Poemas, frases e mensagens de GELComposicoes

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de GELComposicoes

A BUNDA da Margarete

 
Ah, a BUNDA da Margarete!
Eu sei! Você deve estar pensando:
"Tema estranho pra tentar uma poema!"
Mas não é não, meu amigo.
A BUNDA da Margarete é inspiradora!
Aquele quase coração de ponta-cabeça,
quando passa,
quase vira o meu de cabeça pra baixo.
E as cabeças se invertem!
Exagero?!
É porque não viu passar!
Quando aquela BUNDA passa
dá vontade de assoviar,
de bater palmas,
de... (melhor nem falar!)
Aquele balanço hipnotiza,
puxa os olhos como imã
e olhos, o rosto.
Tão forte que desconfio
que aquela BUNDA já quebrou algum pescoço.

Ah, a BUNDA da Margarete!
Na rua, já vi "caras" "pegando carona"
e atrás dela perderem o caminho de casa.
E não é só a BUNDA, meu amigo.
todo o conjunto e maravilhoso.
É o tipo de mulher que dá vontade morrer
e ir pro céu,
pois se Deus deixou algo assim na terra,
imagina o que guardou pra Ele!
Pecado?!
É porque não viu passar!
A mais linda paisagem:
O pôr do sol no mar;
A lua prateando um belo lago...
O que puder imaginar!
O nascer de uma estrela;
Uma grande cordilheira;
Um lindo campo florido...
Trocaria qualquer uma
por uma boa espiada por baixo daquele vestido.

Ah, a BUNDA da Margarete!
Apesar de não ser poeta,
eu tinha que tentar o tema.
Eu sei, mas que pretensão a minha!
Mas entendam!
É triste não tirar dessa BUNDA
Nem sequer um poema
Pra quem sonha, um dia, tirar a calcinha.

Vulgar?!
Já disse:
É porque não viu passar!
 
A BUNDA da Margarete

A Sete Palmos

 
A sete palmos repousa,
já sem cor, descarnado.
Foi pelo tempo iludido,
pelo destino enterrado.

E por morrer sem nascer
e, sem nascer, ter vivido,
não pode saber sofrer,
embora, só ter sofrido!

Mas a memória lhe guarda
e traz, assim, pelo avesso:
nas orações quando lembro
que por você não agradeço.

E no sono em que não acontece,
descanse eternamente
sem paz!
Bem onde se enterra os sonhos...
é só mais um
que jaz!
 
A Sete Palmos

Uma crítica aos escritores deste site

 
Antes que comecem a ler
quero deixar claro
que esta crítica está direcionada
aos escritores brasileiros
aqui do Luso,
pois não tenho conhecimento
sobre o que acontece em outros países.

Por algum tempo venho analisando
os textos de muita gente
e cheguei a uma conclusão;
talvez um pouco dura,
mas tenho que ser sincero:
Da forma que vocês escrevem
jamais conseguirão
atingir o público lá fora.

Vocês não são nada populares
e se continuarem assim,
continuarão no anonimato.
É preciso mudar,
atrair os jovens para este site.
São eles os futuros leitores.
A vida lá fora é corrida,
portanto tem que ser prática
e vocês são complexos demais.
Não entendem a juventude atual.

Proponho uma mudança radical.
Revejam seu textos.
Vocês escrevem de uma forma ultrapassada.
Atualizem-se!!!
Vou dar um exemplo,
uma ideia do rumo que vocês tem que seguir.
O poema abaixo, fiz após uma profunda análise
do que os jovens esperam de nós,
portanto, creio que serve como uma referência
pra todos.
Leiam, releiam.
Sintam a profundidade dos versos
e tentem fazer igual.
Já começo com um título jovem,
um tanto rebelde.

Nois é nois

Eu sô eu
Ocê é Ocê
Nois é Nois
(E dando continuidade ao pente)
E o pente é o pente,
é o pente,
é o pente.

