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Poemas, frases e mensagens de Frederico Rego Jr

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Frederico Rego Jr

A OVELHA NEGRA

 
A OVELHA NEGRA
 
Cuidado com a ovelha negra! Com a mosca na sopa! Com a pedra no sapato! Quem nunca ouviu estas frases ditas sempre por pessoas mais velhas, supostamente mais esclarecidas? É um lugar comum em nossas vidas: esse menino é a perdição do grupo, essa menina só tem idéias malucas, desde que esse diretor chegou à escola ela nunca mais foi a mesma! É muito difícil para o homem aceitar o diferente, nós queremos o mundo do jeito que o vemos e o entendemos, as mudanças causam transtornos em nossa mente, em conseqüência em nossas vidas. Nada mais normal do que questionar o diferente, as mudanças, o aparente transtorno. No entanto, não existe nada mais errado do que aceitar essa sabedoria enganosa e preguiçosa. A vida só evoluiu em nosso planeta através das pequenas mudanças, mutações, que ocorrem no genótipo dos seres vivos, o que permite que a vida se adapte às alterações de ambiente. Sem essas pequenas rebeldias moleculares, sem a ação dessas “ovelhas negras” celulares, talvez não passássemos de pequenas, insignificantes e esquizofrênicas bactérias! Com a nossa civilização não aconteceu nada diferente, quantas não foram às ovelhas negras enforcadas, queimadas, trucidadas por acreditar em coisas que ninguém acreditava, ou por ver coisas que ninguém via. Jesus Cristo, Tiradentes, foram típicas moscas na sopa de romanos e portugueses. Com o passar do tempo o que acreditavam e o que viam esses desafortunados e injustiçados, passa a ser o que todos acreditam e vêem. Não é raro um cientista ser questionado e às vezes injuriado por seus pares mais graduados e mais cheios de verdades, por trazer à tona alguma descoberta que questiona o conhecimento aceito, até então. E com o passar do tempo ver a sua descoberta, aberrante, ser incorporada ao arsenal do saber humano pelos colegas que antes o injuriavam. Também não é difícil encontrarmos exemplos de filhos que acharam caminhos diferentes daqueles escolhidos por seus pais e que depois deram graças a Deus por terem sido um moscão na sopa dos pais, já que foram mais felizes que os próprios pais em suas escolhas.

Portanto não amesquinhe a sua existência e a dos outros com seus preconceitos religiosos, científicos, ou de qualquer outra natureza, com sua vontade de que tudo deve ser como sempre foi, com a visão distorcida do que a vida precisa pra seguir sendo vivida. E lembre-se você não é uma ameba! Talvez não seja por vontade própria, mas não é!
 
A OVELHA NEGRA

QUANDO A GUERRA PASSAR

 
DEPOIS QUE O CHEIRO
DE PÓLVORA DISSIPAR,
QUANDO O ÓDIO AMAINAR,
QUANDO OS CADÁVERES FOREM SEPULTADOS,
QUANDO NÃO HOUVER
MAIS LÁGRIMAS PARA VERTER,
QUANDO O VENTO ESPALHAR AS CINZAS,
CHEGAM OS ARTISTAS , OS POETAS, AQUELES QUE CONVERSAM COM AS ESTRELAS,
COM SUAS ARMAS E FEITIÇOS,
PARA QUE A REALIDADE FRIA E MAL ACABADA,
GANHE CORES E UM JEITO NOVO DE EXISTIR.
E QUE ATÉ OS ESCOMBROS ENCONTREM UM MODO DE SORRIR.

2013
 
QUANDO A GUERRA PASSAR

SEM PAIXÃO

 
Uma saudade
Que não podia estar ali.
O presente conspirava
Contra o futuro,
Deixando tudo esmaecido,
Sem emoção,
Quase em comoção.

Como uma novela
Que não se deixa partir,
Já surgindo outra no horizonte
Não deixando brotar saudade,
Do que está por terminar;
Não há tempo para sentar
E sonhar.

Passam, passam...
Sem contemplações,
Os fugazes fragmentos
De nossa história pessoal,
De nossa vida sentimental,
De nossa vida, quase, terminal.
 
