Poemas -> Introspecção : 

Sexo e vazio

 
Eu tenho vinho e estou excitado artificialmente,
Não se engane sou jovem apesar de tão destruído,
Não tenho auto confiança e estima alimenta o masoquismo,
Aos pés da dama de látex.

Abra as pernas,irei devorar teu coração,
Liberte-me da dor e da tristeza,
O gritos são o enleio do prazer que construo
Com sangue,lágrimas e suor.

O vinho acaba mas tenho sangue,
Ele corre contaminado,
Dos meus pulso fracos arquejantes uma vibração estremece costelas,
Junte-se a mim em qualquer posição sem ensaio,apenas goze.

Um abraço não pode completar o beijo
Sem que o carinho interrompa o destino,
O vazio virá e nós estamos mortos
Sem ao menos perceber o sentido de nossas vidas.

Um minuto,dois minutos,meia hora,pênis esfolado e pernas trêmulas,
Não tenho cigarros para me entreter,
Lençóis cobrem a vagina costurada,meu paraíso
É lascivo e natural como o fim de todas as coisas boas e más.

Mãos dadas mentem sobre amor e eternidade,
Depois do orgasmo nada mais importa,
Até que outra noite apareça cobrindo o sentimento que emana dos dias entediantes
Para machucar órgãos sexuais compartilhados e almas partidas.

Sob a luz da televisão o relevo dos corpos despidos,
Nenhum sonho é o suficente quando se perde tudo
Que se poderia realmente desejar.
Estamos todos mortos sem jamais termos percebido o que realmente significa
Viver.

 
Autor
RaimundoSturaro
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/12/2008 14:05  Atualizado: 08/12/2008 14:05
 Re: Sexo e vazio
acredito que em algumas situaçãoes sexo e vazio combinem perfeitamente com a desmotivação de viver. bj

Enviado por Tópico
Maria Verde
Publicado: 10/12/2008 16:31  Atualizado: 10/12/2008 16:31
Colaborador
Usuário desde: 20/01/2008
Localidade: SP
Mensagens: 3489
 Re: Sexo e vazio
Já te disse em outra oportunidade que gosto do seu estilo. é meio niilista... sei lá.
Adoro a forma como desnudas o eu-lírico.
A leitura que faço do poema é de um amor gasto de muitos anos ao lado um do outro... uma união que se finda, sem amor. Mas o sexo não desiste nunca dos homens, não é?
Parabéns pelo talento.

Maria Verde