Dar é uma bênção sinal de imensa estima de poder o pobre esmolar a rogo, a preceito e se se propiciar dar algo, dar a alguém sem se bastar um jantar partilhado ou repasto para aconchegar um sentimento singelo ou um grande abraço sincero e capaz da alma aconchegar qual sol de verão que a sombra trás no regaço ou o vento que a frescura faz irradiar. Dar, sentimento nobre e difícil de administrar das reações que podem sobrevir de encanto, de alegria e de gratidão em sonhos de um novo devir entre mensagens de continuada felicitação Por ajudar um velhinho a erguer Ou dar uma caricia a uma criança O que dar nos pode valer Uma vida com perseverança não ter e dar João Garcez, 12/12/2016
A tua mão perdida entre a minha Num aperto que desejo prolongar Apertei e senti que te tinha A meu lado para abraçar Não consigo esquecer esse aperto Aperto louco dos ossos a estalar E sentir o meu coração aberto Para hoje e sempre te abraçar As mãos acorrentam-te ao coração Com uma força capaz de arrebatar O que de melhor há numa paixão Quando as mãos se tenham de separar Mesmo distante senti que te tinha Apertado a mão, não estava a sonhar E ouvi-te dizer que és minha Era o desejo de te reencontrar. JJG. Março, 28 2016
Rouba-me já um beijo Abraça-me enrola-te em mim Despe a tua alma e faz-me sentir Todo aquele meu desejo Que se pode dar no meio de um beijo Diz-me o que estás a ser Diz-me o que desejas enquanto me beijas Abraça-me nesse coisa única Que é sermos um só desejo Nesse abraço, nesse beijo Alcança o pleno desejo Diz-me a alegria que estás a sentir Partilha esse prazer enorme Que é dar um beijo Que dar-te tudo num abraço Que é ser o teu home Nem sei o que te faço Sei quando me imploras Sei que me diz enquanto choras D’alegria enorme desse caso Rouba-me um beijo Cumpre a penitência desse ato libidinoso Manda-me fazer o que mais desejas Nesse ato glorioso Dá mais um beijo No amor que seja roubado
No beijo roubado eu sinto-te sedenta, o corpo que arde pelo desejo de ser possuído. No beijo roubado passas a ser a minha , nesse acto deliciosamente libidinoso! E não pretendo redimir-me. Assumo o pecado e cumpro a penitência. E faço-te cumprir tuso até ao fim, como gostas, como pedes, como imploras! Gosto que me roubes beijos porque... ...AMAR é também roubar um beijo!
Muitos, mas mesmo muitos queriam saber O que é a verdadeira amizade Porque gostariam de ter Um coração a bater Com muita, mesmo muita ansiedade Por uma noite mal passada Uma doença que nos surgiu Ou uma qualquer trapalhada Com que a vida nos distinguiu A verdadeira amizade É essa alma que nos consola Que nos consegue compreender E está sempre a nosso lado E nos ajuda a viver.
O MUNDO MEU FILHO O mundo que foi criado para ti meu amor, sem medos É um mundo onde a criança é a prioridade Sem discriminação, rara é essa a realidade Visão da lupa que firme seguro na caneta entre os dedos. Vivemos anestesiados, mas nem por isso paramos Construímos barragens, produzimos e geramos Contemplamos os rios correndo velozes para a foz Com a energia, a força, a magia que será a tua voz. Porém de pressentir tamanha beleza, dá-ma certeza Dá-ma e sereno posso ir embora e te bendizer É bela a vida, e maior certeza não se pode ter Seja do povo, do burguês, do palhaço ou da nobreza. O sentido da vida é algo que cada um de nós pontua Cria para si para todos os demais todos os pontos finais Procurar e encontrar apenas o vazio, é realidade crua Saber influencia os acontecimentos de si e dos demais. João Garcez,27/11/2016
Somos os verdadeiros actores deste mundo. Aprender é a nossa natureza. O conhecimento pode influenciar os acontecimentos.
