Poemas, frases e mensagens de EMontepuez

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de EMontepuez

O meu último livro:

"O Espírito Tuga" - LUA DE MARFIM (2011)

se o lusopoemas fechasse...

 
se o lusopoemas encerrasse o que farias?
e porque é que encerraria?

dá-me a tua opinião s.f.f.

muito obrigado
 
se o lusopoemas fechasse...

o homem do outro mundo

 
ontem, após o jantar, troquei tudo por um lugar no meu sofá em frente ao televisor. queria ver o homem que governou o meu país nos últimos seis anos em disputa directa com um elemento da oposição. abriram a porta ao diálogo.
fiquei maravilhado, pois foram tantas as descobertas que me ofereceram e de uma forma fantástica que dei por mim a pensar que tenho andado distraído nestes últimos seis anos. descobri que sou um dos culpados por o país estar no estado em que está, pouco culpado, mas culpado. também descobri, que como eu e piores, muito piores, são um rol deles. é o padeiro, o agente da polícia e o empregado do café. é o piloto, o merceeiro e o mecânico. ah! e é o futebolista, o treinador e o motorista. todos somos culpados excepto uma equipa de governação que, ano após ano, deu tudo de si para o bem deste cantinho da europa. mas, na boca de alguém, devíamos voltar a dar mais uma oportunidade a quem governou. porque não? afinal, tudo tentaram para não chegarmos ao que chegamos. deram o seu melhor.
a dívida explodiu em flecha? calma, que a oposição não soube sê-la.
somos gozados pelos políticos da europa? calma, que eles não sabem do que falam.
estamos financeiramente dependentes de terceiros? calma, que fizemos um grande acordo. vamos ter muitas dificuldades no próximo ano) calma, que este ano está tudo controlado. e tudo anda, volta na volta, a passear de um tal “pack” ou “peck” que foi identificado com o meu número preferido: 4.
o raio do homem é do outro mundo! do mundo da demagogia!
e nós, já sem alma, mas com calma, lá vamos assistindo a este tipo de espectáculos na televisão e vamos percebendo, aos poucos, que estivemos em transição de um mundo para o outro e que nenhum deles conhecemos. nenhum desses dois mundos nem nenhum dos homens, seja o governante ou candidato, que habitam naquele corpo tão igual ao mais comum dos mortais.
mas verdade, verdadinha, aquele homem é, de facto, do outro mundo!

eduardo montepuez
 
o homem do outro mundo

16. O Murro

 
Dou um murro na mesa pela falta das palavras
As folhas de papel voam assustadas
Sem a poesia o mundo morre-me nos dedos
Da mão fechada que esbarra no silêncio
E na dor da ausência.
Dou um murro no tempo dos nadas
Para chegar à melodia da palavra
Que no ventre do pensamento
Anda de mão dada com a solidão.
A palavra espera por um sinal
Pelo gesto que acontece.
O murro é a força motriz
Do parto no poema que nasce.
 
16. O Murro

1.

 
1.

Aconteceu por acaso. No percurso do destino, entre gestos e olhares, parei por aqui. Não sei quanto tempo vou ficar, não sei o que o futuro deixará acontecer porque esse percurso do destino é realizado a cada passo que irei dar.
Espero ser bem recebido, desejo ser um amante das palavras e escrever até ao limite que desconheço.
Espero ler ao sabor do vento, seja de que lado esteja, e que assim aprenda a interpretar os sentimentos deixados nos poemas ou nos textos.
A minha viagem começa agora!
 
1.

***********

 
Sinto-me feliz entre os sabores do vento
Sinto-me e isso relembra-me a existência
Os sonhos e os objectivos por alcançar
A luz. A vontade de caminhar
Hoje tudo é azul. O mar e o céu
E as esperanças que cresceram em certezas
Um sorriso inesperado ou uma palavra
Uma notícia codificada debaixo dos pés
Vale-me o olhar e o viver!
 
***********

Dos meus olhos caem espelhos de diamantes

 
Caem, abandonados, os espelhos
e estilhaçam num chão amargurado.
São aos meus olhos, diamantes, siderados
que amanhecem as lágrimas nocturnas.
Das imagens, insólito trajecto, nas mágoas
sobem ao esplendor da solidão. Moram
entre os amantes e as risadas carpidas
num abrigo pendular. Dos meus olhos,
caem metáforas, iguarias e espelhos
de diamantes lapidados dos sentidos.
 
Dos meus olhos caem espelhos de diamantes

é hoje que tudo acontece...

 
O autor, Eduardo Montepuez, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Metamorfose do Corpo” a ter lugar no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa, no próximo dia 26 de Junho, pelas 19:00.

Obra e autor serão apresentados pelo poeta Carlos Teixeira Luís.

Metamorfose do corpo
(Poesia)

Sinopse: "Este título [...] convoca-nos para uma peregrinação plena de dualidade. Se por um lado o autor [...] nos traz uma percepção sobre o que rodeia e altera o corpo, por outro nos sugere essas mesmas alterações de dentro." (do Prefácio)
 
é hoje que tudo acontece...

