Contos -> Romance : 

PONTO DE ENCONTRO*(Inédito!)

 
Tags:  paixão    desejo    fantasia  
 
Open in new window



PONTO DE ENCONTRO*


Era uma vez...Um guerreiro e uma deusa.Eles se amavam muito,mas não podiam se tocar...Podiam se olhar, se falar, se ouvir, mas não podiam se tocar.Viviam numa floresta, onde cada um tinha seu espaço de domínio, em perfeita harmonia com a natureza.Uma bela manhã de sol, o guerreiro apeia na clareira do seu lado da mata, para ouvir o canto da Araponga... Era como o bater do ferreiro em ferro em brasa, e o raspar do limatão...

O guerreiro sabia que não podia tocar a sua deusa, mas sempre a esperava... E ali, ouvindo o cantar daquele pássaro, ele idealizava sua presença e a amava, naquele encontro impossível, seu amar era... Era como ouvir o canto da Araponga... O bater do ferreiro em ferro em brasa, e o raspar do limatão...

Este encontro só era possível através de um portal espaço-tempo, que ambos criaram... Ao adentrarem ao local tudo podiam fazer, tudo lhes era permitido. O prazer daqueles amantes era ciberneticamente real. Ele tanto a amava, que nem sabia onde estava, e nem como conseguia, mas a amava...

Os dois acolhiam aqueles eventos amorosos, como uma dádiva e um milagre através do qual saciavam seus desejos...Um dia, numa dessas paragens, o amador viu a sua amada em seus limites e estava extraordinariamente bela, como nunca a tinha visto...Seu olhar era um convite, seus lábios a mais doce oferenda... Cabelos soltos caídos sobre os ombros, voavam ao sabor do vento... Ela vestia um traje sensual que permitia ver a silhueta de seu corpo escultural.

Sua deusa lhe sorria sussurrando seu nome. Ondas sonoras a tocar seus ouvidos. Que toque... De repente aquele guerreiro, num trejeito, meio sem jeito estufou o peito... Estava pronto pra romper limites... Olhou para amada e... Pegou a sua mão... E se amaram enquanto ouviam o canto da araponga que era como o bater do ferreiro em ferro em brasa, e o raspar do limatão...

À beira da mata fluíram muitas regas... Naquele mato molhado, folhas foram regadas, regras foram quebradas ao som do canto da araponga que era como o bater do ferreiro em ferro em brasa, e o raspar do limatão...

Logo se refugiaram no portal do amor, a magia do momento absorveu os dois amantes. Daquele ninho preferiram nunca mais sair... Nunca mais retornaram... Sentiam-se como caça e caçador... Entretanto no instante em que o caçador teria o domínio da caça, se deslumbraria com a sua posse, e esta posse se transformaria em pura vida... Emoção a atirar em todas as direções, mas já não abate, já não domina apenas desfruta o momento da liberdade de se pertencerem e poderem viver aquele instante.

A deusa e o guerreiro encontraram naquele lugar, sua fantasia e realidade. Ali, onde foram felizes para sempre, repartiram seus corações e cada um dos domínios coexistiu com uma metade enquanto eles se uniram em um só... Coração. O nome do portal era Wordside...

CONTINUA...

Excerto do Poema “ Conto da Araponga”
- ARAPONGA: 1. Zool. Ave passeriforme procniatídea (Procnias nudicollis), do Brasil médio-oriental e este-meridional. O macho é branco, sendo verde a zona nua da cabeça; a fêmea é verde-azeitona na parte superior, amarelada com manchas escuras do lado ventral, o vértice e a garganta pretos. Alimenta-se exclusivamente de frutos, e o seu canto lembra os sons metálicos produzidos pelo bater de ferro em bigorna. [Sin.: ferreiro, ferrador, guiraponga, iraponga, uiraponga.]

Ibernise feat Intrépido.
Indiara (GO), 18.09.2008.
Inédito!
*Núcleo Temático Romântico.
Direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998*

 
Autor
Ibernise
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1169
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.