Sonhos azuis
A estas horas tristes
das noites invasoras
sedosas e impalpavéis
teus olhos embrujadores
cativantes e carinhosos
nascem as escondidas
em aqueles amanheceres
tão ardentes e luminosos
dos meus sonhos azuis
Os teus cabelos
Acariciei ternamente
o doce perfume inebriante
dos teus cabelos castanhos
com os dedos diáfanos
dos meus sonhos azuis
fugaces e impalpáveis
Na tua ausência omnipresente
Aquelas noites vermelhas
vestidas da tua ausência
inocente e omnipresente
vibram ainda às escondidas
nas cordas do meu coração
gemendo como um violino
transparente e agonizante
no horizonte de minha alma
Como uma flor luzente
Sinto dia e noite
essa ternura eterna
em teu olhar doce
saturado de amor
reabrindo-se
esplendidamente
como uma flor
azul e luzente
na suavidade
infinita e imensa
dos teus olhos diáfanos
sabendo ler minha mente
através de meus pensamentos
Debaixo de chuva
Debaixo dessa chuva de outono
tão tímida e quente
um guarda-chuva arco-íris
em tuas ternas mãos
e um sorriso tão vitorioso
nos teus lábios vermelhos
caminhas docemente
em direção a meus sonhos
O reflejo do teu sorriso
Desaparece
o sol triste
tímidamente
e nasce a lua
docemente
para iluminar
o reflejo sedoso
do teu lindo sorriso
que flutua lentamente
como uma diáfana flor
sobre o mar infinito e divino
dos meus sonhos de amor
Inverno no meu coração
Teus olhos
de gelo azul
iluminam
minha alma
e aquecem
docemente o inverno
no meu coração frágil
Estas flores fatigadas da tua ausência
Toma meu amor
estas flores fatigadas
malvas, mórbidas e tristes
da tua ausência persistente
nascidas nas palmas nuas
das mãos vazias, implorantes
do meu infinito pesar insistente
e estas fragrâncias floridas e murchadas
no meu pensamento profundo submergindo-se
no silêncio tão eloqüente do teu suave sorriso
à sombra da tua ausência obstinada e invasora
navegando como um veludo reflexo de uma flor
vermelha no espelho surdo da minha memória
e do todo meu ser e da toda minha mente
estas flores inconscientes e amargas
abertas na orla de meu coração
essas sementes cegas do amor
reverdecendo e assombrando
minha alma às escondidas
através da minha decepção
E quando eu sussurro seu nome
Uma pequena flor silvestre
fresca, branca e tão frágil
em seu cabelo brilhante
e um sorriso luminoso
em carmim encantador
dos seus sedutores lábios
roçam tão docemente minha pele
e o bater do meu coração sonhando
quando eu sussurro seu adorável nome
cada dia e cada noite às escondidas
através de minhas memórias sonolentas
que vão florecer tão suavemente
nas pupilas infinitas e profundas
dos seus olhos adormecidos
na luz azul dos meus sonhos
Tua ausência
Sob aquele suave encanto
dos teus olhos doces
azuis e sorridentes
que atormentam-me
dias e noites
cada momento
através de meus sonhos
esplêndidos e errantes
roço, toco e acaricio
com tanta ternura
tua ausência inocente
tão fiel à minha presença