A chama embalada pelo vento dança entre um turbilhão de pensamentos Impossíveis de saciar. Lastimando tua ausência, entre as sombras fugidias, entre o calor e o frio, entre o estar ausente ou presente. Há algo que não se alcança. Vejo o teu semblante procurar o meu, e foge. Finjo tocar-lhe e não o sinto. Escoam palavras que soam tuas - serão sonhos? Ecos? O serão despido de gente, não pode ser serão. São promessas falhadas, Falham as promessas mais desejadas. Houvesse impossíveis E estarias aqui A ouvir este vento Que contigo senti A adoçar as angústias escondidas A sentir cada verso que te leio Cada traço que percorro Nesta ansiedade, neste desejo de te ver embalada pelo vento afagando meus pensamentos. João Garcez, 17/12/2017 [/center]
Acordastes bem hoje? Ou acordastes como todos os dias... Sentimentos assustadores? Não? Pois não. Acordastes cheia, sabes que me tens sempre.
Acordastes vazia? Vazia de sentimentos? De emoções? Querias-me a teu lado? Era isso. E eu queria lá estar. Dava-te o alimento como mais ninguém te deu. Enchia-te de emoções como ninguém te encheu.
E chegado aqui estou encantado, sabias? Estar a teu lado é sentir uma maresia Uma frescura e uma leveza de vida Tu, que pé ante pé fizestes crescer esta floresta de emoções.
Entendi tudo. Pode-se ser muito, sendo-se nada. Pode-se dar tudo, sem pedir nada. Pode-se estar perto, sendo de longe. Pode-se abrir o coração, estando fechado nas suas emoções. Pode-se dar a conhecer o nosso mundo, sem escancarar a intimidade. Pode-se entrar devagar, ficar e deixar marca profunda.
Mais profunda do que as palavras deste poema, Que dia a dia cria novo tema E de alegria me inunda. Coisa mais profunda.
Penso em ti em cada segundo Porque nunca deixastes de existir Fazes-me sentir bem profundo A razão, a alegria, a esperança no porvir Saboreio teus desejos mais profundos Vagueio entre sonhos de saudade Aconchego-me nos desejos mais imundos A solidão é o espaço de liberdade O desejo tira-me o respirar Mergulho no profundo do teu ente Mais que nunca oiço o tilintar Do coração que abraço fortemente Quando a palavra soa a espaço E sinto o teu mais profundo respirar Todo em ti eu me desfaço Tudo me tiras, quando acabastes de dar Quando esqueço que existi Lembro o sorriso que é teu Deus sabe tudo quanto vi No teu coração que é meu…
Estou à espera Que esperas tu? Que fujas de onde estás presa. Que sejas o que queres ser. Que não faças a vida esperar. Vai faz a tua vontade. Entrega-te ao teu desejo Mata a esperança declinante. Ousa ter, Usufrui do que a vida te dá. A vida escoa-se Anda, vem daí. Estou à espera. Posso esperar? Sei que não queres, mas espero. Estás bem, confortável, na poltrona revestida de encanto e júbilo. A vida chama por ti. A vida está em chama. A chama não é eterna. Sei que não queres, desespero não sei quando desisto. Mas resisto! Onde espero? Posso esperar? A vida chama por ti. Espero aqui, acolá ou além? Espero bem perto de ti. Não vês, sim eu sei. Não me vês à muito tempo. Gostas de me ver? Quero estar perto de ti. Leva-me contigo, se queres. Queres mas não podes Desejas mas estás indecisa. Sabes o caminho? Então vem Saboreia o caminho Deixa que este sonho permaneça, e desfaleça em teus braços. Deixa-me ouvir cada palavra deste amor impossível. JJG 2021/06/05
Canto o Homem livre e criador capaz de vingar as leis da natureza e as pavorosas forças ocultas criadoras de imaginários negros. O astronauta eu canto rasgando trilhos de porvir meados por sonhos desmedidos de encanto como manifesto de paixão cega pela ciência que adota o maior sonho. Canto o Homem revolucionário que planeia romper a ditadura e embarcar em grandiosos devaneios artífice de uma nova primavera. O Homem utópico eu canto que incita a democracia do conhecimento rompendo com a ignorância do laxismo estimulando a vitória da Educação. Canto o homem inconformado democrata, integro e apaixonado que revoltado exalta a cultura do amor. João Garcez, 4/12/2016
