A Alma do Meu Pai
Enfeitei um vasinho, dando adeus,
Coloquei flores brancas em volta,
As Reguei com choro, dizendo a Deus:
Há de germinar na nuvem que é horta!
Plantou no ventre da mãe seis sementes,
Só uma não vingou, secou bem nova,
As outras floresceram saudáveis e contentes!
A vida é jardim que sempre se renova!
Minha mãe natureza se pôs a chorar,
Com as pétalas dele nas mãos, em vosso lar...
Abracei mãe Maria, afaguei o choro dela,
E Disse: Ele agora é alma no vaso da vossa janela!
Pergentino Júnior
Enviado por Pergentino Júnior em 12/08/2011
Código do texto: T3156009
Seja o que Deus Quiser
Que seja um laço feito à mão,
Que seja a dor chorada em versos,
Que seja um quadro todo velho,
Seja o que for, eu só quero mostrar!
Que seja um abraço apertado,
Que seja um beijo demorado,
Que seja o silêncio em mim calado,
Seja o que for, eu só quero sentir!
Que seja um sonho impossível,
Que sejam bons momentos com amigos,
Que seja um amor de carnaval,
Seja o que for, eu só quero viver!
Que seja uma música do Dead Can Dance,
Que seja o apito da leiteira que ferve o leite,
Que seja o barulho do motorzinho no dente,
Seja o que for, eu só quero escutar!
Que seja o sol às 17hrs,
Que seja a flor que desabrocha,
Que sejam senhores jogando bocha,
Seja o que for, eu só quero ver!
Que seja suco de limão ou de amora,
Que seja açaí com leite ou Coca Cola,
Que seja cerveja num boteco lá fora,
Seja o que for, eu só quero tomar!
Que seja pega-pega ou pique-esconde,
Que seja pipa ou pião,
Que seja stop, rabiscado no papel de pão,
Seja o que for, eu só quero brincar!
Que seja Albert Camus ou Paulo Coelho,
Que seja Ziraldo ou Maurício de Sousa,
Que seja Veja ou Estadão,
Seja o que for, eu só quero ler!
Que seja agora ou depois,
Que seja daqui um mês ou um ano,
Que seja com chuva ou com sol,
Seja o que for, eu só quero
Que seja o que Deus quiser!
Publicado no Recanto das Letras em 05/01/2010
Pergentino Júnior
Publicado no Recanto das Letras em 10/03/2011
Código do texto: T2839749
Sabes Como Eu Te Amo?
Vou dizer como eu te amo:
Eu te amo sob a sobra da minh'alma,
Que por um momento pede morte
Pela dor de amar e pela dor de não ter!
Eu te amo pelo simples fato d'eu
Poder respirar na lentidão da vida e,
Se por ventura Deus me levar,
Continuarei a te amar na morte,
Até o dia q'eu respirar novamente!
Eu te amo pelas canções cantadas,
Amo pelas vidas passadas e
Pelas mais formosas rosas que
Nas noites orvalhadas choraram sozinhas!
Te amo no escuro, amo no claro,
Amo com a luz do sol, amo
Mais ainda com a luz da unica vela
Q'eu tenho para orar, rezar e suplicar
Pelo teu amor novamente!
Te amo bem antes de ter sentido tal amor,
Pois sempre sonhei com ele e, hoje sei
Que meu sonhar não foi em vão, q'eu sempre
Estava certo de que meu sonhar era futuro!
Eu te amo mesmo no esquecimento do corpo,
Mas lembrarei na lucidez d'alma...
Te amo até na raiva do meu ser, mas o bom
Da lembrança ama mais que toda raiva d'um ser!
Te amo com meus olhos que a terra há
De comer e, continuarei te amando com
O pó dos meus olhos depositados no ossário,
Junto com meus resto que continuaram te amando!
Te amo e, te amarei com minh'alma,
Mesmo que ela fique perdida no limbo por
Falta de evolução!
Te amo, te amarei em outra vida,
Logo q'eu sair gritando das entranhas da minha
Mais nova mãe, que me amará como o mesmo
Amor q'eu te amo hoje e sempre!
Pergentino Júnior
Publicado no Recanto das Letras em 24/02/2011
Código do texto: T2812532