2. Emoções

 
Os gritos acordam
E os beijos adormecem
Olhares que captam
Os ventos que aparecem

Doces momentos ou ilusões
Como são reais as emoções
 
2. Emoções

5. Mulher

 
És alento que me devora a ânsia
És alimento que dá vida ao momento

És amor, ruptura, e saudação
 
5. Mulher

14. ASAS

 
Esta noite sonhei ser escritor. E no meu sonho eu era o centro de todas as atenções. Escrevi um único livro que falava de pessoas e dos seus laços que as ligam à terra. Nesse livro, recheado de sensações, alguns dos personagens eram inspirados da vida real, outros da vida virtual e sobravam páginas para colocar alguns amigos da minha vida do imaginário.
O livro tinha o título, pequeno, de ASAS. Pequeno por serem quatro letras apenas. Mas, na verdade do meu sonho, este título, para mim, era enorme.
Com ele consegui voar. Regressei à minha primeira escola, onde aprendi a escrever, para junto dos meus amigos de infância e alguns familiares pudesse falar do meu sonho da escrita. Senti Amor nos rostos dos presentes, vi a Saudade estampada nos olhares e as lágrimas que se perderam eram de uma Alegria incontida numa mensagem sem palavras mas singela de que, os Sonhos devem ser tentados até serem realizados. E esse era o segredo do meu livro: ASAS para voar, eram feitas de Amor, Saudade, Alegria e Sonhos.
As palavras, neste livro de sonhos, transmitiam fielmente as sensações que sempre senti, aqui e ali, e que agora se realizam, através do livro, no meu mundo de sonhos. Este era o meu único e majestoso desejo: ser escritor.
Ser o escritor que com as palavras juntava as pessoas. Que fazia renascer esperanças, que as envolvia em projectos conjuntos por um mundo melhor para todos.
Quando o dia raiou, despedi-me do sonho com a certeza de voltar a encontrá-lo, com a esperança de voltar a reinventá-lo, e sorri para mais um domingo.
Hoje, durante todo o domingo, vou viver os resquícios deste sonho, aqui e ali, para alimentar a esperança que sobrevive dentro de mim.
Que o amanhã me traga a realidade deste sonho!
 
14. ASAS

4. A procura

 
Tu que procuras na solidão
um espaço de reflexão dos teus passos.
Tu que procuras,
uma razão
um caminho por realizar
ou um amor por acontecer
a solução está em teu redor.
Tu que procuras uma identidade
que seja mais que a tua verdade
que a sintas sem que mintas
olha para a tua dor.

Só encontrarás alguém
se primeiro procurares por ti!
 
4. A procura

3. Garrafa

 
Como nos tempos idos, por mares nunca navegados, uma garrafa solitária trazia-nos a novidade do desconhecido. Trazia-nos, também, a esperança dos náufragos.

Hoje envio-vos a minha garrafa, completamente transparente, não porque tenha naufragado ou porque queira dar-vos alguma novidade. É porque tenho a esperança de ser lido. É porque tenho a esperança que o que escrevo pode interessar.

Se encontrares esta garrafa, neste mar de escritas plantado no Universo da Internet, ficarei satisfeito por saber-te desse lado, interligado ao momento, e se isso acontecer, já valeu a pena escrever este texto simplista da garrafa.

Muito obrigado.
 
3. Garrafa

este meu vício maluco

 
sou um dependente das palavras. hoje numa conversa terapêutica com uma amiga entendi essa realidade. percebi claramente que preciso das palavras como uma droga, e não pensem que me iludo, não, sei que essa droga não é canalizada para uma qualquer íntima artéria da arte, até porque a qualidade da minha escrita não se deita no patamar da genialidade, mas sei e sinto que essa necessidade produz efeitos fantásticos quando corre, como sempre, para as veias que alimentam o meu ego. sou um viciado de adrenalinas e egos inflamados. preciso de sentir o peso das leituras a crescerem em mim, que parte se expande nos textos que espalho por aqui, ou por ali, com a convicção de que alguém irá ler, primeiro, e gostar depois, pois são corpo do meu corpo. preciso dos comentários, embora sem eles a vontade de expor a escrita se duplique na mesma, mas cada comentário recebido dá ânimo a este meu vício maluco. escrevam beijos e abraços ou façam críticas, construtivas ou destrutivas, não importa nada, porque serão sempre comentários importantes porque preciso deles, vistam a forma que vestirem.
há vícios piores, há disfarces melhores, mas quem sou eu para negar-me tal evidência que sinto ao partilhar o que tanto escrevo, bem ao mal, pouco importa!
 
este meu vício maluco

É preciso!

 
É preciso viver. Sem fingimentos. É preciso
É preciso olhar o futuro. Sem constrangimentos. É preciso
É preciso ter consciência. Na plenitude. É preciso
É preciso gritar. Ruir os silêncios. É preciso
É preciso chorar. Amar e sofrer. É preciso
É preciso ser liberdade. Cantar e sorrir. É preciso
Sentir vontades, correr e parar, ser preciso
É preciso!
 
É preciso!

A mação podre de um pomar ainda verde!