Por teres estado ausente e cansado {sedento de mim} Por teres estado perdido nessa mente Por teres sentido viver em corpo estranho {longe de mim} Por o pânico de tal confusão te exceder Por isto acontecer entre excessos de pensamentos {não me esqueces} Por isto te transportar para loucas sensações Entre vivências estranhas e sonhos deslavados Desossado e entre tons de adágio Concertado entre harmonias vibrantes
Pára, respira e vive esses acontecimentos sentidos {se os desejas} Vai, vence esses obstáculos. {se tens coragem} Quer sejam reais ou resquícios insignificantes Destemido vence obstáculos imaginários Conquista teus sonhos se ousas desafiar a vida…. Por isto acontecer entre excessos de pensamentos Excessos de pensamentos, quais escritos alienados entre pinturas imaginárias ou arraiais arraiais furtivos e deslumbrantes, perdição de sinapses incandescentes Por isto me transportar para loucas sensações por isto me levar a momentos de loucura saudável por isto me conduzir a vivências estranhas e sonhos nunca ousados em vida por isto ser um momento de emoções vibrantes Paro, respiro e vivo com enorme alegria os bons momentos que a vida me presenteia e me fazem suster a respiração!!! Há dias e momentos que gosto mesmo muito!....... E digo e penso e sinto Excessos de pensamentos, são como escritos alienados entre pinturas imaginárias e ou arraiais, arraiais furtivos e deslumbrantes… Páro e vivo Procurando-te…. João Garcez, 2017/02/16
Amor meu! Desisto! Desisto, porque não posso mais viver na ilusão de um amor que não existe. Esperei por ti noites a fio enrolada em lençóis gelados, tremendo de medo na escuridão. A luz que me iluminava era tão só o luar onde se reflectia a esperança do instante em que regressarias. Não sabia de onde vinhas, mas vinhas. Quando chegavas pela madrugada dentro, só o gelo da tua ausência permanecia. Eu, ora cansada, ora desejosa de te ter a meu lado, aceitava-te de volta e amava-te, amava-te perdidamente. Em cada dia que passava renovava a esperança no nosso amor que invadia a minha alma de alegria, aí encontrava a força que me fazia acreditar em ti. As flores, que me oferecias, eram a semente de uma ilusão, que plantava no jardim do nosso amor, que regava diariamente com as lágrimas da tua ausência e que ia crescendo lentamente. Era tudo ilusão… Os teus sentimentos por mim eram como uma brisa que soprava quando te reaproximavas. No teu regresso, eu era apenas a pedra da calçada que pisavas. Nada mais. Os lugares que juntos calcorreamos nesses loucos desejos, nada te dizem, sei agora. Vivi durante estes anos na ilusão do teu regresso, na ilusão do teu amor. Nas paredes do quarto via reflexos dos meus pensamentos enquanto esperava por ti, em vão. Decifrei nesta ilusão que tudo não foi senão um sonho, semeado em mim desde o primeiro olhar. Cresceu, viveu e volatilizou-se. Os meus loucos desejos foram quimeras. O tempo desvaneceu todo o calor do meu coração, que era teu. Os teus sentimentos evaporaram-se como a água no lume. Ousei prolongar meu sofrimento nesta agonia pelo nosso amor, aumentando a cada dia esta solidão em que me prostraste. O meu amor por ti cegou-me. Desaparecerás definitivamente dos meus sonhos. João Garcez
Lembrança Só acontece traduzir palavras [ ….lembranças não] Só acontece escrever palavras [….sentimentos também não] E transportando sedentas sensações entre ousados traços de loucura saudável…[imaginária] Entre paisagens de incontornável beleza E precipícios de encantos inusitados Em apneia prolongada traço Reproduzo os contornos imaginários Da tua alma De cada sombra que resta de ti De cada penumbra que ousei descobrir De cada presente que pude te oferecer… E ainda hoje Neste recanto de solidão Sinto e saboreio cada uma das tuas palavras { imaginárias} Folheio cada página desses espaços vagos E nesta contenda pertinaz de letras Guarnecido e perfumado pelas imagens Devaneio entre ideias quiméricas Polvilhadas de doçura e esperança { …sonhos…} De deparar com um deslumbrante cenário revelado Ousado e discreto E nesse passeio solitário Te reencontro num cais Apeada À minha espera Deslumbrada Pela quimera. 2017/02/12, João Garcez
