JAMAIS
Jamais pedi que me amasse
Muito menos implorei por um carinho seu
Não pensei em ser sua companheira, nem amor de uma vida
Nunca havia acreditado em alma gêmea, nem até que a morte nos separe
Mas a verdade é que eu não quis...mas vc tanto quis
Que acabei acreditando neste seu amor incondicional
E me deixei ser amada por você
Quando ali estava embrigada de tal sentimento
Não soube se era certo sentir
Pois o sentir trazia brisa
Noutro dia feridas
De repente uma lágrima brota de seu rosto
Porque um ser carente se sente só
E não pude suprir esta falta de amor
Quis corresponder
Mas nunca soube o que é doação
E como consertar erros?
Impossível trazer passado ao presente
Novas pessoas surgem, novos amores
Mas jamais pedi que me amasse
Se me amou não deveria cobrar tanto
Se me amou deveria saber que quem ama muitas vezes sofre
E que jamais pensei que meu amor era invisível aos seus olhos
E que meus gestos eram apenas gestos desprovidos de sentimento
Não me culpe por suas fraquezas, nem seus problemas
Quem um dia declarou amor eterno
e noutro disse: te odeio por te amar tanto
É um ser que esqueceu que não existe amor perfeito
Existe amor, com seus nuances de dor, de alegria
E se queria um amor de novelas
Desculpe, esta não sou eu
Não preciso disputar forças para ser alguém
Nem me submeter às suas vontades para ser feliz
Jamais pedi que me amasse
Mas se me amou deveria ser mais humilde
Abaixar este maldito orgulho
Ser sincero consigo mesmo
E parar de agir como se a vida tivesse uma segunda chance
Jamais pedi que me amasse
Mas se não foi possível evitar
Que pelo menos acredite que não foi em vão
Jamais foi em vão
Jamais
NADA MAIOR
Não se pode medir sentimentos, nem a intensidade com que o peito bate
Não se pode descrever algo que nos eleva e nos faz ainda maiores como seres humanos
Não se pode dizer aquilo que não se sente, nem afirmar algo que jamais existiu
Mas posso dizer do amor que tive, dos momentos em que fui extremamente feliz
Posso falar do ar pueril e sensual que havia ao seu lado, da brisa fresca e da boca a amar
Posso falar do calor de nossos corpos e das juras feitas
Das mãos dadas, do abraço apertado, das almas unidas
Dos dias e noites, de uma vida, uma história...
Não se pode dizer que nunca se amou, quando a ausência toca o viver
Não se pode calar a falta, quando não se cura uma dor mal curada
Simplesmente porque não há nada maior
Algo que seja maior
ou mais puro quem sabe ... que este amor
amor nosso...
Amor meu, amor seu.
Amor meu, que cresceu aos poucos e se fez forte e duradouro
Porque nos seus olhos me encontrei
Em seus braços me refugiei
Em suas palavras acreditei
E em você enfim...
minha razão de ser feliz
Por isso digo
Nada maior...
nem mais sublime
nem mais poesia existe
que a do nosso amor...
Nada maior...
LEMBRANÇAS
Olhando este velho retrato
Faces sérias, um sorriso falso, um coração vazio
Ao seu lado um sonho ou uma prisão...?
Perguntas sem resposta e um desejo de ser livre
Livre deste sentimento que assola em meu peito
Algo incompleto é ter você ao lado e sentir solidão
Você não sabe, nunca saberá que quem te amou fui eu
Seu amor foi pouco demais para me saciar
Saciar a vontade de viver, de ser especial, de se sentir única
Você somente aprendeu a odiar,
Seu amor é tão negro e doentio
Eu só sei perdoar,
Meu amor é puro e vasto
Tantas diferenças
E aqui entre recordações não quero mais...
Não quero mais seu toque, seu sorriso, seu carinho
Não quero promessas, brigas, crises
seu coração não pulsa, não sente
Sua alma se tornou fria, seca, assim como suas palavras
E de meu rosto não verás lágrimas rolarem
Você não merece um minuto de minha atenção
Um ser cruel, desumano, e que não sabe ter piedade
Meu amor se foi, como brisa depois de uma grande tempestade
Amor antes lindo e intenso, tornou-se vazio
Sou vida, intensidade, luz
Você escuridão
Este velho retrato, uma luz na escuridão
Hoje uma escuridão sem tamanho no meu ser
FERNANDA DE SÁ E B. CARNEIRO
HÁ UM TEMPO
Há um tempo em que não se diz volte, e sim adeus
Há um tempo em que não se luta, e sim simplesmente se aceita
Não se fala em amor, apenas em solidão, dor...
