Paura
‘Paura’
Amo amar
Assim como
Amo o mar
Mas morro de medo das ondas.
Jairo Cerqueira
“Querência”
A ideia de que o amor estava em dupla
O fez esperar por várias horas.
Na cama:
A seda, o espaço e a fragrância.
O relógio na parede denunciava, com desdém:
“Não está havendo reciprocidade”.
Mas ele não levava a sério... E esperava.
Uma garrafa de vinho escorria em sua taça
Sua incapacidade de enxergar o que existia
O induzia a trair os seus sentidos.
E a imagem do corpo nu no espelho
Era o reflexo infiel do imenso vazio
Que habitava ao seu lado.
Jairo Cerqueira