Constante
Acordei chorando,
Acordei com dor
Quando acordei, chorava
Ao acordar doía tanto...
O choro e a dor despertaram-me
Houve choro e dor,
Nem sei se dormi,
Mas acordei.
Ainda dói.
24.02.13
No Palácio onde moro...
Lá, aqui dentro, ali mesmo, naquele cantinho...
Consegue ver, visualizar, enxergar, pressentir ou imaginar?
Pode ser que sim, ou pode ser que não. Na verdade não importa quase nada, apenas que anseie algo maior que você mesmo. Que sorria por dentro e troque o nome de algumas coisas, rosas, idéias, pensamentos, extratos de filosofia e tal...
Mas ainda assim, não importa nada, não importa muito, o muito é muito pouco ainda.
Mas afinal, e então... O que tem isso e aquilo?
Feijoada no Copa, chopp na Lapa, festa no Bola Preta...
E o que tem isso?Nada de mais se for sem sentido.
Mas seja o que for sentido, eternize de dentro pra fora. Pode ser por uma metáfora, pode ser na paz e na guerra. Não importa tanto, apenas seja, haja, sinta,viva!
quando o Amor acontece!
Mãos macias, gentis
mãos de mãe
mãos de amigos
mãos de quem ama
olhos serenos
cansados ou deileitados
olhares que afagam
um olhar que vê...
Aquele sorriso que é tudo
Que te faz retribuir
mesmo que não esteja
com vontade de sorrir
isso acontece quando
temos alguém realmente
especial e para quem
somos realmente especial
É quando o Amor acontece!
Meus ais
Bem aqui dentro, há duas de mim.
E mais algumas ou outras espalhadas
Em dias de férias ou de chuva.
Mas estas, aqui dentro,
Fazem o que sou o que quero ser
E o que raramente ouso revelar.
Em algumas horas tudo pode findar
E eu já não entenderei as leis que fiz.
Os sentimentos que habitam
Nesse momento podem libertar-se de mim
E reinventarem a liberdade que
Busquei toda uma vida, ou em todas
As minhas espalhadas por aí
Nesse mesmo tempo.
Preciso descobrir-me
Enquanto ainda penso,
Enquanto ainda lembro...
Quero reinventar-me
Ser outra eu, ser outra nós.
Esse dom em mim já foi
Bem mais natural...
Agora tenho que ir muito longe
Para alcançar essa reinvenção.
Quem sabe profanar-me!
Resgatar-me, ou seja, o que for.
Mas tudo com muita dor e dificuldade.
Valerá a pena ainda?
E se eu realmente conseguir
e acabar me encontrando?
Aí então não me reinventarei nunca mais.
Talvez seja bom, ando tão cansada!
Então me pergunto:
Qual o sentido disso tudo?
Esta resposta não me vem aos lábios,
Mas a sinto dentro de mim.
É uma necessidade latente.
E cada um tem a sua própria resposta,
De acordo com suas ações e pensamentos.
Eu sou apenas o que sou.
Descubra-me, por favor.
No compasso do coração
No viver, o amar
No sorrir, o acordar
No caminhar, a certeza
O fruto?
Mesmo que seja:
O pecado, a queda
Haverá noutro dia
A Esperança!
Tudo ainda pode
Realizar-se.
Ao aprendiz,
O aprender!
Inquietudes d'alma, minhas lamentações!
Somos todos incoerentes em algumas oportunidades?Ou são coisas de raro acontecer?Salta-me aos olhos os infortúnios dos outros e quase sempre a mim, escapam os meus. Esqueço de justificar meus xingamentos, ou não os levo por conta de pecadilhos. Não sei ao certo. Mas sei que nem tudo é eterno e nem sempre vem a tempestade. Que a quietude vem como brisa, mas que o vento chega à surdina. Que o estrago no coração pode vir de quase nada, mas que esse mesmo coração pode suportar quase tudo. Inconstâncias ou incoerências?O que mais eu sei, além de que nunca é o suficiente?Sobram-me boas razões. O vendo sudoeste vem vindo... Sinto-lhe o cheiro. Daqui, vejo ao longe um barco à deriva. Seu ocupante não lhe sentiu ainda a brisa de aviso, aviso de mudanças... Esse vento poderoso irrompe quase sempre ao anuncio de ventos, tempestades, mas quando o sudoeste se infiltra nalgum coração desavisado, ai! Aí me acode os cuidados com a alma... Ele faz um estrago imenso, mas também promove boas mudanças, necessárias mudanças. Da ultima vez que me veio um sudoeste para afligir-me a alma, senti-o como alerta... Tudo me foi tirado. Não tive tempo de nada. Vi tudo indo como numa enxurrada... Lavou-me o corpo, sumiram todas as marcas. Tudo virou ex-amor. Fui renovada. Hoje a tarde senti o tal calafrio... Pensei em acender uma vela, pedir, implorar, mas por fim, lembrei da primeira vez... O sudoeste veio na hora certa... Quem sabe esta é a mesma hora?Eu não queria, nem estava mais pensando nisso como há tempos atrás, mas as mudanças acontecem quando são precisas, e os ventos impetuosos não pedem licença ou autorização. Já me vejo só, de pé no portão... Olhando pela janela, sentada numa praia, lendo um livro bom e gasto por suas repetidas leituras... No calor, no frio, tanto faz... Sentindo a brisa de qualquer outro vento. Não há como evitar.