Foi na altura certa para afirmar a posição de pai. Tinha sido derrubada a autoridade naquele momento preciso, tomar a atitude que se exigia era imprescindível - agora ou nunca. O Toninho tinha dormido, em casa, com uma amiga. Não dizer nada antes aos pais era imperdoável, violava os princípios basilares de tradição bem como a ética familiar e, por isso, merecia repreensão maior. - Realmente, não tínhamos dado por nada. Durante a madrugada, apenas ouvimos uns rugidos estranhos. Pensámos serem dos novos vizinhos. Pareciam demasiado perto, eram novidade. Entre um baloiçar estranho e ritmado do candeeiro, uma música semi-arrepiada de ventríloquos suspensos em cadência, qual música de banhos turcos em outono frio – sem cheiro a eucalipto, obviamente. O ruído durou o tempo suficiente para orar pelas desgraças mundanas, rogando ao senhor pela remição dos pecados. -Reprovo a escravidão do corpo e todo o homem que troca a graça espiritual pela platitude mundana. Com a aurora o ruído terminou. Ao almoço, apareceu de súbito uma cadeira extra à mesa, comandada pela mão da mãe. Sentei-me e, entretanto, irrompeu naquele momento na sala uma trintona, de peito robusto, cara pontiaguda quebrada por um cabelo loiro e sedoso, que escondia sob ele umas sobrancelhas espetadas, assemelhando-se a pregos negros e finos milimetricamente dispostos, como que protegendo os olhos do reflexo do mar em dia de sol que - tapava a vista da TV. Interrompi a garfada que ia comendo de salada de alface, misturada com agriões, que tinha colhido na ribeira da freguesia, enquanto ouvia as águas límpidas e cristalinas a quebrar nas rochas mansas. Olhei novamente absorto para aquele pedaço de mulher e recordei o alvoroço daquela madrugada. Meu filho estaria mesmo perdoado? E diz a mãe com voz de predestinação. - Há que postergar as atitudes dos filhos e apoiá-los.
De que são feitos os dias? Os dias são feitos de poesia Ou de uma conta de somar A que soma mais uma alegria Que alguém nos tem para dar Ou de um abraço perdido Que surpreende pelo calor Ou um beijo muito querido Que se dá por amizade, por amor Numa manhã de nevoeiro Ouvindo os pássaros cantando Tenho a alegria de ser o primeiro A ouvir a natureza salvando Ou a música da viola Que me preenche logo de manhã Ou a melodia que consola E que torna a vida sã Ou o desejo de ver Quem nós mais amamos A entrar pela porta e dizer Olá como estás, já chegamos Ou pelo desfiar dos dias Em que os sonhos se vão realizando Que surgem como mordomias Que a vida nos vai presenteando E afinal de que são feitos os dias? Uns a fazer cálculos rebuscados Que mal se conseguem entender Que escondem regras do saber E por isso são mais complicados Outros a escrever poesia Que encanta só de ler São uma imensa minha alegria Quando consigo escrever Finalmente uma palavra de apreço Por tudo o que fazem por mim A todos sinceramente agradeço Uma imensa gratidão que não tem fim
Valsa de dor A chuva bate devagar Na vidraça que sofre molhada A húmida saudade da tua fala As cordas da tua voz soam em mim Como ecos de um tempo, ainda, presente Qual valsa bailando de dor Perdida nos balanços de uma dádiva Entre memórias que não desfalecem, Porque só as vãs se esquecem. Em cada gota que escorre Há uma lágrima que se espalha E que o rosto disfarça E que entre rugas se entranha Com a força da tristeza As palavras que largam dor Traem a tristeza que encobre Os dias que fogem de nós. São sonhos perdidos entre noites de insónias São desejos sentidos como fogo É um poema apagado São segredos revelados encostado a teu lado Numa imagem que perpétua o passado É a chuva que continua a cair Ali do outro lado, É a vidraça que está a fingir Que tenho meu ombro encostado E estou embaraçado Porque tinha o poema apagado E te oiço aqui a sorrir Devagar começo a tocar A viola a tocar será que te estou a sentir? E chuva há de parar Quando teu rosto beijar E a valsa contigo dançar E a tristeza libertar Num sorriso de espantar. João Garcez, 2018/04/17
PURO AMOR Por amor me dei a noite toda, Pedaços de mim dei generosamente, Pude sonhar delicias de boda, Por uma dádiva integral e inocente.
