Morri, meu amor...
São imensos os lagos que choro.
São imensas as saudades que me esgaravatam.
Era sempre tão pouco o teu demoro,
mas, este até as almas mais fundas desacatam.
Nem mesmo elas resistem,
ao te verem partir sem mim.
Porquê que a tudo assistem?
Só espero que repugnem o fim.
O meu corpo deixou de responder
às suas necessidades.
Em tudo crava: ‘vou morrer
perante estas crueldades’.
Alimento-me de esperanças,
bebo as minhas lágrimas salgadas.
Descontento-me com estas minhas crenças
que outrora foram tão sagradas.
Espelhos que me olham com desdém,
estilhaço-os com a minha mão
que sangra quando lhe convém
que diz não a outra salvação.
Estou perdida…
de joelhos ao peito,
sentada chorando como uma criança.
Fui eu que me teci nesta malha iludida
sem querer saber do seu conceito
acabo nele envolvida como uma trança.
Estou destruída…
não vais voltar e eu aqui hei-de enlouquecer.
Estou simplesmente enfurecida,
se ias partir que sentido faria eu nascer?
Eu já não alcanço nada nestas quatro paredes…
só me grito, só me arrasto…
Não sei solidão porquê que a mim agora te rendes
agora que o meu campo de flores está devasto.
Irei recusar-me a responder à vida!
Não quero mais sofrer…
Nunca me vou conformar da tua ida
só quero ao teu lado renascer!
Agora que as paredes já nada me dizem
o meu corpo suplica pelo auge do sofrimento
peço que as almas agora me pisem
e me levem ao julgamento.
Estou pronta, meu amor
para deixar este corpo e te amar para a eternidade.
Não sentirei mais dor,
depois de te ver, minha claridade!
Imagem forneceida pelo motor de busca Google e video do Youtube.
Eternos sonhos
O vento assobia
as árvores arrepiam-se.
Enquanto a lua se erguia,
os lobos uivavam-se.
Os cânticos celestes
soam-se,
instrumentos como o violino,
as harpas, voam-se
pelos céus que me destes.
As folhas,
soltam-se bailando
suavemente e chorosamente.
Como se tivessem feito escolhas
errando,
humanamente.
A água imensa de cristal,
estilhaçou-se…
aquele brilho astral,
sufocou-se.
Desceu um anjo até mim
convidando-me para dançar
ao som da sua voz, tão suave quanto Jasmim,
disse-me para me levantar.
Eu levantei-me e aquela melodia
tomou conta do meu corpo.
Eu não me sentia
nem falava tão pouco.
À medida que me fui deixando bailar
os meus pés, iam-se distanciado do chão.
Não sei como irá esta dança acabar.
Sinto-me com paz que ilumine toda a escuridão.
Em movimentos sinuosos,
entrego-me aos céus.
Dizem-me os anjos carinhosos,
‘sonhos belos com os meus’.
Imagem retirado do Google e video do Youtube.
A harmonia das cores
Acordo,
e mais um dia monocromático.
Abordo,
um cheiro aromático.
Encontro, cinco cores
e logo surge um pincel na minha mão.
Já percebi, meus amores!
Vou fazer delas uma linda composição.
Então decido sair para o jardim
e começar por pintar aquela relva.
‘Azul’, digo para mim
e ela assim se revela.
Para o céu dito: ‘verde!’,
e o meu grito nele se ergue.
Pinto o sol,
de vermelho
e o cântico de um rouxinol,
obtenho.
Faltam-me duas cores.
O branco, de muitos odores,
na minha casa estanco.
Deixando o amarelo,
para as nuvens de algodão.
E como fica belo,
naquele céu de agrião.
O verde do céu,
completa o vermelho do sol.
E como cedeu,
aquele dia outrora mole.
O azul da relva,
realça a minha linda casa neutra
e faz parceria com o verde do céu.
E como a magia me eleva,
e faz deste mundo tão meu.
Agora sim! Não irei mais dormir,
o meu sonho realizei,
num criar por as cores sentir.
Este poema contém alguma informação sobre o conceito cor, como as ligações que esta estabelece entre si. Vou explicar de forma rápida e sucinta:
Pode dizer-se uma composição equilibrada com uma gama de cinco cores (azul, verde, vermelho, branco e amarelo que equivalem às três cores primarias e a uma secundária, sendo o branco cor neutra), entre elas temos cores complementares e cores análogas (da mesma gama de cor/ ‘da mesma família’).
Sabendo que:
Verde + Vermelho = Cores complementares (no circulo cromático encontram-se opostas uma a outra), obtemos o raciocínio por detrás da relação entre o verde do céu e o vermelho do sol.
