crescendo todos os dias. Se você desejar fazer parte desta festa, mande uma PM pra mim, que incluirei seu nome e fantasia.

DIVIRTAM-SE!!!
 
Os Poetas Do Luso Na Festa De Halloween

PONTE

 
PONTE

Guardei na memória

As curvas do teu sorriso

Brindando nosso encontro

E quando dói a solidão na alma

Viajo nas ternas lembranças

Temperadas com lágrimas

Uma chaga zombeteira

Corrói por dentro

E rasga, dilacera e escarnece.

E temo te perder de vez

Dentro de mim

Onde estará a ponte

Sobre este mar em tormenta?

Em passos audazes

Em desejos intensos

Fazer os sonhos serem reais

E sentir na ponta dos dedos,

Uma última vez.... tu.
 
PONTE

Noites Longas,deixa eu te amar.

 
Noites Longas,deixa eu te amar.
 
Noites longas insônia ganha terreno,
Sempre a espera do amanhecer para poder te ver,
Fotografias nos mata essa saudade da distância,
Sonho,quero te amar,deixa eu te amar.

Meus olhos sempre te veem pela batida do meu coração...
Sinto teu cheiro através das suas palavras...
Beijos que nos unem em um só coração...
Sinto-te junto a mim coladinho no meu coração.

Imagens do gloogle
 
Noites Longas,deixa eu te amar.

Como uma rosa Azul

 
 
Queria ser como a rosa azul
Viver meramente um dia
Ser a tua primavera, o teu Verão
O teu Outono, o teu Inverno
Sentir a fragrância da tua pele,
Tuas mãos docemente no meu rosto
Com a macieza das pétalas azuis.
Sentir o prazer de ser especial
Somente um dia, que importa
Como a rosa azul

Afogar a saudade no sabor do teu odor
Saciar o sonho perdido num olhar ardente
Mergulhar na limpidez orvalhada
Que afaga as tuas pétalas imortais
Diluir–me na imensurabilidade de ti
Um dia, uma vida, uma eternidade.
Morrer e renascer como a rosa azul

Escrito a 2/11/08
 
Como uma rosa Azul

Basta saber-me viva

 
Basta saber-me viva
 
BASTA SABER-ME VIVA

Meu coração é uma gaiola dourada
Nela se solta o Amor e a Amizade
Branca, como o branco desta folha intocada
Nela um pássaro vai chilreando saudade.
Hoje lhe abri as portas
E a felicidade andou pertinho
E as lembranças já mortas?!
Fui deixando p'lo caminho.
Mas na verdade me doeu
E na garganta um nó ficou
Nas lembranças,também habitava eu
Se por lá fiquei, agora quem sou?

Apago-me como flor sem sol, tanta vida lá atrás
Já pouca coisa resta, o silêncio sobre mim se deita
Nesta descida entre a saudade e o frio, tanto faz!
Mastigo incertezas, já que a Vida não é perfeita.

Deixo-me a pensar com meus botões
Enquanto cai uma chuva enfadonha
Basta saber-me viva de ilusões
Minha alma malferida, ainda assim,sonha
Insistem os chilreios em meu coração
E há largueza por onde entra a claridade
Mas quando já não restar emoção?!
Serei como raiz sem apego, sem lugar
Morrerei de saudade...
Levada p'lo tempo, deixando-me por ele apanhar.

rosafogo
 
Basta saber-me viva

ANCORADOURO

 
ANCORADOURO
 
Fica muito longe o porto onde me ancorei

Distante dos mares turbulentos e frios

Um porto fincado no meu silêncio, e

Nas vontades guardadas...

Sim já não se quer tanto como antes

As lágrimas lavaram a areia dos olhos

Um cansaço do tempo

Ainda bate um coração escasso de sonhos

De dores que não dilaceram como antes

Hoje pulsa mais manso

Minhas Lembranças são passarinhos ingênuos

Fazendo ninhos na tempestade

E, nos oceanos das minhas paixões

Uma maré de águas silenciosas

Indiferente ao barco que carrega

Viaja dentro de mim chegando onde preciso

E ancora... nesse porto onde fiz morada

Num mar mais tranqüilo, numa ilha esquecida...
 
ANCORADOURO

Viajando nas lembranças

 
Viajando nas lembranças
 
Vejo teu rosto refletido em mim
Na cor e no toque da saudade
No vaguear incansável do tempo
Retrato e laços de eternidade.

E assim neste reflexo que reluz
Vou viajando nas lembranças
No resumo da tristeza se traduz
Que ainda a retalhos de esperança.