SEM PAIXÃO

O DESTINO DO ALQUIMISTA

 
DESTINO DO ALQUIMISTA

Um desfigurado alquimista,
Desprezado e perseguido
Por reis e rainhas,
Fazia, em noites inúteis,
Em aparelhos inocentes,
A ciência dos vadios,
Transformava terra em mel,
Insetos deformados
Num mal qualquer,
No patê que nutre
Vermes ensandecidos.

Faz, ainda, por amor,
Ou rebeldia,
Da flor,
Troféu a ser dado
Aos espartanos
E aos homens que se matam,
Mordem-se,
Num tablado qualquer,
Com um canhão vulgar,
Com uma bomba sem nome,
Para glória de um mentor
Sem rosto,
Sem pátria,
Sem tempo.

Foi quase enforcado
O rebelde alquimista,
Ao propor em público,
Que seria de grande utilidade
Para o povo
Do reino,
Que se queimasse em fogueira,
As armas do monarca,
Que se empregassem os operários
Que viviam de fazer defuntos,
Do mesmo aço que faz um parafuso,
Uma colher faminta,
Uma enxada suja de barro,
No fabrico de espetinhos
Para brincar com dóceis répteis;
Seriam mais úteis
Com a nova tarefa!

Foi procurado,
Por quase um século,
Ao propor,
Em alcova de nobre
E volúvel senhora,
Indecorosas formas de amar.

Foi perseguido,
Por muito tempo,
Ao colocar em seus manuscritos
Proscritos,
Idéias torpes
Que fariam, em breve,
Brotar a prosperidade
Na cidade dos prisioneiros,
Arrebanhados em batalhas
De heroísmo duvidoso.

Passou intermináveis dias
Em infecto e frio calabouço,
Por defender,
Em asquerosa taberna,
Da violência e vexames injustos,
Impostos por mercenários
Oficiais do rei,
A vil cafetina,
Mal vista por diabos e santos,
Por territórios, muito além,
Das fronteiras da nação.

Execrado em praça pública o foi,
Dezenas de vezes,
Teve suas obras queimadas, pilhadas...
Suas opiniões
A respeito da real importância humana,
Questionadas por clérigos,
Juristas e pensadores da época,
Inconformados com o mesquinho cérebro,
Que se divertia,
Criando fantasmagorias heréticas,
Que mostravam o homem não tão importante!

Foi em período turbulento
Seus dias de glória;
Envolvido em quimeras,
Carregado em marsúpio
De inquieto monstrengo,
Criação de madrugada exuberante,
É chamado ao palácio medieval,
Para em poções,
Misto de raízes exóticas
E essências esotéricas,
De balsâmica aparência,
Trazer de volta a saúde
De sua alteza real.

Logo inverdades
De pátrios cidadãos,
Legaram ao alquimista
Batina de cores esmaecidas,
Em seus santos desconhecidos,
Para em poeirentos caminhos,
Em intermináveis charnecas,
Por abandonados mosteiros,
Encontrar, uma vez mais,
A solidão da irrequieta criação.

Quando os cabelos
Mostravam o destemor da idade,
Louca paixão se apossou
Do incompreendido indivíduo;
Em companhia da sábia e bela mulher,
Para muitos signatária de subversivos manifestos,
Para outros ungida feiticeira,
Viu passar muitos sóis em sua vida.
Até que o corpo paixão
Desapareceu,
Pela mão de algum carrasco inquisidor,
Deixando para o alquimista
A verdade eterna,
A ser derramada,
Como oração,
No ventre da massa comensal,
Que percorre extasiada
Séculos de horror.

Foi perdoado ontem,
Quando seu corpo apodrecido
Por séculos de história,
Foi encontrado
Na tumba dos esquecidos,
Onde se lia na lápide,
Em inscrições,
Quase imperceptíveis:
“Aqui jaz a razão”
 
O DESTINO DO ALQUIMISTA

SOLIDÃO DE ÍNDIO

 
SOLIDÃO DE ÍNDIO
 
O sol já vem vindo,
Vai passar, passar...
E ninguém sabe para onde vai.
Já não dá mais
Para ver quando se esconde
Atrás da colina.
Mas é bom saber que volta,
Pelo menos ele volta...

