Um três por vez
Aqui estás,
onde te vês.
Onde voas,
aqui te crês.
Ser o que és,
por uma vez.
Ali tu estás,
onde ele te fez.
Aqui vais,
onde vives.
Onde te sentes,
naquilo que dizes.
Ser o que és,
onde condizes.
Morrer sem o ser,
“Vivam as Crises”.
Aqui queres,
onde te mentes.
Nunca te vês,
por mais que tentes.
Ser o que és,
não o que sentes.
Sentir por ser,
é ponto assente.
Aqui existes,
neste vazio.
Onde nada é,
apenas frio.
Ser o que és,
o mais sombrio.
Viver na corrente,
do meu rio.
A minha intenção
Existe um plano...
Seguir, concretizar..
Sem olhar, o luar..
Numa noite.. Num ano...
Sentes-te cego
Tentas... Mas, não te vês
Possui-te talvez...
Volta meu sossego!
Tanto o fazes querer
Como o sentes perdido
Perdido? Oh, meu amigo...
Morrendo... Para o viver.
É tarde...
Nem sei em que pensar
Nem tão pouco seguir...
Apenas quero-te pedir.
Esse teu belo luar...
Sereno Amigo
Voltaste
Vejo-te como não és
Diferente, ardente, demente...
Descrente sou a teus pés
Voltaste
Vejo que não vens só
Vens na virgem corrente
Sem semente, sem mó
Voltaste?
Não sei se partiste, ou aqui estás
Sinceramente, não sei
Sei que existe e, que te dei
Toda a flor, toda a paz
Voltaste
Estranha maneira de o fazer
O Presente tu nos deste
Ser o Passado, é morrer
Volta amigo.
Quero-te ver.
Enganando o amor
É bom sentir felicidade,
é bom saber ser feliz.
Mesmo não sendo a verdade,
isso eu nunca te fiz.
É bom sentir o sorrir,
é bom ver sem o querer.
Mesmo sentido ferir,
continuo-o a querer ver.
É bom falar e aprender,
é bom curar a mágoa.
Mesmo continuando a crer,
que o amor, é água...
É bom sentir felicidade,
quando ela não existe.
Aquela dor, da amizade..
Amor? Não insiste...
Sossego
Sossego...
Meu querido sossego.
Tenho em ti meu mundo.
Tenho em ti meu medo.
Sossego...
Meu belo apego.
Vejo em mim teu fundo.
Vejo aqui, não nego.
Sossego...
O meu não vendo.
Nem que seja um segundo.
Nem que o venha tendo.
Sossego...
Meu querido sossego.
Estou em ti, profundo...
É em ti meu credo.
Sossego...
Meu belo apego.
Amar
Temo o amor...
Temo a inveja...
O ciúme...
Que me cega.
A magoa que invade,
o que resta de mim.
Esta dor...
Que é o que mata,
o ser que vive aqui.
Mas errado estou.
Estamos!!
Vida é...
O momento...
Momento de viver...
A vida é amar.
Sem ganhar...
Sem perder...
Sem pensar...
No vazio a correr.
É o que é,
sem o ter que ser...
A morte é,
o amor de viver.
Equívoco
Acordo com um pensamento!
Que hoje me vais encontrar...
Mesmo esperando o momento.
Eu sei que passo sem notar.
Olho ao lado, olho nos olhos...
Sei de todas as cores, tuas.
Querem-me em ti, teus filhos.
Vejo-te aqui, em todas a luas.
Noto que me sentes...
Que olhas com o teu pensar
De menina que não se importa...
Ao contrário do que mentes...
Do que amas por amar..
Nunca entrarás por tal Porta.
"Para a Flor"
Ouve-me
Oiço as ondas da minha alma...
Onde me vejo...
Onde me perco.
Quando penso que sou, a Calma...
Nem em paz estou...
Eu confesso.
Oiço-te. Ou julgo que sim.
Julgo-te em redor...
Vejo-te o Ser.
Ah! Meu... Pobre de mim.
Continuo, sem me saber ouvir...
Nem procuro tentar...
Tentar viver...
Tentar morrer... Descobrir...
Talvez me oiça...
...sem notar.
Ausência Oculta
Desapareceu... ou talvez não.
Nada em mente, ou tudo em vão?
Que doce é o meu presente.
Sem um tostão...
Em frente tu vais,
Querendo o sempre,
os mais e os tais..
Não páras!
Acabas só e achas demais.
Devaneio... Desabafo...
Algo saiu, sem o querer.
Que certo momento meu, acho.
Fechei os olhos para o ver.
Em frente continuas tu...
Olhando crente,
indiferente, tão cheia em mente...
Agora paraste...
Ali só, estás... transparente.
Desapareceu... Finalmente.
Pensar....
Pensar...
Todos os dias o faço.
Todos os dias me apetece.
Penso em teu abraço
e em quem o merece.
Faço, mas não o devia.
Nem sinto o que queria.
Só os olhos rasgados vejo,
vem e dá-me o teu beijo.
Quero, quero isso..
Penso sempre que tu virás.
Mesmo sem compromisso,
apenas ingénua paz...