Perco-me na imensidão deste lugar
No fluir incansável do meu sonho
No recanto da solidão vou te buscar
Até no aperto do coração tristonho.

Nesta distância que o tempo ignora
Um amor que não é fácil esquecer
Delirante saudade que me apavora
Entristecendo o meu viver.

Nikka Costa - First Love
 
Viajando nas lembranças

**Amor ausente**

 
**Amor ausente**
 
**Amor ausente**

Estar contigo é voar no céu da alegria
É mergulhar no mar repleto de emoção
Ouvindo os pássaros com linda melodia
Entoando para festejar nossa canção.

Vieste de mansinho sabendo me cativar
Com seu jeito alegre e cheio de carinho
Revelando-me a docilidade do verbo amar.

Contigo é amanhecer em estado de graça
Ouvir alegremente o pulsar do meu coração
Encontro em ti toda a magia que me abraça
Que me acalenta enchendo-me de paixão.

Vem comigo e viajemos nos braços da paz
Mergulharemos juntos na fonte da felicidade
Abraçados felizes em nuvens de esperança
Sentindo o reconforto e a leveza da liberdade.

Quero declarar que meu amor por ti é infinito
E me deliciar com todo o seu carinho
Em meu olhar verá todo amor que necessito
E saberá que nunca estará sozinho.

Estar contigo é viver de encantamento
Sem ti é me mergulhar no lago da saudade
Lágrimas dolorosas da tua ausência
Que o destino impôs na cruel realidade.



Kiss
 
**Amor ausente**

Dói uma palavra

 
dói uma palavra
que se mostra inofensiva mas me aperta a garganta.
e se nela há mãos que me levam
a momentos que nunca me fizeram triste,
neles é onde a dor mais insiste
em doer
calados e impalpáveis estão
respirando nas lembranças
que os deixa acontecer.
dói uma palavra
sem maldade
dói porque dentro dela
um bom passado sobrevive
me deixando a observar
sempre do lado de fora.

como dói essa palavra
saudade!
 
Dói uma palavra

SE CHAMA SAUDADE...

 
Passados anos

E na memória foi ontem...

Onde caminhei seguindo teus passos

Nos tantos dias que o calendário derramava

Foi ontem quando teu sorriso tímido

Deixou sua marca registrada

Não tem como esquecer...

Guardo os teus tantos papéis, beijo tua letra

Borrando os traços com minhas lágrimas

Se é amor não sei,

Só sei que se chama saudade...
 
SE CHAMA SAUDADE...

Está na hora

 
O mundo é mais belo pela madrugada
Quando os pássaros já voam e o Homem ainda sonha
Quando o Sol arrependido devolve ao mundo a sua cor
Mas é breve o instante
Ao longe o caos vai trepidando
Seus passos, lentos, se apressando
Sem pressas, louco, atropelando
Com tempo, pouco, reclamando
Às portas da demora:
Está na hora...
Está na hora...
Está na...

E eu vou, já vou, só mais um pouco

O teu cheiro travestido é travesseiro
Onde encosto o meu rosto entorpecido
Onde me entrego à lembrança por inteiro
E pelos campos da lembrança vou perdido

E perdido te acho
Toco-te ao de leve a face
Fito os lábios vincados num sorriso
E me curvo em ti
Não me soltes deste abraço
Não me deixes só
Não me deixes nesta hora
Pois eu sei que está na hora
E tu bem sabes, está na hora
Que é só esta, está na hora
A nossa hora, está na hora
Agora, está na hora
Agora, está na hora
Agora, está na hora
Ago...
 
Está na hora

Para Sempre Te Amarei

 
Para Sempre Te Amarei
 
"Quando o amor é verdadeiro
ele se integra na eternidade
de todos os tempos"

Ângela Lugo

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Para Sempre Te Amarei

Vá embora, por favor!

 
Vá embora, por favor!

