O meu ursinho
Ursinho rebelde
E arisco,
Difícil de apanhar,
Qual ursídeo.
Mas tão fácil de amar
E dar carinho.
Bicho grande, que impõe respeito,
Todo ele pose no estar,
É um encanto só de olhar,
Mas meu Deus é tão fofinho
E dá tanto miminho,
Que é um doce de ursinho.
Alma livre
Sou alma livre
Nesta vida efémera
Dia a dia se vive
Sempre com a quimera.
Uns dias apaixonada
Outros na solidão,
Assim vai sendo a caminhada,
Plena de ilusão!
UMA VIDA, NUM ANO
Uma vida
Num Ano
Sinto-me tão querida
Junto do Homem que amo!
Ao longo destes 365 dias
Tanta coisa se deu...
Houve brigas, Houve folias,
Até a gata me mordeu...
Foste birrento
Foste sedutor
Foste mimento
Foste instrutor
Eu fui teimosa
Fui mandona
Fui maviosa
Fui calona
Fomos amigos
Fomos amantes
Fomos cúmplices
Um do outro fomos calmantes
Dissemos muitas tolices
Fomos felizes
Somos felizes
À nossa maneira,
Vamos aprendendo,
À mistura, muita asneira,
Mas vamos aprendendo,
Às vezes, dá canseira,
Mas continuamos aprendendo,
Porque a verdade, verdadeira,
É que de qualquer maneira,
Nos vamos cada vez mais amando...
Só porque te faço sofrer...
Sofro.
Sim, sofro!
Só porque te faço sofrer.
Talvez curioso,
Difícil de entender,
Este aperto silencioso
Esta dor de sentir não te merecer.
Mas não mereço.
Acho que perdi a capacidade de amar...
Por isso te ofereço
Toda a amizade que alguém pode dar.
És fantástico, reconheço
Alguém a quem sempre vou adorar.
E disso, jamais olvides duvidar!
TEREMOS QUE VIVER QUANTAS VIDAS?
Por vezes na vida tomamos decisões
Nem sempre as mais acertadas
A maioria com as conclusões
Que menos eram esperadas.
Todos sonhamos com a felicidade
Com a eterna paixão
Contudo vivemos numa sociedade
Em que amar não passa de ilusão.
“O sonho comanda a vida”
Alguém um dia o disse
Mas será que a recompensa merecida
De tudo o que na vida fizemos
Será algum dia conseguida?
Tenho as minhas dúvidas
Todos vivemos em busca do mesmo
Mas penso que poucos
Atingem seu objectivo
Teremos que viver quantas vidas
Para no amor termos lugar cativo?
Feiticeira
Ai quem me dera ter-te sempre ao meu lado
Sempre juntinho a mim
Será pecado
Querer tanto uma coisa assim?
Ai quem me dera ser feiticeira
Para fazer uma mágica poção
E conseguir logo à primeira
Conquistar teu coração.
Ai quem me dera, quem me der
Tanta coisa poder ter
Eu sei, é uma quimera
E assim vou tentando viver....
Onde está a felicidade?
Onde está a felicidade?
Onde está que não a vejo?
Prometeram-ma na infância
E nunca a vi na mocidade
Apareceu-me, já eu adulta
Foi miragem que passou
De quem foi a culpa,
Porque é que ela não ficou?
Com ela sonho
Por ela vivo
A esperança nela tenho
E com a esperança sobrevivo.
Arqueologia
Não posso mais ouvir
Falar em Arqueologia
De sono já estou a cair
De tanta chatologia!
Isto de ser bibliotecária
Tem muito que se lhe diga
Antes queria ser milionária
Para não ter que aturar estes chatos duma figa!
Onde estás tu?
Onde estás tu?
Onde estás que não te vejo?
Às vezes estás tão negro,
Outras mais para o cinza,
Tens dias de vermelho,
Poucos são laranja...
Poucas vezes te vejo
Com aquela luz luminosa
Sem cor, dum brilho intenso,
Talvez branco?
Será culpa minha?
Não o digas que caio em pranto
Volta com o teu brilho
Volta a ter o branco
do meu encanto
Quero ver-te,
Onde estás?
Ansiedade
Vivo na esperança de te encontrar,
Na ânsia de te amar,
No pavor de te perder,
No medo de nunca te achar,
Ou, no dia que te conhecer,
Não saber que serás tu o Homem que me fará feliz.