Há um tempo em que as pessoas não sentem mais,
Se calam apenas, choram em silêncio
Perdem seu amor, seu sentido de viver porque faz parte do destino
Sem esperança, sem conquista, sem flores e serenatas
O que há comigo, com você que ainda sonha?
Qual será aquele que nos dias atuais sabe o valor de um sentimento?
Há um tempo em que se distanciam as mãos
O corpo se dá por um minuto de prazer
A alma é calejada, e os dias tão vazios
Quem sou eu que tanto procuro por você?
Aquele que em meu corpo vai se deitar e me amar em plenitude
Não por ser bela, mas por querer mais que a si mesmo
Porque aquilo que sente é mais sublime
Há um tempo em que o passado é esquecido
O futuro ansiado, e o presente mal vivido
Há um tempo em que tudo se torna efêmero
Passos e vozes, rostos e palavras que nada representam
e eu ardendo em febre à sua procura como ficarei?
Se você parte para outro lugar, esquece de tudo
Do que fomos, do que sou, do que foi para mim
Por que mais uma história acaba sem o final feliz?
Por que somente em filmes podemos ver um final feliz?
Por que procuro e ainda não desisto?
Por que há tempos de alegria e dor?
De perda e de glória?
Por que minha vida é intensa e sou vida
Sou luz, sou maestria, sou amor
e este amor me move, me transforma...
Porque há tempos e tempos...
Mas a história se repete
Um alguém a amar outro alguém
e este alguém talvez esqueceu de amar
ou simplesmente acredita que muitas coisas são mais relevantes
que perder tempo em amar
Há um tempo em que não se sabe mais amar
autoria: Fernanda Carneiro
Direitos Autorais Resevados
Por que
Por que todo amor um dia fere?
Toda brasa esfria e toda dor aumenta a ausência?
Por que o primeiro amor é sempre inesquecível?
E a mão que ama apedreja no momento de discórdia?
O melhor amigo é o primeiro a magoar e a dizer coisas absurdas?
Por que o destino nos prega peças?
E o sorriso de uma criança é a demonstração plena de pureza?
Por que por mais que tentamos consertar os erros, mais erramos?
E uma vez pedir desculpas, para sempre ser recriminado?
Por que o amor não sabe medir palavras, e mesmo amando machuca?
A alma por vezes clama por mais, e o mais não é suficiente?
E os beijos ás vezes são frios quando não é a pessoa certa?
Por que um dia eu te conheci?
Será o amor?
Por que sentir se isso me trouxe vida e depois a morte?
Por que chorar, se em outros braços pude sorrir?
Por que ainda acreditar que você pode ser meu, se nem ao seu lado era feliz?
Por que muitas coisas acontecem sem explicação
Deus sabe o momento certo de tudo acontecer
Desde o primeiro olhar, até o fim
Nada é por acaso
isso eu sei
nada é por acaso
HOJE ESTOU MUDA, EXTASIADA
Hoje estou muda, extasiada
Como se a palavra quisesse faltar
Como se meus sonhos estivessem parados, intactos
Hoje não me resta mais nada
Além das lembranças de você
O primeiro toque, o beijo
Sua barba roçando minha pele
O calor de suas mãos segurando as minhas
E seus lábios percorrendo a face lentamente
Seus olhos me fitando descaradamente
E eu, ingênua, tola, entregue aos seus encantos
Hoje algo me deu vontade de você
E ainda sinto o cheiro de sua presença
E nossos corpos alados, unidos
Não quis que se fosse
Nem quis dizer adeus
A vida se encarregou de levar você
E quando lhe vejo, me perco, me acho
Tento achar um meio de dizer...
A palavra enrosca, estremece, cala
Não quero ser frágil diante de seu rigor
Nem a bibelô para estragar com seus sonhos
Apenas quis ser o seu amor
E nas minhas complexidades não soube zelar
Não soube cuidar do nosso ninho
E hoje, exatamente hoje me peguei assim
Muda, extasiada
Como se a palavra quisesse faltar
Como se meus sonhos estivessem parados, intactos
Hoje não me resta mais nada
Além das lembranças de você
Ele
Ele que mexe com meu íntimo
Ele que tocou-me a primeira vez, que descobriu o significado do meu silêncio
Ele que acalmou a minha dor, saciou a minha vontade de ser amada
E neste fim, ele se foi,
Mas que volta e me tormenta
Sempre a mesma história com este mar de lágrimas
Ele que modificou o que eu pensava ser e de repente diz adeus
Como pode tal coração?