Vá dor, me deixe em paz
vá embora agora por favor
estou precisando de um pouco de autonomia
e me faz tanta falta a minha própria alegria

Dor malvada porque és má?
eu aqui pequena doendo uma dor de pura saudade
e tu porque vieste? acaso não sabes que te não quero?

estico só mais um pouquinho a dor inteira do corpinho
numa linha eu tento colocá-la em ordem, a dor danada
vem uma caîbra entre as costelas em meu peito
e insuspeito o coração se faz sentir insano e insatisfeito

mas por favor, vai embora e me deixa apenas uma dor
respiro de mansinho e como doi todo o meu corpito
estico o braço todo devagarinho e doi mais um pouquito

Mas porque tem de doer,
acaso eu não tive já dor que chegue?
caîbra danada estou tão farta de ti
quero respirar e nem sequer mo permites

se penso, logo me fazes doer um pouco acima
e queres-me toda só para ti, eu já percebi
mas se eu te reneguei porque continuas aqui?

vai embora e deixa-me fazer o que me propuz
tenho uma luz aqui e preciso de a levar para ali
luz imensa de alegria, de amor e de coisas bonitas
já ali a dois passos longe de mim vão meus abraços

que jeito tem de doer na mente e no meu corpo
e se o querer te manda um soco, e um soco é pouco
acho que te vou correr a pontapé, de pé ante pé
sem barulho e num suspiro respiro e maldigo teu nome ó Dor

deixa-me ali chegar, são apenas dois passos, nada há que te importar
se eu der esses passos a cumprir o meu designio
logo voltarei para o teu dominio que também não me esquivo
mas se for essa a condição, eu vou e volto, pois então

minha tão grande dor, tu já me aterrorizas com a maldade que despertas em mim
vai-te embora por favor, nem que seja por um dia.
dá-me paz, por favor.

Eureka, 27 de Agosto de 2016
 
Vá embora, por favor!

No fim

 
e se o tempo puxar o zíper para me renunciar
e se nada mais
nos meus olhos
se refletir
o silencio será meu mundo
mas minhas palavras permanecerão no teu

naquela janela
naquele cais
naquela tarde amarela
naqueles rios
naqueles ais
naquela renda de crochê
naqueles poemas que te
escrevi
sem que soubesses que eram por ti

sem muito sentido
sem muita verdade
que de verdade
foram escritos
num tempo de
muita saudade.
 
No fim

Minha luz quebrada

 
Minha luz quebrada
 
MINHA LUZ QUEBRADA

Quando dei por mim o Sol se punha
Com a Saudade, fiquei desatenta.
A Vida é testemunha
Do meu calar, desta memória sonolenta.
Não sei o que é feito de mim!?
Ouvi rumor trazido pela ventania
Que na estrada, já lá bem no fim!?
Uma silhueta imprecisa se via.

Raio a raio vai-se o Sol a diluir
Cansei de remar contra maré e até de lembrar
Perdi agilidade tropeço ao seguir
Repouso agora na inquietação
Nu trago o olhar e o coração
Apenas os sonhos continuo a desabotoar.

Já se fecha o dia, minha luz quebrada
Os pássaros regressam ao ninho com saudade
Eu sinto-me nesta viragem mutilada
E aos meus dedos vai faltando vontade.
Da terra o cheiro a tojos e giestas
Em mim a estranheza de mais um dia passado
Balouçam as folhas a que o vento faz festas
E eu sou a menina sonhadora,
Num sonho encantado,
Já da Vida perdedora...

rosafogo
 
Minha luz quebrada

Meus olhos bailam

 
Meus olhos bailam
 
MEUS OLHOS BAILAM

Meus olhos bailam com a beleza de pequeninos pés
Bailam sobre saudades floridas, com ligeireza
E minha poesia borboloteia de lés a lés
E é singela flor do campo, mas tem beleza.
Arranca arrepios deste corpo esquecido
Dona das minhas esperanças, decifra meus segredos
Ateia meu olhar quando anda perdido.
E deixa a saudade escarpar-se por entre os dedos.

Quem nunca sonhou?
Quem nunca desejou?
Minha existência se consome rápidamente
Cada segundo é parcela que se esvai
Pinto meus anseios numa tela lentamente.
E olho a lua sobranceira que do meu céu não sai.
É progressivo meu esquecimento
Às vezes minha solidão aumenta
E as palavras que entoo são recordação e tormento
Quando quero lembrar e a memória não assenta.

