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Poetas de rua

 
Numas linhas
o poeta sobe rua
e calçada acima
mal trabalha
mal se rima
sobe montes e sobe vales
voa céus
e sonha estrelas
diabo nas veias
e tinta na língua
proclama a rua escrita
pedra a pedra
(pedras malditas).

que angústia que prazer
que ternura
e loucura sonha
o poeta
vive escrito
morre maneta,
sua mágica eterna caneta
só a Deus na sua
santíssima divindade pertence
lá vão os grandes poetas descrentes
oh senhores
trotineta dos céus
em sonetos sermões e mais talvez
os capítulos da vida
do grandioso calor
nas costas sentido.

não se pense,
por favor,
que senhor Deus não tenha lugar
para homens tão sábios
eternos escritores
a seu lado, escrevem a ele
mas descrentes de qualquer
salpico de bondade
não perdem tempo,
sabem o destino de suas palavras
à frente, costas viradas
calças baixadas.

Joaquim Salgueiro

 
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emi
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Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 22/03/2009 20:34  Atualizado: 22/03/2009 20:34
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8104
 Re: Poetas de rua
Muito irreverente e original. Eu, gostei muito. Abraço

Enviado por Tópico
emi
Publicado: 22/03/2009 20:38  Atualizado: 22/03/2009 20:38
Participativo
Usuário desde: 08/03/2009
Localidade:
Mensagens: 14
 Re: Poetas de rua
Com tudo o que já foi feito, se não houver originalidade caímos na monotonia. Obrigado :)

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/03/2009 21:08  Atualizado: 22/03/2009 21:08
 Re: Poetas de rua
Leio este poema como uma irreverente oração de humildade, em que muitas ideias de inconformismo ecoam no seus versos. Por isso me encanta.
Parabéns.
Abraço