(Brincadeira gente, não me batam.
Abração a todos)
 
Uma crítica aos escritores deste site

Aos Olhos distantes

 
Ando pela beira, às margens dessa cidade...
É como uma grande centrifuga empurrando a pobreza para fora, com os seus cachorros magros, entre o lixo e a desordem das novas ruas que surgem, ainda sem asfalto. Caminhos que avançam sobre brejos, sobem morros, transpõem rios... Cada vez mais longe do centro, mais ainda agarrada à metrópole, como a casca de uma grande ferida.
Vejo as paredes de uma casa simples brotando do chão. É um sonho nascendo, ganhando corpo! Talvez não propriamente no local sonhado.... Bem como a semente que não pode escolher o chão... Se bem que o chão... também não escolhe a semente!
Vejo outro bar aberto numa esquina. É a miséria explorando a miséria, vivendo do vício alheio. Onde a esperanças de alguns se levantam dos tombos de outros...
Mas parece estar feliz aquele bêbado!
Sei que é bom, de vez em quando, esquecer um pouco a vida. E que para alguns a felicidade só é possível esquecendo mesmo dela!
Observo as pessoas...
Como é bom a infância! Os pés descalços correndo atrás de uma bola murcha não sentem as pedras que pisam, e a barriga nem lembra a fome que lhe abre um oco e a devora por dentro (Quando a fome é quem come!). E por alguns segundo, um gol transforma o menino em Sol, pondo o mundo à sua volta, girando nos braços dos amigos.
Mais adiante...
O que pensa aquele jovem de cabelo estranho e roupas coloridas, tentando ser diferente imitando tanto outros?! Parece estar olhando os prédios distantes... Penso por ele: "Como a vida podia ter sido diferente longe dali, numa outra família, numa outra oportunidade!"
E aquela adolescente com uma criança no colo?
Demorou tanto a boneca, e quando veio, levou-lhe o resto da infância!
E o que será da "boneca"?!
Com a imagem da menina, pensando em minhas filhas, a cidade vai ficando para trás. Novas paisagens...
Já quase ia esquecendo a "boneca", quando de repente, a cidade surge de novo, agora do alto de serra... E pude ver com os olhos de Deus: "Como é linda a cidade do alto!!!
(E numa certa angústia)
Parece tudo perfeito!"

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Focai-nos!
 
Aos Olhos distantes

Lembrando meus avôs

 
As nuvens leves em seus cabelos,
a erosão no rosto
denunciam as águas que rolaram.
Mas o tempo não conseguiu tirar do seu sorriso essa ternura
que, como uma janela para o passado,
ao abrir revela a beleza que guardou da juventude.
Mesmo as mãos tremulas e frágeis de hoje
não disfarçam sua força,
nem os passos lentos esqueceram sua pressa.
Seus olhos, como sempre, são setas apontando o caminho
que nunca deixaram o silêncio da boca calar o que pensa.

Mudo minha opinião sobre o tempo.
Sempre pensei que ele tinha um péssimo gosto
na mania de deixar suas marcas,
mas vejo em você,
em cada ruga, em cada mancha,
em cada fio de cabelo branco...
É única forma que ele conhece para registrar vitórias.

(Saudade!)
 
Lembrando meus avôs

Franco atirador!!!

 
Além de excelente pescador, o "Passinho" entendia muito de caça... e atirava como ninguém! Essa é outra história que ele sempre contava. Tal como a anterior que contei, é a mais pura verdade! Reforço meu aval com relação a minha sogra!
Dizia que, certa vez, fez uma aposta com um amigo que também era muito bom. Era uma aposta difícil! Eles iam cronometrar uma hora, ambos com direito a apenas dois tiros. E de revolver! No "três oitão" para complicar, pois na
cartucheira já seria fácil para eles! Dentro de uma hora, tinham que entrar numa mata que conheciam bem e trazer uma codorna. Bicho pequeno, arisco, difícil de encontrar!
É claro que um bom caçador tem que saber onde procurar, mas para evitar um lance de sorte, não estava valendo quem matasse primeiro. No entanto, a quantidade ainda serviria como critério de desempate. Quem perdesse, perderia o revolver.
E lá foram eles. Tempo correndo e o "Passinho" logo ouviu o primeiro tiro. "Cedo demais!", pensou. Chegou a ficar desanimado, sabia da pontaria do amigo! Mas continuou procurando... E o tempo foi passando, já passava de meia hora de busca quando, de repente, bem perto dele sai um bicho correndo do mato fazendo aquele "zuummm" bem característico. Mal deu para ele ver a codorna, praticamente foi pelo barulho. Tiro certeiro! Ele botou a codorna no bornal, só que mal deu tempo de comemorar o empate! Logo, de novo, ouviu outro tiro do amigo...
Faltava menos de dez minutos para terminar o prazo, ele sabia que o amigo já estaria esperando ele no local combinado com duas codornas, pronto para tomar o seu revolver. Já ia quase desistindo, conformado, quando viu a uns vinte metros duas codornas, bem próximas uma da outra... Calculou ligeiro e precisamente! Mirou bem no meio das duas, pegou um faca que carregava, pois o fio de corte na saída do cano... e ganhou a aposta, cortando a bala no tiro!
 
