"Fome de você"
"Fome de você"
O meu corpo te espera, boca pedindo a tua
Te olho, provoco, quero tua alucinação
Teus olhos dizem "sim", quero sua loucura
Os delírios de teu prazer, sob teu corpo estão.
Olhando-me com fome cego, e quente...
Desafogando as vontades e minhas fantasias
Faz de mim sua loucura, dá todo teu êxtase.
Porque agora, minhas vontades são tuas...
Então mergulha teu corpo, mata nosso desejo.
Invade meu corpo febril, úmido e já desnudo.
Quero tua boca, a saliva, a textura do beijo.
Gestos ousados, atrevidos, nos deixando mudos.
Cada parte de mim, mostra que te cobiça.
Quer te ver alucinado, perdido de prazer.
Nas ondas das minhas curvas, tua delicia.
E nua nos meus lençóis, vem, quero te ter.
Corpos nus se entranhando, loucos, se tocando.
Movem-se cadenciados, desvendando cada trilho.
Bocas enlouquecidas, mãos, pernas se enroscando.
Sangue fervendo nas veias, prazer em estribilho.
Despudorada e louca, dou-me só pra você moço...
Olhando nos teus olhos, enquanto te sinto em mim
E alucinada,insana,contorcendo em gemidos te ouço.
Vem agora moça que eu amo, vem... Explode em mim.
Glória Salles
METE NA BOCA E FICA LOUCA (PORQUE É DOMINGO)
Todos os dias
Vou ver a minha namorada
Que fica zangada
Se não lhe dou nada.
Então,
Eu lhe meto na mão
Aquilo que ela gosta
E ela,
Grande gulosa
Com vontade corajosa,
Depois de acariciar
Com muito amor
Aquele esplendor
Logo o mete na boca
E ela fica louca
Com os olhos a brilhar.
Que seja branco ou preto
Ela até sobe ao tecto
Com esta guloseima.
E se o leite sente
Ela fica quase demente
E o lambe até ao fim
Ela o prefere bem duro
Mole, não o acha bom.
Que querem? Ela é assim!
Ela com ele se debate
E como a não quero perder
Todos os dias lhe vou oferecer
Um muito bom chocolate.
A. da fonseca
PROTEGIDO PELA S.P.A. LISBOA
Vertigem
Falta-me o chão
Nem sei bem se alguma vez lá esteve
O precipício chama por mim
Mas há a vertigem que me adverte
O bom senso que me protege
Um passo em falso e é o fim
A queda livre que me ausenta e liberta
A adrenalina faiscante em céu aberto
Tudo o que eu temo, mas me atrai
Um universo à minha espera
Um voo sem mácula, mas adverso
Um pesadelo/ o acordar/foi por um triz
Que eu não saltei fora de mim
Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
DOCE LOUCURA
Pintura do artista Leonid Afremov
Vertem luar os teus olhos
enquanto me ama
um laço
os teus braços
a me enrodilhar a cintura
obstinado domínio
que me atrai ao teu corpo
ai...ai...que doce loucura!...
as mãos poeta deslizam absoluta
em minhas curvas úmidas
e os teus lábios
lavram-me na pele em chamas
um verso libertário
tatuagem lúbrica...
simbiose fálica anuncia o gozo
que se avizinha
as salivas trocadas
poção de Eros é mel
nessa tua boca que desfolha
a minha...
Maria Lucia (Centelha Luminosa)
Deslumbre
Deslumbro-me num acorde em cada dia,
como se soubesse o deslumbre da loucura;
E quando o próprio verso me procura,
vem em tons matizados de alegria.
Mas logo, em seguida, água fria;
debalde procurado; e, em tortura,
ouvir a negação, com voz segura,
em vez d'afirmação que pretendia.