Se grito, responde-me apenas o eco
Sinto nos ouvidos a toada
Chego ao cimo do monte, trago meu coração seco.
E uma asa cortada.
E na outra, o sonho a esvaziar!
E minhas horas passam sem as puder parar.
Resta um fio de esperança, qual flôr recém aberta,
por gota de orvalho matutina
O tempo não perdoa e eu fico alerta
Mas é Deus quem meu tempo destina.

rosafogo
natalia nuno
 
Meus olhos bailam

"O gosto do beijo"

 
"O gosto do beijo"
 
"O gosto do beijo"

E é assim...
A mesmice apaga o fogo, e frios...
caminhavam.
Fugindo de envolvimento.
Desacreditavam...
Até a libido congelou..
Mas de um ponto qualquer do mundo
o sol a presenteou
Com esses olhos tristes de menino perdido
Que agora se achou...
Amor...
Coisa louca, ilumina
Na seqüência, desatina.
E foi assim...
Dia apos dia...
Ela, que já não acreditava,
para crer que seria possível
Teve que digerir que não era mais
sozinha.
Envolvimento maior a cada dia...
De repente, tudo muda , a uma pessoa
pertencia...
E com esta tal de saudade...
Sabia que conviveria.
Agora?!
Vai pra cama.
Presença viva na memoria.
Na boca a vontade do gosto do beijo
Na pele...
Queria tatuado o corpo dele.

Glória Salles
 
"O gosto do beijo"

Falo de coisas simples

 
Falo de coisas simples
 
FALO DE COISAS SIMPLES

Minha memória é livre
Recordar depende dela não de mim
E é nesta liberdade
Que despertam recordações sem fim.
Surgem sempre trazendo saudade
Repetem-se sem aviso,
até à exaustão.
E sempre que é preciso
Surge lembrança que parecia enterrada,
na raiva dum grito, calada.
E é maior a solidão!

Um rumor já ouvido
Um odor já respirado
E nem o coração ouve o pedido
Do meu espírito cansado.

Trepa o sol pela parede
Sonho eu com a idade dourada
Assim mato minha sede
A dormir ou acordada.
Falo de coisas simples...
Das aves que sempre regressam do mar
Trago os olhos cheios de poesia
E nesta noite escura sem luar!?
Ergo a voz a um novo dia.

Falo das rãs que coaxam canções de amor
Dos pássaros soltando trinados
E se a lembrança me causa dor?!
Ficam meus sonhos desarvorados.

Vivo ao sabor da corrente
Já não me imponho à maré
Nascida dum pobre ventre
Dele mesmo trouxe fé.
Sou flor da maresia
Meu nome é rosmaninho
Cresço de noite e de dia
Meu destino é este caminho.

rosafogo
 
Falo de coisas simples

CARTA A UM AMIGO

 
CARTA A UM AMIGO
 
Carta a um amigo,

Quero dizer que precisamos acabar com essa amizade.
Você me faz chorar demais.
Aflora minha emoção e me tira sonhos que eu já tinha sepultado.
Por favor se afaste de mim.
Pare de borrar minha maquiagem.
Há muito eu tinha conseguido manter a cara limpa.
A boca calada das palavras que os outros não queriam ouvir.
Que coisa cruel essa amizade com você que me lembra minha insanidade.
Que me fez lembrar que os lilases são meus preferidos.
Que saudade tem sabor de chá no inverno.
Que a vida não deve ser tão séria.
Já tinha esquecido tudo isso.
Agora você vem tomando meu espaço
Invadindo minha cabeça
Minhas horas, minhas expectativas
Não vou me enganar mais uma vez.
Muito cruel me inundar com tanta poesia, traços, cores e música.
Vem derrubando meus muros, minhas fronteiras,
Descobrindo meus desejos
Escrevendo novos capítulos
Sim, difícil continuar isso
Difícil acompanhar o voo das tuas asas
Então finja que eu sou desenho. E use a borracha se quiser.
Não quero gente caçando corações em pedras, nuvens, bolhas de sabão.
Já me basta o meu tão grande, tão apertado que chega a sair pelos poros.

Há alguns meses, alguém surgiu na minha vida e trouxe uma bagagem enorme de presentes para o meu coração.
Essa carta escrevi nos primeiros contatos que tivemos.
Ele é pura emoção, um designer maravilhoso, poeta, ilustrador fantástico!
Foi tanta coisa que vi, ouvi, toquei, que me fizeram rir, chorar, transcender. Viajei pra outros mundos, apreciei novos sons e expandi meu conhecimento quanto a poesia.
Esse encontro foi como uma viagem numa montanha russa, cheia de loopings. Por vezes o carro subia devagar os trilhos e de repente ele descia veloz trazendo todo arrepio na espinha. Mas o passeio nesse brinquedo fez o percurso e terminou. Descemos dos vagões e ele se foi...
Tenho um coração cheio de gratidão por ele. E onde estiver ele saberá que me fez sorrir.
Dedicado a você S.Ribeiro.
Créditos da imagem S. Ribeiro.
 
CARTA A UM AMIGO