O azul com o branco faz um contraste de luminosidade e por isso realça a casa branca.
Amarelo + Verde não estabelecem nenhuma relação como cores de análogas, nem complementares, contudo contrastam.
Azul + Verde = Cores análogas/’da mesma família’ (no circulo cromático encontram-se adjuntas, na parte das cores frias).
E nisto se pensarmos e quisemos ir mais longe obtemos cores secundárias (cores resultantes de uma junção de pelo menos outras duas).
O vermelho do sol ao reflectir no azul da relva dará violeta, nas partes por este iluminadas.
O mesmo vermelho do sol a reflectir no branco da casa, a casa irá ver-se também violeta.
O mesmo vermelho do sol a reflectir-se nas nuvens amarelas, dará cor-de-laranja.
E quem diria que por detrás de este poema se escondia este grande exercício de cor.
Se quiserem saber mais:
http://www.ffcomputadores.com/hst/TEORIA%20da%20COR%20CFPF.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cor
Não se esqueçam que as cores também nos provocam sensações e todos as vemos de forma diferente. Espero que vos tenha permitido ter um outro olhar.
Atenciosamente,
P03tiza.
Querido, Outono...
Querido Outono,
no teu jardim amarelado
de folhas cobrindo o chão
pinto mais um monótono,
desflorado,
de solidão…
Como ficam as árvores despidas…
como ficam as plantas frágeis, vulneráveis…
assim fico eu nas despedidas
que comigo nada têm sido poupáveis…
Como o vento de sopros fortes,
tudo leva, tudo arrasta,
pequenos e grandes portes,
tudo devasta.
Continua, a chover folhas…
que pintam o céu de amarelo.
E continuo eu a fazer escolhas,
de como criar o belo.
O vento está zangado,
a natureza está morta…
o que faz o meu ‘eu’ aqui desesperado,
imaginando uma porta?
Imagino, na verdade, quero muito encontrá-la
mas, sei que primeiro, uma viagem me aguarda.
A chave! Tenho que encontrá-la,
é ela a esperança que me resguarda.
Tenho a certeza de que em mim a tenho…
tal como todas as respostas,
que a vida me vai ensinando
nas suas entrepostas,
retenho,
‘assim te vou preparando,
não para viver,
mas para sobreviveres,
porque fácil é viver… esperar a hora da ida,
mas, difícil é sobreviver,
lutar para retardar uma última partida’.
E aqui fico,
deitada no chão,
sendo coberta desta pintura amarela,
e assim me dedico,
a que desta tela,
saia a escuridão.
Desenho feito e editado por mim.
Sou eu...
Sou eu…
uma pomba outrora livre.
Um desejo que pairava solto
Um som que bem suava no timbre
Sou eu…
um grito de revolto.
Uma fraqueza,
uma alma perdida,
um esquecimento
da mãe natureza…
Sou eu…
eu declínio espontâneo
um sofrimento
mais que momentâneo…
Sou eu…
dentro desta gaiola…
Sou eu…
numa voz melancólica
implorando
a volta do meu Romeu,
ao som de uma viola.
Vem, meu amor,
a tua presença fará desaparecer estas grades
que me envolvem e me limitam.
Esta dor,
irá afundar-se, nos seus degrades
que indigitam.
Vem, fazer de mim uma princesa,
dar-me o sol, a lua
tudo o que eu te peça
Volta, minha alma,
vem definir formas nesta escuridão,
procura nela um nu,
que a tua mão,
logo reconhecerá que é uma pele só tua.
Fico aqui,
de joelhos já sangrentos,
de corpo já cansado,
mas, ansiosa por ti,
pelos nossos momentos,
pelo teu suspirar apaixonado.
Desenho da minha autoria e também por mim editado.
Nas entrelinhas em ti raso
Sou um anjo sem asas
mas como me fazes sobre ti voar.
Sou um anjo mortal
que tanto fazes para eternizar.
Sou um anjo carnívoro
que sacia a sua fome no teu ser.
Serei herbívoro
quando nos meus braços te vir desvanecer.
Como me sublimas
a alma, o corpo, a mente.
Como tanto rimas
aqui neste corpo poente.
A inspiração é perfeita
com palavras escassas
A aceitação é inédita
mas como comigo arrasas.
Quero prometer-te,
que iremos rasgar os céus
mas temo perder-te
no meio daqueles azuis véus.
Ainda te quero trincar
minha maçã do pecado.
Preciso explorar
o que trouxe o vento em recado.
Suspiros…
Sou um anjo de ais…
de emoções mistas…
Também tenho impuros
mas desaparecem com os teus sinais
das minhas vistas.