Franco atirador!!!

Promoção Combo God

 
Corram, aproveitem!
Chega no mercado o novo Deus.
O novo modelo, apesar de mais leve e compacto,
é muito robusto e não requer tanto cuidado
como nas versões anteriores;
consome menos, não precisa de muita oração
para operar e já dispensa compromissos de missas.
Ainda, é bem mais flexível, podendo ser facilmente
moldado às necessidades do usuário.
Com um designe mais moderno,
agora nas opções com ou sem barba,
esta nova versão promete revolucionar o mundo da crença.
Como sempre, usado para vários fins,
desde de domínio a submissão,
mantêm ai toda a experiência e tradição de séculos.
Pode ser encontrado no mercado de várias formas,
com complementos e acessórios vendidos avulsos,
ou em incríveis pacotes promocionais,
três pelo preço de um: Pai + Filho + Alma Acessório.

Corram!
Procurem imediatamente a igreja mais próxima.
Aproveitem a promoção de lançamento
e a facilidade de crédito:
seu novo Deus pode ser adquirido facilmente
por suaves parcelas mensais.

(Atenção: milagres não são garantidos e
não aceitamos devoluções.
Sob pena de ir para o inferno.)
 
Promoção Combo God

Fome de Mundo!

 
Ah,
eu de novo!
Esta folha na minha frente
e a vontade de gritar em palavras
minha fome de mundo.
Falar dos ventos, das tempestades,
dos trovões e raios que racham o ar
correndo o céu...
e me levam.
Falar do tempo que me assombra
e me põe pequeno.
De um Deus que desconheço,
que temo,
amo
e esqueço...
que não seu onde nem quando!
Falar aos boêmios o que bebo,
aos cantores o que canto,
aos poetas o que penso
e escrevo...
por fome,
ou por medo!
Ah,
essa vontade de abrir os braços,
fechar os olhos
e pular de cabeça!
Arriscar, apostar sem cartas...
nem jogo!
Brincar com a morte,
zombar dela!
Rir da desgraça,
falar besteira,
fazer zoeira...
fazer pirraça.
E sem pensar nas consequências,
sem o freio da realidade,
acreditar na inocência...
E me iludir com as aparências.
Ver o galo acordar o Sol!

E pescar a vida que sonho...
mesmo sendo a isca
no anzol.

Aqui eu posso!
 
Fome de Mundo!

Lembro

 
 
Lembro a casinha simples, toda de madeira, o piso de chão.
Meu pai indo pra roça de cabeça baixa e enxada na mão...
Lembro minha mãe sentada remendando as roupas, e hoje ao lembrar,
pareço ver uma santa tecendo seu manto no mais lindo altar.
Vejo ela então rezando, pedindo aos céus paz e proteção.
Parece que na mesma hora Deus já respondia mandando o refrão
que ecoava dos cantos dos pássaros invadindo a casa a nos abençoar,
e o vento abrindo as janelas anunciava que Deus chegava por lá...
Lembro, já de tardezinha, o meu pai chegando e a nos abraçar
falava da esperança de pro mesmo ano tudo melhorar.
A noite, na pequena sala, todos reunidos repartindo o pão.
Maria, a irmã mais nova, nunca esperava o fim da oração...
Na cama, coberto com medo, lembro minha mãe pegando em minha mão.
E esperava eu adormecer tranquilo! Mesmo até hoje, ainda sinto, então,
que a noite quando deito, ela está ao meu lado a observar
minhas preces pedindo que Deus lhe dê um bom lugar.
Meu pai, ainda presente, o seu olhar sereno parece dizer
que a vida passa tão depressa que às vezes não dá nem pra perceber
que a felicidade está nas pequenas coisas, bem a nossas mãos:
num lar, saúde, família, paz e gratidão.

(Letra de música)

Esta é uma das primeiras músicas que fiz.
Bastante antiga.
 
Lembro

Não consigo admitir o acaso.