Hoje planto milho, feijão, soja,
Uma porção de coisas...
Já não me sobra tempo,
Para admirar o córrego,
Onde aprendi a nadar.
Hoje a tribo é produtiva,
Como o branco quer,
Mas, minha alma nem se acredita mais...

Às vezes conversamos
Na língua da gente...
Mas, a língua do branco,
Já quase que é da gente.
Os novos nem sabem como índio fala!

O branco acho eu,
No fundo é bom.
Deu-nos terra.
Deu para gente,
Coisa que já era nossa...
Negócio de branco...
Não dá para o índio entender...

O que um índio velho pode fazer,
Quando vê seus espíritos sagrados
Sem significado?
Quando vê um índio pequeno ainda,
Trocando seus enfeites divinos,
Por pedaços de papel,
Que o branco valoriza tanto?
Quando vê gente nossa
Com vergonha de andar nua?
Eu só fico olhando,
Mas, me dá muita tristeza,
Muita mesmo...

Eu falo isso só para mim,
O branco não acredita muito
Que índio fique triste,
Quanto mais índio velho...

Tem noites que não acredito,
Que o sol volte novamente.
Felizmente, ele sempre volta,
Pelo menos ele não nos abandonou!
 
SOLIDÃO DE ÍNDIO

PAI

 
As bandeiras ficaram para os outros.
Você se retirou da luta,
Tanto à se fazer...

Descansa pai;
Tua semente não vai secar,
Seus ideais não vão se perder,
Neste mundo indiferente,
Teus sonhos não ficarão ao relento.

Descansa um pouco,
Para onde vai precisam de ti,
Não te preocupes,
Nós cuidamos de tudo por aqui .
 
PAI

O PASSADO NÃO EXISTE MAIS

 
Há lugares onde não devemos voltar;
Visitas fora do tempo,
Não deixarão o passado sossegado.
Ali não há mais o que deixamos,
Os amigos, as situações,
Não estão mais lá.
Os edifícios acabam ficando tristes,
Como fantasmas de encarnação passada.

Não devemos retornar a lugares
Onde fomos muito felizes,
O retorno não trará felicidade,
Nunca voltamos ao mesmo passado,
Ele não existe mais,
A felicidade nunca é a mesma.
 
O PASSADO NÃO EXISTE MAIS

AS RESPOSTAS NÃO AJUDAM

 
As perguntas já não me seduzem tanto,
As repostas aumentam minha angustia,
Nada esclarecem e aumentam o labirinto
De minhas duvidas.
É tanta incoerência, tanta demência no que me cerca
Que tenho medo enlouquecer nesta idade,
Só por curiosidade...
 
AS RESPOSTAS NÃO AJUDAM

QUEM EU QUERO POR PERTO

 
Não chegue perto
Se você não sabe ficar quieto
Não chegue perto
Se o tesouro que trazes são moedas de ouro
Não chegue perto
Se seu rio nunca abandona o leito
Não chegue perto
Se os animais não te tem afeto
Não chegue perto
Se não consegue aceitar seus erros
Com um sorriso e não aos berros
Só chegue se a curiosidade ainda te queimar no peito
Apesar do que a vida tenha te feito
Apesar das rugas que te fazem um desfeito

2017
 
QUEM EU QUERO POR PERTO

UM INSTANTE

 
Já não me basta rir ou chorar,
De alegrias e tristezas,
Que passam, passam...
Como num filme sem controle,
Sem hora para terminar,
Com personagens que se vão
Sem se identificar.
Não há tempo para lamentar.
Não há tempo para comemorar.

É tudo tão rápido, tão rápido...
Que as lágrimas secam
Com a brisa da paisagem,
Assim que começa a viagem.
 
UM INSTANTE

O PORQUÊ DOS POETAS

 
Com a espada afiada nas palavras,
Cravejada de brilhantes e espinhos,
Cortam a tirania mundo afora.

Atiram versos ao léu,
Vez por outra acertam o olho de um cretino,
O peito frio de um assassino,
A pele apodrecida de um racista,
O cérebro torto de um fundamentalista,
O coração alegre de uma amada despudorada.