Um coração desumano, sem sentimentos
Frio e calculista
Ele que se vai, depois que me fez feliz como nunca o fora antes
Meu amor, meu amigo
E outra vez estou a pensar
Por que me amou tanto?
Por que me desejou tanto?
Não tem coração?
Me fez amá-lo para depois dizer nunca mais
E por que mesmo amando não cede por um maldito orgulho?
Que amor é esse que diz que sente neste peito se ao menos não sabe ser humilde e admitir que ama?
Tantas perguntas sem respostas
Mas foi Ele
O meu amor...
QUERO TE AMAR
Quero te amar em cada momento
Seja na chegada ou na partida
Quero te amar porque amando vc amo a mim mesma
Porque aprendi a te amar tanto...
Que não mais te amar seria como tirar a vida
Sugar a energia que me mantém firme
Te amo embora vc esteja longe de meus olhos
Mesmo não sabendo, eu te amo
Porque vc fez diferença
Marcou presença
Vc não foi apenas uma página virada de um diário
Nem uma parte da história que logo se esquece
Vc foi e continua sendo parte de mim
Em meu ser está vc
Em cada palavra dita a saudade...
Por que nem sempre podemos prever o futuro
E mesmo distante sinto que vc sente o mesmo
Sente falta, mas quem sabe o erro foi o amor
Um amor para dois corações que não sabiam mais amar
Um querendo machucar mais que o outro
para mostrar superioridade, poder, não sei...
Um querendo ser mais frio para não demonstrar o desejo
Por dias e noites pensei que seríamos um só
Nunca imaginei o fim
Mas fico feliz
Porque te amei
E assim me amei
Vc faz parte de mim
Metade que ficou
Quem sabe este sonho não acabou
E estas lágrimas que ora derramo
serão amanhã um sorriso
E o olhar será sereno, completo...
FERNANDA DE SÁ E B. CARNEIRO
SIGA SEU CORAÇÃO
O caminho pode ser tortuoso
Os dias podem ser frios
As mãos vazias e o corpo ferido
Mas se você seguir o que diz seu coração
Ir em frente, poderá ser muito feliz
A alma pode ser calejada
A poesia faltar no seu viver
Mas se seguir seu coração
Pode transformar as lágrimas em sorriso
A dor em amor
A ausência em calor
Você pode não mais crer nas pessoas
Pode não abrir seu íntimo
Fechar-se num mundo só seu
Mas se por um minuto seguir seu coração
Pode mudar e muito seus dias
Trazer luz quando antes era só escuridão
Vontade e paz onde antes habitava a solidão
Porque viver é acreditar
Apenas siga seu coração
VESTÍGIOS
Uma gota, uma lágrima rolando sobre minha face
Uma saudade, um sorriso melancólico...
Uma alegria falsa, dias que simplesmente passam
Quando ontem mesmo estive tão perto e...
Hoje tão longe, ainda sinto-o tocando minha alma
É estranho conviver com aquilo que é tão forte
aquilo que tira a fala, maltrata o coração
Por vezes sonhei, acordei e só estava
Por vezes acreditei, amei e só continuava
Por que apesar de tudo, mesmo ao seu lado
Ainda me faltava algo? Ainda sentia ausência?
Você não sabe amar e eu amo demais
Você não sabe se entregar e eu já esqueço do que sou
Tantas diferenças, tantas dúvidas cruéis
Sentimentos opostos
Ódio e amor, ou será que ainda existe o amor neste peito?
Bondade, maldade, já nem sabemos nos tratar bem
Cortes, cicatrizes profundas nos impedem de sermos melhores
Não acredito mais em salvação
Mas...
Por vezes vejo o futuro e metades que se completam
E ao contrário, você só enxerga dor e separação
São vestígios que restaram de nós
Vestígios que ainda me fazem relembrar do que fomos
Do que nasceu tão puro e bonito e tornou-se negro, doloroso
Vestígios que o tempo não apaga
Vestígios dentro de cada um de nós...
Autoria: FERNANDA CARNEIRO
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