 
(FILOSOLIA DE BOTECO)

O homem cria modelos e teorias tentando explicar a natureza e aos poucos vai formulando suas leis, desvendando as forças que regem o universo, aprendendo a dominá-las, sem às vezes perceber o quanto tudo isso é incrível. Tudo parece interagir de uma forma pensada, como se cada uma delas tivesse um objetivo lógico. A gravidade por exemplo, não lhe parece algo pensado massa atrair massa e isso simplesmente sustentar o universo? Que ligação existe entre essas massas? O que nos prende a Terra que faz com que ela nos puxe de volta quando pulamos? Já parou pra pensar se esta força não existisse? Tente perceber o quanto isso é mágico. Se observarmos um simples átomo da forma que conhecemos hoje, vamos ver várias outras mágicas. São forças diretas de atração e repulsão (elétricas), perpendiculares relacionada ao movimento de carga (magnéticas), outras definidas em teorias, como as forças fortes e fracas, responsáveis por manter o núcleo do átomo. Temos ainda a quantização da energia (teoria quântica, onde a energia existe na natureza de forma discreta e não contínua) que organiza as orbitas dos elétrons e que em termos o impede de ir definitivamente para o núcleo, e acabar o mundo. Tudo mágica! Graças as essas interações, prótons, eletros, e companhia se juntam criando um átomo, átomos se juntam criando moléculas... Cada uma dessas forças tem sua particularidades, sem as quais nada existiria.
Incrível! Não é? Mas isso tudo não é nada comparado a vida. Essa sim é surpreendente! É contrária à física, se a tendência é a inércia, como surgiu algo tão dinâmico? Qual força desconhecida impulsionou a vida, fazendo com que moléculas se agrupassem até formar algo estruturado capaz de retirar elementos da natureza e fazer cópias de si mesmo. Dai então qual força incrível continuou agindo para que esses seres se unissem formando novas estruturas, criando seres cada vez mais complexos até chegar onde chegou, toda esta explosão de vida, de seres. Dá pra acreditar que é obra do acaso? A codificação genética, capaz de levar numa sequencia de moléculas (aminoácidos) todas as características de um ser vivo. Os mecanismos biológicos que permitiram a evolução das espécies pela seleção natural (crossing-over, por exemplo). Tudo tão perfeito, criado pelo nada? Sei que pra muitos pode parecer engraçado falar em evolução das espécies, seleção natural de Darwin, associada a inteligência de Deus, quando muitos acreditam que de certa forma, como eu também pensava, que ela justifica o acaso. Muitas religiosos ainda buscam argumentos pra tentar contradizer a teoria. Em alguns lugares, o estudo da lei de Darwin chegou a ser proibido (um caso famoso resultou no julgamento de John Scopes, no Tennessee em 1925, o caso ficou conhecido como Monkey trial). Mas a teoria contraria as religiões e não a inteligência de Deus. Como eu não tenho partido, já não acredito mesmo nelas, hoje vejo tudo de forma bem diferente. Pergunto então: Não lhe parece que criar algo capaz de evoluir e se adaptar ao meio é muito mais inteligente do que da forma imposta pelo criacionismo? Imagine se Henry Ford tivesse criado o Ford T de uma forma que ele conseguisse por conta própria evoluir para uma Ferrari, não teria sido mais genial?
Agora pense na ciência, tudo que homem descobriu, toda essa tecnologia do mundo atual... É uma inteligência admirável! No entanto pra chegarmos aqui foram precisos bilhões de cérebros pensando, trocando conhecimento ao longo de milhares de anos. Nos julgamos inteligentes, nossos feitos são extraordinários, mas estamos longe de criarmos algo tão incrível como nós mesmos, por exemplo. Veja: milhões de cérebros, por milhares de anos, nos julgamos inteligentes, mas não chegamos perto de algo tão incrível! Dá pra dizer que não há uma inteligência por trás da criação agora? Sem contar que muitos de nossas criações se baseiam na própria natureza (exemplo, redes neurais usadas em sistemas de inteligência artificial) e o homem sabe muito bem que convém imita-la (Biomimética). Sem dizer ainda, que sendo nós fruto dessa inteligência, tudo que criamos se deve a ela, é parte dela. E agora?
Quanto mais eu observo a natureza, mais ela me surpreende. Quanto mais busco respostas na ciência, mais ela me apontava essa inteligência, em cada detalhe. E se não consigo negar essa inteligência, não posso negar a existência de Deus.

