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O Trinta e Cinco

 
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O Trinta e Cinco

Arranca do Cais do Sodré
Pára no Campo das Cebolas
Umas sentadas outras de pé
As pessoas cabem todas

Entram grávidas e cegos
Gente com direito a lugar
Que ninguém quer deixar.
A viagem vai ser longa
Custosa e atrapalhada
Por uma velhinha teimosa...
Uma senhora vaidosa...
Nem falta uma drogada.

Foi um que empurrou,
Este não deixa passar
Outro já se encostou
À mulher que gritou
Julgando-se apalpada...
Mas quem tal faria,
Se ela não valia nada?

O Trinta e cinco em Sapadores
Já sua por todo o lado...
Fervem os radiadores
Enervam-se os condutores
Um passageiro é roubado.


Avenida General Roçadas:
Há uma escola a meio!
O Autocarro vem cheio...
As crianças são empurradas
As mochilas desentaladas...

Há mais gritos!
Assobios e apitos!!!
E com tanta confusão
Na porta entala a mão
Um aluno descuidado...
Foi só um entalão
Não precisou de ser tratado.

Andar como sardinha em lata
É o que o nosso povo quer.
Sofre muito... mas goza à farta
Se alguém se dana e desata
A discutir com a mulher...


José Mota

 
Autor
PoetaSenior
 
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Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 03/10/2008 12:54  Atualizado: 03/10/2008 12:54
Colaborador
Usuário desde: 11/09/2007
Localidade:
Mensagens: 4246
 Re: O Trinta e Cinco
Conseguiste descrever exatamente o que acontece
nos ônibus e trens lotados. Amigo sabe que já
dei de cotovelo nas partes baixas de homem que
se encoxava, coitado acho que ele sente dor até hoje.
Obrigada pelo seu comentário, não costumo postar
nem fazer muito o genêro erótico, vez ou outra
para descontrair. Beijos!