De corpo e alma
Entreguei-me de corpo e alma,
Como um ovo na tua palma...
Deste-me apenas os teus restos,
sem amor nem afectos,
mas eu sempre persisti,
Por tanto gostar de ti!
Hoje, encontro-me só...
Meu coração é um nó!
Deslaçará para ti...terei calma!
Amodio
Brota o amor como o rebento da terra,
Jorra o sangue pelas veias -
o coração acelera...
tudo devido à emoção gerada,
tantas vezes em vão,
pois nem sempre o alvo se interessa...
Acumulam-se magoas, instala-se a desilusão!
Sentimento cruel, este do amor...
Ninguém é fiel...vive-se na dor!
Murcham as folhas,
Esmorecem os verdes
Formam-se bolhas,
Assanham-se os acerbes...
Quero ser o teu livro!
Edita-me por favor:
Estuda-me inúmeras vezes,
Acariciando-me com o teu olhar…
Admoesta os desacertos que encerro!
Fecha e torna a abrir-me,
Libertando o meu génio -
Quero ser o teu livro!
A dimensão do amor
Será que os homens amam como as mulheres?
Às vezes parece que não, que carecem de coração…
Será esta uma delação injusta, sem razão?
Assemelhando os garfos às colheres…
Muitos dizem ter de diversificar o prato!
Elas – começam a imitá-los…
Em certos cercos são galinhas e galos,
E noutras paragens, gata e gato!
Constroem-se inúmeras capoeiras
Que enchem ao o por do sol,
E aonde o duro predomina o mole…
Lá dentro é só baboseiras!
Abandonados...
Sinto raiva das pessoas que abandonam os animais,
Deixando-os por aí ao Deus dará
A mercê dos bons corações;
Que sabem o que eles sofrem,
O infortúnio que podem causar…
Coitado do bicho atropelado
Na berma da estrada desprezado – ninguém o vê!
Sofre noite e dia até que a morte o leve…
Outros ainda, provocam acidentes desastrosos,
Destruindo vidas humanas, lares, famílias…
Tudo em nome da negligência humana!
Amar só com o corpo
Será que um dia aprenderei
a amar só com o corpo;
sem afecto nem sentimento...
como a suína e o porco!
Que é possível já eu sei,
pois existe muito desse borco...
é o grande entretenimento!
Basta entregar o corpo...
esfrega aqui, esfrega acolá - extasiei!
Correcção - quanto me revoltarei!
Memorandum
Na minha biblioteca obscura
Restam-me os pensamentos
Dum grande ser miniatura
Por quem passei mil tormentos
Dedico-te mais esta leitura
Relembrando os bons momentos –
Com palavras, versos e postura
Para ti virei os ventos
Amei-te com toda a doçura
Tivemos milhentos ardimentos
Partilhámos carícias e ternura…
Não toleraste meus lamentos
Na minha biblioteca obscura
Te escrevo mil beijos ternurentos
A função das unhas...
Segundo um inquérito científico efectuado e apurado pela NATO, num claustro em Incisões, Leiria, as unhas têm apenas uma função!
A investigação foi realizada durante 5 anos em monjas enclausuradas que recebiam semanalmente uma visita eclesiástica baptismal, mas comunicavam doutras formas (telemóvel, e-mail, etc.) com o cura. Veio a provar-se cientificamente, que estando habituadas a esta rotina, as eremitas ficavam perturbadas cada vez que o costume era alterado.
Acrescentamos ainda que se tratou dum grupo de fêmeas do signo Leão, que necessita de bastante atenção, e que o cura era um Aquariano; liderado pela intelectualidade, independência e amor pela comunicação.
Ora, confirmou-se então que quando o padre estava demasiado ocupado e se esquecia de enviar uma palavrinha doce às freiras estas sofriam um aumento no crescimento das unhas. Por isso, na próxima visita clerical, o cura saía sempre com o sinal da cruz nas costas, e então, exigia-lhes que passassem mais tempo a cortar as unhas…
O ensaio revelou igualmente que as monjas com unhas mais compridas fruíam de maior sensibilidade nas pontas dos dedos, o que foi comprovado pela rapidez com que estas rezavam o terço nos seus colares de pérolas! Ámen
Não sou teu livro
Não sou teu livro...
apenas um capítulo na tua vida!
Mais um ser magoado por te amar...
efémero como o vidro!
Nenhuma das minhas páginas foi lida -
Não me pude lamentar
Daquele momento tão sofrido!
Sou poema...
Sou poema de fácil interpretação,
Minhas quadras de amor e desilusão
versadas com encanto e paixão.
Almejei sonhos maravilhosos
agora distantes e nebulosos
Eis aqui mais uma canção
Duma alma em contemplação;
És minha ave de arribação
Que entre o bater das asas
Me destroças e abrasas...