 
Hoje já podemos ter uma plena consciência que a agricultura mundial mudou. Mudaram os cultivadores e os processos que usavam. Até a fruta já não é a mesma!
De textura aprovada e imagem cuidada, em especial na parte externa, e que ilude os que, ao longe, passam e olham, ou que não lidam, regularmente, com ela. De sabor, por vezes, estranho em que nada do que antigamente tinha um valor estimado e de grande honra tem hoje importância. Vicissitudes de um tempo moderno!
Mas não se julgue que este novo ritual afecta apenas a agricultura. Não! Afecta muito mais e também chega ao âmago de uma sociedade quase sem princípios, quer por falta de tempo dos pais ou educadores para os filhos, quer pela vida que foge numa correria estapafúrdia.
E, no futebol, a realidade não é diferente! Desporto que já foi rei, hoje é comum, em Portugal, ver-se os estádios vazios, onde existe uma forte perseguição da corrupção e onde tudo se coloca em causa.
Por isso, quando se cultiva um pomar que se quer verde, não importa apenas a textura da maçã ou da sua imagem cuidada, seja externa ou interna, mas importa, cada vez mais, o seu sabor genuíno que grande prazer saberá dar a quem sempre a cuidou, a fez nascer e acompanhou, a par e passo, numa longa caminhada de suor e sofrimento, sempre com uma rega atempada, adequada e profícua.
O problema, escamoteado, passa muitas vezes por termos um fazendeiro vizinho que assiste ao crescimento do nosso pomar com um olhar invejoso e provocador, e que, mais tarde, aceita ficar com a nossa fruta, aquela de que precisamos, seja para comer ou para dar de comer aos suínos da nossa quinta.
Dá que pensar se os métodos são os melhores ou se os valores não estarão adulterados.
Entretanto, como uma maçã podre de um pomar ainda verde não faz a regra, mas antes a excepção que a confirma, cá vamos vivendo, cada dia, na esperança de vermos um amanhã melhorado e com outro género de fruta!

Eduardo Montepuez

(6 de Julho de 2010)
 
A mação podre de um pomar ainda verde!

Sobre o humor

 
O sentido de humor é uma coisa fantástica e muito saudável! Mas o melhor medidor do homem é quando tem a coragem de fazer humor com o que ama!
 
Sobre o humor

8. Tu És especial

 
Tu és especial. Sei sempre o teu nome mesmo que não veja o teu rosto. Sei-te presente sem que sinta o teu olhar, mas sei que viajas por mim. Tu és especial.
Flor de um canteiro universal ou granjeio deste espaço crescente roubas as palavras, mesmo sem que nelas mexas, para acalentar essa necessidade erudita que tens. E eu, aqui tão longe e tão perto, faço a distribuição das letras na esperança que passes por aqui para sorveres algumas das palavras expostas ou até as frases que queiras guardar. Tu, nem sabes nem sonhas, o quanto és especial para mim quando me motivas mais escritas, quando também escreves para que possa ler-te. E nesta partilha, sem compromisso prévio, crescemos no mundo das letras e aprendemos a ser gente, com sentimentos narrados ou com gestos multiplicados.
Se o mundo fosse só eu, ou só tu, perdia-se na falta da partilha essa semente da amizade e, por consequência, a do amor e a da vida, subvertia-se o valor dos sentimentos e da gratidão de dar e receber e, ainda assim, faria sentido em continuar? Triste e só! Não! Não teria sentido qualquer passo que desse nem poderia dizer-te: - Tu és especial!
Obrigado por ser Tu, desse lado do texto, em sintonia com as palavras que nascem de mim.
 
8. Tu És especial

22. sem título

 
Trago na máscara diária o meu Carnaval
E nos dias a minha folia de ventos quentes
Sou muito mais quando consigo ser todo
Até nas horas das noites desertas
Ainda e muito, caminho de pé
Vertical aos meus sentidos – único modo
Onde a paz transpira e respira
Porque também é vida
Eis os meus passos – de pegadas longas
Em ritmos desenhados
Expostos na minha passagem.
 
22. sem título

9. Destino

 
Os machados nas mãos dos homens
Tatuaram os tempos: o invisível ainda se expande
Na inocência guardaram a respiração
Os passos acabados. Esses homens
Ensombrados pela ambição e pelo sucesso
Rumaram à morte. No ventre da mãe
De luz proeminente: um grito sábio
Dom do nascimento efémero
E do sofrimento legado.
 
9. Destino

Não! Não escrevam sobre o Escritor...

 
Morreu o escritor José Saramago!

Não! Não escrevam sobre o Escritor...
Deixem-no um pouco só. Nesta última viagem.
Não digam frases feitas e outros louvores.
Não lhe dêem medalhas e outras condecorações.
Agora de nada adianta, porque é tarde, muito tarde para o que quer que seja.

Deixem-lhe um silêncio, profundo, como a incompreensão do Mundo.
 
Não! Não escrevam sobre o Escritor...

Eduardo Montepuez
http://montepuez.blogs.sapo.pt/

O meu último livro:

"O Espírito Tuga" - LUA DE MARFIM (2011)