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(RESUMO)

Não consigo admitir o acaso.
Negar Deus, pra mim, é como ler o mais lindo e extenso poema escrito na areia da praia e dizer que o poeta é o vento.
 
Não consigo admitir o acaso.

Sobre as merdas que escrevo (na visão do poema)

 
Não quero ser poema perfeito!
Ser beleza a olhos que espreitam alucinados.
A "stripper" girando na barra,
alimentando desejos e esperanças.
O tesão do tarado, a ilusão do brocha...

Não quero ser doce nas bocas que me assopram
entre dentes e línguas,
mastigando minhas palavras
e me lançando junto aos perdigotos
entre babas nos cantos dos lábios.
O chiclete mascado e cuspido...

Não quero ser canção pra nenhum ouvido...

Não me vale ser exemplo aos intelectuais,
se incompreendido pela massa.
E não venho pra ser publicado em livros.
Não vou ficar preso numa página!

Sou o contrário,
o avesso do seus desejos.
O lado doente de uma alma,
espelhando a mão que me escreve.
Venho aos trancos e solavancos...
O escarro que não passou pela garganta.

Não tenho nenhum valor!
Porém nenhuma intenção.
 
Sobre as merdas que escrevo (na visão do poema)

A inveja do tempo

 
Espero...
E acho que tem algo errado!

Talvez seja a ansiedade
dando mais minutos às horas,
aumentando essa espera...
Ponho os olhos em sentinela,
pra ver se estão mesmo certos,
nos ponteiros do relógio,
os segundos que eu conto
pelo tempo que não passa.

Talvez seja o próprio tempo,
apaixonado pela eternidade,
e que jamais pode alcançá-la...
Que obcecado nunca pára
imaginando estar mais perto.
E por inveja dos amantes
sempre corre nos encontros,
já nas saudades... se arrasta.

Mas afinal...
que diferença faz um ou um bilhão de passos
quando se almeja o infinito?!

Pobre tempo!
Fadado a viver no presente,
vendo a amada além do futuro.
 
A inveja do tempo

Há vagas no inferno

 
A paz depende da luta.
Só o medo controla alguns bichos,
temos que impor esse medo.
Precisamos de alguém
com coragem
pra subir o morro,
entrar nos becos...
puxar o gatilho.
Alguém tem que ir...
A paz depende da luta!
Quem pecará por nós
pra não virarmos reféns
e seguirmos sem culpa?
Há vagas no inferno...
alguém tem que ir pra fogueira.

Difícil manter a fé no bem
quando precisamos tanto do mal.
 
Há vagas no inferno

Previ Minha Morte!!!

 
Foi tudo tão estranho!
Ainda estou me recuperando do susto, só agora decidi contar isso.
Não foi simplesmente um sonho, eu acordei, mesmo assim as cenas vinham em minha mente. Parecia que continuava dormindo, mas estava acordado, tenho certeza!
Sei que é difícil acreditar, mas previ minha morte!
Havia alguém explicando como e quando seria, mas não o via, nem reconheci a voz. Disse categoricamente que três acidentes iriam acontecer comigo, todos próximos um do outro, menos de dois meses entre eles. Que eu, então, morreria no último.
No primeiro acidente, estava num jet-ski e após uma manobra ousada perdi o controle e bati num outro. Dai pra frente a cenas começaram a vir em quadros, como se eu estivesse vendo uma sequencia de fotos. Vi pessoas me socorrendo, ambulância, um quarto de hospital. Mas de repente havia movimento de novo, percebi que tinha sido só mesmo um susto e que estava bem.
No segundo foi tudo muito mais rápido. Empinei uma moto numa rua e perdi o controle. Dai apaguei, ficou tudo escuro. Pelo visto foi bem mais complicado que o primeiro. Parece que fiquei em coma por alguns dias. Mas voltei e fui me recuperando aos poucos. Logo já estava bem. Percebi toda a vitalidade de volta, estava pronto pra outra.
E as cenas vinham rapidamente, mal dava tempo de raciocinar.
No terceiro, estava andando a cavalo. Na verdade correndo, galopando numa estrada linda, parecia estar apostando uma corrida. Ao meu lado, num outro cavalo, uma loira deslumbrante. Quando olhei pra ela, recordei que a vi em outros momentos, mas foi tudo tão rápido, não consegui identificar qual a ligação dela comigo. Tentava entender, mas de novo não deu tempo, o cavalo tropeçou, cai e fim! Tudo ficou escuro e voz me avisou: "Você morre ai."
Eu queria escapar de tudo aquilo, parar de pensar, de ver as cenas, mas não tinha jeito, logo me vi em meu velório. Estava de pé ao lado do meu caixão, mas não conseguia me ver lá dentro. Eu me sentia leve, parecia mesmo sem o corpo. Foi quando dois jovens se aproximaram do caixão. Percebi que um deles chorava muito e o outro, tentando consola-lo disse: "Não fique triste! Quisera eu morrer assim: aos noventa e sete anos e milionário. Seu avô soube aproveitar a vida. Olha só a loira fenomenal que ele estava namorando..."
Apesar do susto, estou extremamente feliz! Mas na tentativa de chegar aos cem, aos noventa e cinco anos vou começar evitar jet-skis, motos e cavalos. Eu me contento só com a loira.
 