Por entre frutos eróticos saboreei, Pedaços do teu corpo estremecido, Por entre chamas semeei, Papoilas de suco leitoso embebecido.
Prostrei meu corpo sobre o teu abandonado, Por entre abraços rasgados pelo desejo, Por um sonho ao ouvido segredado, Pedias-me a vida, roubava-te um beijo.
Por entre o meu olhar embaciado, Pedias-me sussurrando amor eterno, Parada, absorta ia largando, Pedaços de mim em completo desgoverno.
Permanecia indefesa e assim me entreguei, Para ti se olho, não me reprovo, Porque em cada abraço me renovo, Persisto em concretizar o amor que idealizei. João Garcez, 2016/10/31
Amor meu!. Desisto! Desisto porque não posso mais viver na ilusão de um amor que não existe. Esperei por ti noites sem fim enrolada em lençóis gelados, tremendo de medo na escuridão. A luz que me iluminava era tão só o luar onde imaginava a esperança do instante em que regressavas. Não sabia de onde vinhas, mas vinhas. Quando chegavas pela madrugada dentro, só o gelo da tua ausência permanecia. Eu, ora cansada, ora desejosa de te ter a meu lado aceitava-te e amava-te, amava-te perdidamente. Em cada dia renovava a esperança no nosso amor que revestia a minha alma de alegria, onde permanecia e encontrava a força que me fazia acreditar em ti. As flores que me oferecias eram a semente de uma ilusão, que plantava em cada vaso, que regava diariamente com as lágrimas da tua ausência. Era tudo ilusão… Os teus sentimentos por mim eram como uma brisa que soprava quando te aproximavas de mim. No regresso, eu era apenas a pedra da calçada que pisavas e te permitia alcançar o recanto do amor que tenho por ti. Nada mais. Os lugares que juntos calcorreamos nesses loucos desejos, nada te dizem, sei agora. Vivi durante estes anos na ilusão da tua ausência, na ilusão do teu amor. Repetias que estavas a mudar, repetias que irias mudar. Realmente, tu mudaste, para pior. Decifrei nesta ilusão que tudo não foi senão um sonho, que só estava semeado em mim. Que cresceu, viveu e morrerá em mim. Os meus loucos desejos foram só meus. O calor do meu corpo no teu, era só meu. Os sentimentos que vivi contigo, foram um devaneio que nunca me passará, mas que farei desaparecer das minhas noites geladas. Os lençóis continuarão gelados sem ti, mas sem a tua ausência porque não fazes parte deles.
O mundo de brinquedos que conheces Vai-se lentamente transformando, sem saberes Junta a tua alegria e vem. Vem conjugar: Saber amar Saber entender Saber estar Saber sonhar Saber ajudar Saber compreender Saber lutar Saber conhecer Saber apreender Dar sentido à vida que souberes criar Afugentar o vazio Influenciar o presente com o teu saber Para ficares mais perto da natureza Só o saber influencia os acontecimentos Hoje e através dos tempos João Garcez,28/11/2016
Quando te beijo, minha filha É como se te beijasse pela primeira vez Sinto tua pele imaculada Cheia de sangue amniótico Qual ar puro dos himalaias Nesse instante tudo pára Sinto tua pele em cada dia Sinto que nos amamos Sabes que nesse beijo É a saliva que nos une É o amor que rega a esperança Que nunca seca enquanto há vida Repete-se a cada dia Mesmo quando envelheça Esse sabor será mais profundo É como se cada gota Escavasse esse recanto Que entre nós se afunda E nos puxa como uma corda Onde te seguras Os nossos beijos são raros Mas unem-nos sempre em cada dia Porque não sei o que te acontecerá Mas aquilo que acontecer terá. É seguro pela mão de Deus, que é a minha. Quando choras fico inquieto As tuas palavras têm o meu significado Os teus pensamentos são as imagens de nós E quando compreenderes tudo o que escrevo Beija-me como te beijei pela primeira vez Como quando imaginei que irias existir Imagina a força que te dou Se poderes esconde-te nesse beijo Procura-me ainda que não exista Para mim existes sempre, foge Volta mais forte nesse beijo Nessa vida. João Garcez, 31 de Janeiro de 2016