E sigo, como quem escolhe o mal menor,
na cumplicidade musical dos meus ouvidos
ensaiando harpejos em Mi(m) bemol maior
Num suave tom de beijos sustenidos;
No tanger da alma, o som do ardor,
como se me pisasse nos sentidos...
*Insano*
Na calada da noite sinto a tua vigia,
Que pulsa em todo o meu ser,
Que ecoa com os sons mais frios da poesia,
Fazendo o meu corpo implorar por mais prazer,
Nas lacunas da escuridão do meu querer…
E são constantes os toques do meu viver,
Que queimam inspirando o teu olhar,
Que obriga o meu corpo a morrer,
Pelo veneno que escoa no beijo que me queres dar,
Com o sangue entoando o ofuscar.
Verti outrora lágrimas com a loucura a desabrochar,
O pano caía e eu mais e mais queria,
Desse olhar que me esmagava ao tentar violar,
Que bebia todo o sangue com a ousadia,
De um insano que me desejava amar!
Na calada da noite já senti vezes sem conta a tua vigia,
Sem se quer me importar,
Quem precisa de anjos e da alegria?
Contigo são incoerente que me quer sugar,
Toda a vida por um prazer que anseio optar!
Marlene
Read more: http://ghostofpoetry.blogspot.com
Não me queiras tirar de letra
Sou um ser imprevisível
um cartel de incoerências
Nâo queiras interpretar
os sinais nas entrelinhas
Só vês cravos onde há espinhas
já arderam os fusíveis
de quem me quiz entender
Sou de mim tão inconstante
tipo caixa de surpresas
Visto às vezes de arrogâncias
nem eu sei do que sou capaz
Já me rendi ao desatino
de ser um quebra-cabeças
Queres um conselho?
Não te armes em espertinho!
Não me queiras tirar de letra!
Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
AS RATAS MALUCAS
Eu tenho no meu celeiro
Todo o milho em massaroca
E tenho sacos inteiros
De farinha de vaca louca.
Também tenho no celeiro,
As ratas que são "à pinha"
Elas sentiram o cheiro
E comeram a farinha.
Como farinha não há mais,
As ratas saem da toca
Têm fome os animais
Atiram-se à massaroca.
Estão loucas, loucas, loucas,
As ratinhas do meu celeiro
Destruiram-me a massaroca,
Roiem-na o ano inteiro.
Já não sei o que fazer,
Agora só resta o tarolo,
Não há mais nada a roer
Dão-me cabo do miolo.
Destruiram-me a massaroca
E eu dou-lhes com a marreta.
Andam loucas,loucas, loucas,
Já não me tenho nas canetas.
Elas têm tanta fome
Que me andam a perguntar
Chamando-me pelo meu nome...
Tens massaroca para me dar?
A minha mulher já me disse
Com as suas palavras sensatas.
Que para evitar chatices,
Que eu vá dormir com as ratas.
A. da fonseca
A noite cavalga no meu peito
A noite cavalga no meu peito
Neste peito prensado de luar
Galopando o meu corpo vagueia
Na arrojada essência de ficar
Percorro as areias movediças
Em equilibrados saltos mortais
Sinto-me um mero saltimbanco
Em plenas acrobacias sequenciais
Voo no prolongamento do tempo
Nos braços da divina loucura
Estonteando o meu corpo sedento
Orvalhado-o de suave ternura
A noite morre à beira do sol
Nas madrugadas sequiosas de cor
E nos meus olhos impregnados
O gosto salgado do teu sabor
Escrito a 15/06/09
VERA
Vera varria a varanda e ria,
De forma estranha em demasia,
Não era riso natural eu percebia.
Não sei se ria do que via,
Ou se ria do que não via.
Da via de onde eu a via;
Eu via o quanto ela ria,
Todavia, os por quês eu desconhecia,
Talvez os pormenores só ela sabia,
Ou certamente, nem ela sabia.
O que varrer ali já não havia,
Mas Vera varria, varria, varria
E insanamente ria, ria, ria!