Dão vida a vida,
Ressuscitam,
Todo dia,
Com o fervor dos loucos,
O que não merece fenecer.

Prosseguem nesta luta,
Pouco entendida,
Criando sentimentos,
Criando beleza,
Onde só há realeza
E cimento.

2008
 
O PORQUÊ DOS POETAS

MUDANÇAS

 
A curiosidade e o desejo de mudança são os motores que impulsionam a civilização humana . O achar que aquilo pode ser feito de modo diferente e melhor é o que nos impulsiona à frente. Por outro lado é muito mais cômodo e menos doloroso não mudar o curso das coisas: se está funcionando por que mudar? É esse sempre o dilema se acomodar com algo que aparentemente satisfaz nossas necessidades,e isso acontece em tudo que fazemos na vida .Não são raros os casais que se acomodam com uma relação pra lá de falida; todos os dias o indivíduo pega um engarrafamento dos infernos pra chegar ao trabalho, mas não procura outra opção para aquele suplício ;existe um acesso cirúrgico melhor para o paciente neste tipo de cirurgia que realizo todos os dias, mas já me acostumei com minha maneira de operar; meu partido político virou uma agremiação de malfeitores, mas já me acostumei com isso; meu time de futebol não me agrada nem um pouco, mas só sei torcer por ele; minha religião já não fala ao meu coração ,mas tenho medo do que vou encontrar em outra igreja. O mudar, ou procurar algo que melhore sua vida ,um caminho alternativo, pode ser difícil , as vezes até doloroso, mas no acerto final, nunca é ruim. A vida é cheia de desafios ou pelo menos devia ser assim para todos nós, ter medo de mudar, acreditar que não se deve mexer com o que funciona ,razoavelmente, se todos assim procedessem , se o comodismo fosse geral, estaríamos , com certeza, por inventar a roda e nossas mansões seriam soturnas cavernas.
 
MUDANÇAS

FILHOS

 
Doces olhares,
Sorrisos encantadores,
De esperança, de coloridos sonhos...
Ficamos pequenos, impotentes...
Perto do que a vida, a incontrolável vida,
Carreia de surpresas,
Desesperanças,
Abissais desavenças,
A esses pequenos sonhadores.

Para nós,
Sempre belos,
Sempre de incerto destino,
Pequeninos e indefesos
Esses pedaços soltos
De nossa alma.

Fogem de nossos braços,
Na incontrolável dança da vida!
Como seria bom
Tê-los por perto,
Poder livrá-los
Do que na vida é incerto;
Abraçá-los
Quando a alegria
For à única certeza.
Acariciá-los,
Quando o mundo destila
Suas vilezas.

Pedaços nossos,
Pedaços do mundo,
Que não há como controlar,
Só amar!
 
FILHOS

UM MONUMENTO SEM PRAÇA

 
Muitas vezes os monumentos parecem de paz,
Talvez tragam lamentos mudos,
Talvez palavras e gestos sangrentos,
Talvez até a própria paz!

São sempre ricos e cheios de glória.
Sempre gritam à história de um povo
Num corpo de bronze.

Qualquer dia desses ergo um monumento.
Não um monumento ao que é grande.
Sim um monumento incompreendido.
Um monumento de barro e sangue.
Um monumento de pedaços de jornal velho,
Um monumento de ossos e ouro,
Um monumento coberto de folhas de outono,
Um monumento úmido,

Porque traz lágrimas,
Porque traz tristezas e alegrias,
No choro e no riso,
De heróis e bandidos.

Há quem diga que não há praças
Nem história para o meu monumento.
Há os que farão com cuspe e violência
O fim do meu monumento.
Há os que farão sorrindo o ridículo
Do meu monumento.

Com certeza a neve de inverno
Mutilará o meu monumento.
Cobrirá com um manto frio
O sangue e o barro.
Com certeza o sol de verão secará
O pranto do meu monumento.
Talvez a inocência de pássaros e crianças
Faça fim à história do meu monumento.

Mas, não importa que destruam.
Ou mutilem o meu monumento,
Sempre que me der vontade,
Ergo um monumento sujo e incompreendido.
De sangue e barro,
De osso e ouro,
De pedaços de jornal velho,
Coberto de folhas de outono.

