O velho marujo
Sonhava em seu navio atravessar o mar.
Sonhando desvendar os segredos das sereias.
Acreditava reunir todas as estrelas do firmamento,
e rete-las em seu pensamento.
O velho marujo só não contava com os contratempos,
com as mudanças do vento e o limite do tempo.
Quando o sol despediu-se no horizonte,
veio a noite e com ela seu silencioso questionador;
Quem veio ao mundo e não se entregou a uma paixão?
não se encantou com a força do amor,
não comemorou a realização de um sonho?
Ou mesmo riu da própria sorte,
ou chorou diante da morte?
Certamente este ser nasceu,
passou pela vida e não viveu.
Perdeu-se então no mar,
o velho marujo e seu eterno sonhar.
Sem ao menos notar que a solidão
lhe fazia companhia.
Sorrateiro
Mero pressentimento.
Minhas palavra soltas ao relento
Perfurando o tempo.
Dúbias palavras
E em nada acrescentam
Tolas tormentas
Como é aconchegante o silêncio
continua
Maravilhoso vazio.
Sentimento verdadeiro de ser apenas eu.
O fio da navalha
O fio da navalha não corta.
Pensamentos hipócritas
Língua difamadeira
Olhar altivo, maldito!
O fio da navalha não corta
O frio que sinto
O mal que ...continua
Sol
Uma nota para o Sol.
Quando minhas soturnas noites são apenas reflexos de minha alma,
Quando o sol esconde-se em pleno verão,
Os meus olhos não o velam.
Onde encontra-se?
Onde estás?
O sol que vela minhas sombrias manhãs de verão.
Desejo
Desejo-te por entre meu dedos
Meus lábios percorrendo teus seios
Desejo-te entre mares, ares e altares.
Sem medo, vergonhas ou pudor,
Temores timidez, minha culpa.
segue