Bruma Lilás
[font=Arial Black]BRUMA LILÁS
A bruma lilás, vagarosamente, desce,
sobre as auras enamoradas
um desejo se manifesta e cresce,
entre as almas apaixonadas
Feito letras soltas, que num poema, se tece
Palavras se atraem, como um imã, no éter, no ar
Notas musicais, unem-se para compor a canção
num compasso dos que querem amar
vem da terna criação
do som das ondas no mar
A bruma lilás é luz de magia
desliza como inspiração
descortina a noite, em fantasia
liberta os seres da solidão
é um belo sonho, uma alquimia
nela dançam as bailarinas
no firmamento, na constelação
as estrelas são muitas lamparinas
A bruma lilás é poesia
A bruma lilás, tem cheiros, sim
de um campo vasto de flores: lavanda,
cravo, hortênsia, violeta e jasmim
misturando-se ao doce sabor das maçãs
chega à tardinha, se instala na varanda
aromas ao vento, da esperança
uma perfumada lembrança
A bruma lilás tem som,
embala num suave tom
escuta-se ao longe, a leveza dos violinos
e ao nascer do sol, muitos anjos
alegres a tocarem seus sinos
no mistério da chama da transformação
Virtudes do amor puro de um coração
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POESIA E SILÊNCIO
Poesia e silêncio ...
Mergulhados em poesia e silêncio
Solidão grita o passar indelével do tempo
Severo silêncio monástico
Musgos no último desejo da consciência
Olhares gelados, disfarçados
Lutando contra sentimentos em chamas
Mergulhados em poesia e silêncio
Desejando cegamente voltar no tempo
Velas acesas nas salas do inconsciente
Imensos corredores escurecidos
A a velha sentença destruidora
Mergulhados em poesia e silêncio
Despertando as sombras esquecidas
Almas tangenciadas pela ebria ideia ...
E uma vontade insana de ...
retornar ao ponto de partida
"Pode haver seriedade mais honesta
que a seriedade poética?"
Poesia e silêncio...
Sombras despertando no tempo ...
SONO DE DEZEMBRO . . .
[size=medium]SONO DE DEZEMBRO . . .
Alamedas escuras
ruas turvas
cobertas de areia
lavadas de suor
pálido medo
prédios inacabados...anêmicos
minh’alma errante
não quer descansar
caminha tateando os cordões e muros
escuridão sem destino
clarão no céu
lua cheia invade a noite
reflexos de luz nas poças d’água
farejo teu cheiro no ar...
forte maresia
almiscaradas madeiras
aproximo-me da tua janela
entreaberta para as brisas
aqui fora...o silêncio,as brumas
te descubro...entorpecido pelos sonhos...
adormecido entre os lençóis cremosos
madrugada desperta
nuvens preguiçosas encobrem o céu
penumbra ...
espio teu sono...profundo
embalado pela suavidade...
do vento que desperta
minha sombra nos pilares acinzentados,
sussurra que é hora de partir
o tempo passou depressa
o sol já vai nascer..
Tempo de voo
Tempo de voo
(para as gaivotas que partiram...)
O gosto salgado do mar
A fuga das palavras sobre as ondas
Os lábios secos de ilusão
O tropeço no pronome possessivo
A regência de um verbo desgarrado,
em um barco à deriva
O voo das gaivotas
para longe dos limos apodrecidos
os rochedos acinzentaram
e a música calou-se
presas a uma ilha sem habitantes
o desespero das libélulas
as asas pregadas na cortina da noite
barulho estridente dos sinos no ar
que mais parecem tambores de guerra
ou martelos de uma sentença
tempo de voo
o vendaval revirando o oceano anil
cansado, triste e morno
escurecido...anunciando temporal
a solidão da nuvem angustiada
que já vai chorar
derramando suas lágrimas
chuva de lamentos e dúvidas
e uma saudade insistente
das gaivotas que partiram
SOPRA VENTO . . .
Sopra vento...
Sopra vento ...
Em redemoinhos...leva tudo
Dança com frenesi,vento!
Balança os galhos dos pinheiros
Sacode a vida, limpa
Na praia esquecida
A luz do céu comunga com a água
Sopra vento...
Leva o mal querer para o fim do oceano
Onde o horizonte se acaba no mar
As tardes passam ,determinadas
Tudo passará...
Descerá a noite e...passou!
Sopra vento...
Os sons se confundem
Assovia mais forte, vento
Atravessa meu corpo
Transpassa minha alma
E leva todas cinzas...
Lá para bem longe
Sopra vento...
Faz desaparecer...
o engano escondido...
Leva... longe muito longe
que eu não mais o alcance
Embala meu momento
Me deixe translúcida,vento
Meu novo cantar... ilumina
Sopra vento ...
Sopra vento...
Leva...
Sopra vento...
Sopra vento...
Leva...
Montanha russa
Montanha russa
Deixa eu ver a vida assim
de vários ângulos
Me deixa aqui na montanha russa
só mais alguns minutos
Para que eu observe os pontos
Que eu conteste as interrogações
E saia de uma vez das reticências
Deixa eu ver a vida assim
Só mais alguns minutos