Folheando esta história
como se lesse atentamente uma revista,
digo-te, não se trata de glória
mas sim de algo surrealista.
Algo para que não há explicação…
Mil perguntas escoam
mas, pergunto-me: ‘hei-de ouvi-las ou não
enquanto os meus passos contigo voam?’
Sou um anjo iluminado
insatisfeito a cada dia que passa
sou o coração corado
que nestas entrelinhas em ti rasa.
Sou lábios secos de te falar
ouvidos treinados de te ouvir
sou alma pronta a acreditar
que fim nunca irá surgir.
Imagem retirada do motor de busca Google e video do Youtube.
SUMO de LIMÃO
Depois de te espremer o SUMO num despertar ainda ensonado, TU pareceste-me doce... exprimiste na minha pele uma satisfação aguda, num soltar de suspiros estridentes, num chiar de CIO. Em conjunto, uma risada... eu, com a 'faca e o queijo na mão', julguei-te minha conhecida, mas no exato momento em que o meu EGO crescia e penetrava nas quatro paredes... arderam os olhos da alma... pois tinhas-me CUSPIDO a tua ACIDEZ, incrédula das minhas promessas.
falta de CORAGEM
Eu acho que se trata de CORAGEM...
Chamo-te os meus SETE pecados mortais!! És a GULA que tenho, és aquele MEU suplemento alimentar que mesmo quando eu NÃO o QUERO, não o dou a ninguém.
Das-me o sabor da LUXÚRIA por te ter as vezes que quero e quando QUERO.
E é por isso que caio na PREGUIÇA de continuar... Mais uma vez peco, paro na caminhada e digo-te para IRES em frente.
No meu riso, trago esta SOBERBA toda de poder ter TUDO, mas gostar de correr o risco de não sobrar NADA.
(Cegueira é tudo o que não tenho! Quando pensas que olho para o pastor, na verdade olho para o rebanho).
Neste meu jogo desfilo a minha VAIDADE, o meu egocentrismo.
No fim, ainda sinto a IRA por chegar ao fim dos meus pecados e ainda aqui estares, obrigando-me a recomeça-los!
E eu com AVAREZA...
Desconfio.
Olho-te e pergunto-me:
- Porquê?
É bom estar de volta !!
Elixir de desejo
Diz-me que já não sou inocente,
diz-me que já me deste alas.
Mostra-me o teu amor.
Deixa-me provar o teu inconsciente,
deixa-me desataca-las,
desta dor.
Transforma as minhas lágrimas num sorriso,
mostra-me o mundo por inteiro.
Entende, que é de ti que eu preciso,
que és o meu primeiro!
Faz da minha dor, prazer
faz dos meus medos, desejos!
Quero a teu lado morrer,
sufocada por entre beijos!
Transforma o punido
em vitória!
Segreda-me palavras ao meu ouvido,
mostra-me a tua glória!
Solta-te por entre suspiros,
revolta-te nas minhas fantasias.
Faz fluir todos os impuros
todas as más energias!
Trinca-me as palavras,
saboreia-me as letras,
deseja-me delas escravas,
vê-te nestas minhas facetas!
Toca-me a alma,
sufoca-me a voz
tira-me esta calma
e mostra-me como é o correr de uma foz!
Quero-te nestas entrelinhas.
Desejo-te nestes rascunhos
Mostra-me o céu e as estrelinhas,
espero-me pelos teus cunhos.
Ai, meu amor!
Tu que fazes de mim tua serva.
Ai, meu licor,
que me consome e preserva!
Vou beber-te
mesmo sabendo que me enveneno.
Quero morrer-te,
e fazer deste desejo eterno!
Imagem retirada do Google.
Pérola
Pérola
que me encadeias o olhar.
Degola
o meu ser ao dedos estalar.
Num brilho ofuscante
cortas o meu trilho
num respirar sufocante.
Num tocar que me paralisa
o sangue que escorre.
És um brilhar, que me estiliza
cada dia que corre.
Desfilas
num andar sedutor
compilas
fazes-nos banhadas de amor.
Sorris-me num jeito atrevido
e encostas-te a meu peito
num olhar destemido.
e 'Aconteceu'
um amor verdadeiro,
num querer rasteiro.
Amanheceu,
naquele corpo faminto
uma admiração
um sentimento sem mito
sentido de alma e coração.
Sorriram-se os corpos
escondiam-se os olhares
no romper da noite.
Acabaram assim mortos
de suares
sem algum coite.
Inspirado no feito 'Aconteceu' da nossa amiga Ad Te, que recomendo a leitura: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=197626
Muitos obrigados.
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Imagem retirada do motor de busca Google e editada.