Previ Minha Morte!!!

Quando os Anjos Chegaram na Terrra

 
Em vários pontos do planeta começaram nascer crianças com asas. Não era um fato isolado, não estava restrito a uma determinada região, dificultando ainda mais qualquer explicação pela ciência.

Foi um pandemônio! Milhares de pessoas em toda Terra desesperadas, prevendo o fim dos Tempos; outras tantas alucinadas, vendo os fatos como uma dádiva. Em comum entre elas, só a desordem de pensamento e a ansiedade pelos rumos opostos. As religiões se dividiram ainda mais. Algumas diziam ser demônios; outras, anjos. E surgiram tantas outras! Todas tentando explicar ao seu modo: fim do Mundo; a volta de Cristo; a chegada de um outro "verdadeiro" Messias; invasão alienígena... Comunidades exotéricas, falsos profetas narrando estórias absurdas e contradissentes de visões, de abduções; surgiam aos milhares. Até suicídios coletivos ocorriam! Só a ciência, no meio do caos, não tinha nada a dizer.

Mas o tempo foi passando: um, dois... cinco... dez... vinte anos.

Crianças com asas continuavam nascendo, mas já era fato comum, cerca de 2% da população do planeta eram indivíduos com asas. Além, nada mais de estranho ocorreu, e os ânimos esfriaram, os medos acalmaram. Tudo continuava sem uma explicação plausível. Algumas outras explicações espúrias já haviam sido descartadas, e as religiões que surgiram com elas, extintas. Os que viam possíveis demônios perceberam, ano após ano, que se tratavam de crianças comuns apesar das asas, não tinham nenhum superpoder, nem maldade além da humana (se bem que a humana, em alguns casos, pode ultrapassar a dos demônios). Os que viam anjos se decepcionaram ao perceber que as asas eram atrofiadas, que não realizavam milagres, que não havia nelas nada de sobrenatural além das asas, nem bondade além da humana (se bem que a de alguns homens, embora raramente, pode se igualar às dos anjos... e surpreender Deus). Eram, dentro do possível, entre o assédio de uns e a rejeição de outros, pessoas normais. Algumas tenderam ao bem, outras ao mal; mas a maioria "mornas", como a grande maioria entre nós. A ciência, sem resposta, só sabia que era uma mutação genética, mas sem nenhum nexo pela forma que ocorreu. Para o homem que sonhava em explorar outros planetas, vasculhar o quintal vizinho, era mais um mistério da natureza parecendo zombar da nosso pequinês brotando no jardim de casa. Parecia que Deus tentava dizer ao homem para sair do "mundo da Lua" e voltar os olhos para a Terra.

Mas o tempo, como sempre no que faz de melhor, continuou passando: ...trinta... quarenta... cinquenta anos.

Ninguém procurava mais uma explicação, e os olhos do homem se voltaram de novo ao espaço ("Se não há remédio..."). Já quase 20% dos homens tinham asas.
Dessa história, além da falta de respostas, outro antigo problema passou a apontar nosso tamanho reduzido. Para o homem que não sabia sequer respeitar a diferença da cor da pele, que dirá agora com a tamanha diferença!

Tudo sempre divide os homens!
 