1974
 
UM MONUMENTO SEM PRAÇA

O EXÉRCITO DOS MEUS SONHOS

 
A grande banda universal!
Um dia veremos amigo,
Um mundo,
Que dos exércitos formais
Restarão as garbosas bandas;
Nossos poderosos generais,
Para alegria dos festivais,
Serão alegres oficiais.

Vamos ver a bestial artilharia,
Fazendo música,
Não em instrumentos que fazem chorar,
Não em instrumentos lúgubres e ruidosos
Que é difícil amar,
Mas, em instrumentos coloridos,
De ruídos que se fazem adorar.
Cada qual fazendo esquecer
Com um som inebriante,
O canibalismo inconseqüente
Dos exércitos de hoje.

Todos farão parte,
Desta Singular e irreverente
Orquestra popular,
Onde se pode cantar e marchar.
Seremos companheiros
E herdeiros,
De algum maestro extravagante,
Poeta e infante.
 
O EXÉRCITO DOS MEUS SONHOS

O SUÍCIDIO

 
Partiu sem dizer adeus,
Partiu como partem os desesperados
Que não são mais esperados,
Deixando a todos como se fossem culpados.

Partiu porque doía tanto
Que não havia pranto
Que desse jeito.

Partiu para não ter que dizer não,
Para não ter que pedir perdão,
Para não pedir ajuda,
Para não ter que gritar: acuda-me!

Partiu deixando perguntas
Sem respostas,
Para não continuar vivendo por viver,
Sofrendo por sofrer.

Partiu deixando seus três pedaços de vida
Sem o abraço de despedida,
Partiu sem se despedir
Para não ter que dizer adeus,
Para não ter que perguntar por que meu Deus?
 
O SUÍCIDIO

NÃO, NÃO GOSTO!

 
De caminhos retos,
De destinos certos;
Daquele que segue os formulários
Sem ficar irrequieto;
Dos que se assustam
Com as travessuras da vida,
Que nos empurram ao incerto;
Dos que se importam
Com a poeira no assoalho
E não com o deserto da existência.
Dos que só se preocupam com o que não tem alma,
E não com a essência da vida.
 
NÃO, NÃO GOSTO!

A HISTÓRIA DE CADA UM

 
Cada qual ao seu jeito
Vai escrevendo sua história,
Alguns em silêncio sepulcral,
Outros em meio a um musical.
Uns num canto sombrio,
Outros em meio a um ensurdecedor alarido.

Histórias e mais histórias
Todas com início e fim iguais,
O meio cuidado por alguns com desvelo
Por outros sem o menor zelo,
Acaba sendo o selo de qualidade ou não de uma existência inteira.
O sol ou o nevoeiro que acoberta
O jeito de cada um construir , com persistência ,a própria vida.
 
A HISTÓRIA DE CADA UM

NINHO VAZIO

 
NINHO VAZIO
 
Foram-se os filhos
Para destino sonhado;
Ficou o ninho vazio e frio.
Uma mãe que não sabe o que fazer,
Para preencher,
Com prazer,
O que não se pode mais ter.

O casal desolado,
Os filhos cada qual para o seu lado.
Não sabe o que fazer com o poder alado!
Abandonado, atrofiado, amedrontado
Por anos e anos de desprezo, descaso...

O ninho frio
Sem convidado...
É bom ter mais cuidado
Com o ninho lotado,
Para não se sentir abandonado,
Melhor seria realizado,
Com o pássaro criado...

Frederico Rego jr
 
NINHO VAZIO

NOSSO MUNDO

 
Cheio de empiemas!
Cheio de mentiras,
Cheio de nobrezas e suas vilezas!
Onde o que vale é a gema,
Seja da natureza,
Seja da pedra preciosa.

Nosso uma ova!
No meu vale o que digo,
Não precisa estar escrito;
O sonhar ainda tem lugar
E não é só com o comprar;
O verme é só um ser da escuridão,
Não precisa de punição.
É completo como um grande poema
Que não se questiona;
Cheio de cães e gatos
E nenhum rato!
Cheio do que na vida
Vale à pena!
 
NOSSO MUNDO