Algaravia Silenciosa
Nos sons que penetram minh'alma
Pouco deixo a descoberto
Muitos pretendem dizer de mim
Colhem os sons e deixam silêncios mórbidos
As cartas de amor soluçam
Os poemas deturpam
E não sei mais dizer amor
Onde foram? Calaram-se os improvisos
Fecharam-se as entradas
Estão selados e camuflados
Aqueles que um dia sabiam responder a altura
Dos muitos cantares, nos muros mais altos
Nada há o que restaurar, foram submersos
Parei entre caminhos
Não posso escolher areia ou mar
Debruço-me e não consigo equilíbrio
Tenho medo de cair
Desejo cair
Mas sempre me trazem à tona
Aqueles mesmos antigos versos
Que já socorreram tantos amantes/amores
Olham para mim...
Não sei o que vêem em mim
Mas salvam-me assim mesmo
Só me resta Pasárgada....
Aqui... Sou amiga de quem?
Aridez
Áureos tempos de antigas paixões
dantes, desamantes, por falta de compaixão
agora, obra da vida, dissabores...
Consolo de tantas aflições
deixados a beira da longa estrada
Caminhadas no Saara,
miragens e alucinações
Pássaros perturbados,
bandos desavisados
se entregando as paixões!
Ainda não sabem, mas não há saída!
Aspergem sobre si mesmos o golpe
profundo daqueles que findam sós em seus corações
mas vivem seus dias buscando...
O amor /desamor
mesmo que os faça ferir,chorar
acorrentados ao sentimento que lhes...
Mate a alma ao chegar.
Estrela da Manhã
Brindo a você que está em paz, feliz. É um raro dom o de perceber o que se tem ou o que se é, e acima de tudo, conseguir ser feliz com o que se tem e com a verdade que carrega de si mesmo.
Brindo a você que na loucura de fazer o que acredita, enfrenta a voz que te clama pecador!
E brindo a você que diante dessa inveja insana, muda tudo dentro de você e parte para tentar a mesma felicidade que abalou seus alicerces.
Brindo a você que não tem coragem, mas participa da felicidade de outros que a tiveram.
Brindo a você que carrega em meio as cinzas da esperança o dom de ser feliz.
Brindo a você que chora e ri de si mesmo e da nulidade de carregar seu fardo tão só.
Brindo a você que apesar de TUDO, ainda quer viver, sonhar , errar e aprender.
Brindo a você quando me olho no espelho e percebo que poderia ter mil vidas diferentes da que tenho.
Mas principalmente brindo a você que consegue perceber o extremo esforço que faço para renovar-me a cada dia, voltando a minha essência.
E brindo a mim, a quem a estrela da manhã vem serenar com o seu terno adormecer, nas brumas de tantas fantasias vividas e desejadas na vida que eu gostaria de ter, e nunca terei.
Viva...
Já podes voltar a tua forma original
Cuida de tudo aquilo que adquiristes
Renuncie ao que foi conseguido com sangue
Mesmo que tenha sido de teu sangue
Escondas o rosto, alivies a culpa,
agora já nada podes fazer
A noite caiu!
Mas amanhã o dia vai raiar
Sua alma voltará a aquecer
E você voltará a sorrir
Por um pouco mais de ferrugem
A alma obscurece o brilho dos olhos,
Não deixe isso acontecer
Vá a países cinzentos,
Resgate os velhos sonhos
Viva e deixe viver.