Quando os Anjos Chegaram na Terrra

Aos Grandes

 
Quem não conhece gente assim:
Que pra se destacar,
desfaz de quem o rodeia?
Que fala, grita, argumenta
e em delírios de soberba,
se vê acima de todos,
no topo do mundo,
sem perceber que estão
abaixo de muitos bagos?
Que reclama, difama, inventa
e não pensa duas vezes
pra puxar tapetes,
escalar lombos,
e pisar cabeças,
num vale tudo pra alçar voo?
Até enganam no começo,
mas a admiração do justo é frágil
e morre ao leve toque do mal.
Logo, cai junto com a máscara,
pois ninguém é nada no grito.
Quem não conhece gente assim?!
A todos que se acham grandes:
Será mesmo que são?
Pode ser pura vaidade!
Mera ilusão!

Antes que alguém diga que é um texto dirigido a alguém, quero deixar claro que não é.
A ideia surgiu de uma palestra que assisti (religião) e que falava exatamente sobre os enganos de se entregar à vaidade.
"Quem não conhece gente assim..." foi como o palestrante iniciou.
É claro que, em certo grau, muitos vão se enxergar ai, afinal a vaidade nos domina de várias formas. Mas ninguém precisa vestir a carapuça. Confesso que a experimentei e com pouco ajuste me serve.
Também não coloquei como um poema. É apenas um texto.
 
Aos Grandes

Lamento em DÓ (em dueto com o vento)

 
Chega a noite acendendo as estrelas...
Logo a cidade se acende,
num quê de inveja,
tentando ofusca-las,
sem se saber tão pequena.
O vento assovia nas frestas seu lamento...
Em DÓ, pela falta do SOL...
Sei LÁ!
As sombras se agigantam,
fora e dentro.
Nem a luz, nem a esperança
dão conta de tanto breu.
E eu...
no violão, acompanho o vento.

"Sol,
sou o ar em movimento
no desespero por sua indecisão.
Nos seus braços eu me esquento,
expando, ganho asas,
voo alto...
Mas quando teima em ir embora
me lançando à escuridão,
eu me contraio,
diminuo
e, então, caio
frio
ao chão."
 
Lamento em DÓ (em dueto com o vento)

Pajem do Azul

 
Reencontrei o menino!
Ele andava descalço pela praia
procurando por conchas
como se fosse um tesouro:
pequenas e delicadas jóias.
Mas devolvia à areia,
eram dela!
Lembranças da festa que assistia.
E corria para o mar, encantado!
Vendo o ar casar com a água
num altar no horizonte,
tendo as nuvens como damas
e a benção do Sol
ungindo com sua luz
os dois imensos azuis,
unindo-os!
E vendo as ondas que formavam
do constante carinho,
onde escapavam alguns beijos
que recolhia na brisa,
receoso pensava:
"e se o mar, enciumado, se irritasse?
Às vezes ele se zanga!
Parece subir tentando pegar os coqueiros
que se fartam com as sobras."
Mas, corajoso, o menino enfrentava as ondas.
E até brincava com elas,
surfando sem prancha!
Além da arrebentação, ousou deitar nas águas,
bem na beira da cama dos noivos,
a observar a dança das gaivotas
já quase no fim da festa.
Logo a Lua viria derramar seu mel...

Reencontrei o menino encantado com o mar,
imaginado por um dia
ter sido o pajem daquele casamento.

(O mar sempre me encanta!)
 
Pajem do Azul

A Um Invejoso

 
Da minha vida sabe tudo
e por ela se interessa,
da palpite no que eu tenho.
E até quando esta mudo,
mesmo fora da conversa,
eu percebo seu empenho

em buscar mais um detalhe,
disfarçando a intenção,
vejo a orelha levantar
Esperando que eu fale,
pra depois usar então
pra tentar me derrubar.

Só não sabe o que passo,
não entende o que faço.
O que tenho, o que juntei,
eu não fui buscar atalho,
foi a custa de trabalho
pelo tanto que eu lutei.

Vê se entende, sua anta,
me Invejar não adianta,
o que quer tem que buscar.
Deixe de ser pangaré
Que vira pra morder o pé,
mas tem preguiça de pular.

(Letra de música)
 
A Um Invejoso

Não Acredito em Ressurreição

 
Percebo,
agora que tudo acaba,
que esse amor não era semente,
mas defunto, regado a lágrimas,
plantado nesse chão quente.

E, da boca,
toda esse merda
nem como adubo dá pra usar!
Se houve ou não critério,
nunca vi num cemitério
nenhum defunto brotar!

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Quando diz que amores renascem
é porque nunca morreram!
Não é esse o nosso caso.
 
Não Acredito em Ressurreição

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