VOCÊ
VOCÊ
Autor: Carlos Henrique Rangel
Você
Sombra feminina
Ocupando meus olhos
Onde quer que eu vá
Permeia meu caminho
Iluminando os passos.
Você
O paraíso vislumbrado
Temperado com a doce
Incerteza de Hades.
Ai de mim
Que só sou por você.
Que ainda sou...
E você
Nem imagina
O que pode ser...
Sombra feminina
Emoldurando minha vida...
O impossível pode ser
Você.
ASSIM
ASSIM
Autor: Carlos Henrique Rangel
Basta que esteja aqui
Assim...
Bem perto de mim.
Nada a declarar...
A timidez é minha mordaça.
Apenas te olhar bastará.
Que esteja aqui
Assim...
Que eu possa continuar
Meus diálogos imaginários.
Sorrisos de cumplicidade...
Esse mentira de amante
Sonhador.
Basta que esteja aqui...
Assim..
POR VOCÊ
POR VOCÊ
Autor: Carlos Henrique Rangel
Por você joguei luzes ao vento
E o mundo se coloriu.
Por você
Eu atravessei oceanos...
Em pensamento
Subi geleiras virtuais
E voei ao firmamento.
Por você
Alimentei-me de medos,
Naveguei em lágrimas
E amarguei solidão a dois.
Tudo por você...
Por você
Visitei mundos loucos
E me procurei no outro.
Só você...
Só por você...
Eu me travesti
Em deus do Mar
E fui anjo noturno
Para te visitar.
Por você
Bebi líquidos gelados
Em noites quentes
E me derramei em palavras
Sobre papeis.
Só por você sou poeta
Entre poetas
E me torno Melhor.
(Completando a visão do Barão Vermelho).
LAMENTO
LAMENTO
Autor: Carlos Henrique Rangel
Melhor esquecer
E me chafurdar
em minhas esquisitices.
Carente sou
E sei...
Mas não será você a suprir
Meus desejos...
Eu me perdi no passado
E o presente me persegue
Amedrontando meu cotidiano
Com sua sombra.
Até quando meus Deus?
Até quando?
NUVEM
Vê, formaram-se todas as águas Todas as nuvens. Os ventos virão de todos os nortes. Os dilúvios cairão sobre os mundos. Tu não morrerás. Não há nuvens que te escureçam. Não há ventos que te desfaçam. Não há águas que te afoguem. Tu és a própria nuvem. O próprio vento. A própria chuva sem fim...
Cecília Meireles.
Essa nuvem que é Você
Livre no trilho de céu,
Observo do meu esconderijo
Admirado.
Há eternidade nessa fluidez.
Água moldada ao prazer do vento.
Nada te deterá criança mulher
Nem mesmo meu olhar apaixonado
Nem a chuva, Sol
ou qualquer outro elemento.
PROTEUS
TURBANTE - O PODER DO MEU
TURBANTE - O PODER DO MEU
Autor: Carlos Henrique Rangel
Isso é meu
Então, só Eu.
Esse canto é meu
Então, só Eu.
Essa dança é minha
Então, só Eu.
Essa fé é só minha
Então, só Eu.
Essa água
Essa terra
Esse espaço
Isso tudo é meu
Então, só Eu.
Não é seu esse canto.
Não é sua essa dança.
Essa crença...
Essa roupa...
Essa água...
Essa terra...
Esse espaço.
Você não sou Eu
Então...
Só Eu.
(Será...)
ALIENÍGENA
ALIENÍGENA
Autor: Carlos Henrique Rangel
Acabei me perdendo
Nesse amor de mentira...
Sou um ogro desejando fadas
O impossível que sei e sinto.
Sou a completude do desespero.
O fundo do poço de um Romeo
Não correspondido...
Onde a Julieta?
Essa interplanetária obsessão?
Eu sei...
Em meu coração.
SAUDADES
E apesar do Sol que me aquece
Há um frio aqui no peito...
Um vazio reservado aos que não estão.
Sei que não há distância para o coração...
Mas a saudade sobrecarrega o corpo
E transborda em lágrimas...
Esse rio de emoção.
(PROTEUS)
CAMINHOS
Eu não sei dos caminhos do mundo.
CAMINHO...
O não saber me guia
E me faz sábio na descoberta.
(PROTEUS)
não saber
NÃO SABER
Autor: Carlos Henrique Rangel
O eterno não saber
Me faz te entender
Ou quase.
Somos tão diferentes
Que a distância
É o que temos em comum.
E o comum nos cansa
E nos mantêm.
Eu não sei o que fazer.
O eterno não saber
Me faz permanecer.
A fronteira na cama
Nem mesmo o sexo a rompe.
O algo em comum que existia
Perdeu-se no lugar comum
E esse cansa.
O eterno não saber
Me faz te entender.