Malditas insónias que me atormentam as noites 🌺
Malditas insónias que me atormentam as noites
Abro os olhos, mas só vejo a minha sombra
Tento escutar o silencio mas só me oiço a mim
Tento mover-me mas não consigo, sinto-me presa
Queria dormir para sonhar com a alegria
Mas as insónias só me dão tristezas, dores
Luto para sobreviver nesta puta de vida
Que não me dá nada a não ser sofrimentos
Sinto-me imóvel, pelas dores que me castigam o corpo
Não consigo dormir, passeio pelo corredor de casa
Olho a janela, a chuva castiga o vidro da janela
Como se me quisesse castigar, a mim
Apesar de todo o sofrimento que tenho tido desde
Que vim a este mundo, estou de pé
Sou uma lutadora, uma sobrevivente
Sem medo de encarar a merda que a vida me dá.
🌺
Sol roxo de resina verde
Feita de arco íris
Na cinza de Marte
Presa na alma
Sem poder dormir
🌺🌹
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
ღUm dia partirei sozinha *
Eu sinto a minha existência em qualquer lugar
Mas se eu não perceber morro
A ouvir os teus passos
Um dia partirei para longe deste mundo sozinha
Mas pretendo deixar um pouco de mim no teu ar
Eu já sei, sei que ninguém morrerá comigo
Nas brumas, dos dias, das noites
Esta minha alma partida
Por palavras sentidas nesta noite
Sem vestígio de alegria, pensamentos presentes
Com sentimentos de saudades tuas
Na esperança de um desabafo que continua escuro
O meu mundo é uma sintonia que procura por ti
Que me faz querer-te, que me faz dizer, o que sinto
Um dia partirei, eu já sei que ninguém morrerá comigo.
💝
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
*ALMA DE PRANTO ✿
Quando a dor não cabe no peito
A alma transborda de solidão
Não conheço, não quero conhecer
Ou talvez conheça a minha escuridão
Como posso lidar com a dos outros
Nas lousas frias, chegam as aflições
Rasgam o sol da escuridão já tão longa
Palavras duras que transbordam
Excessivamente a luxúria na sua ausência
Solidão morta habitada, reservada e fria
Resignação quando o medo se torna grande
E a liberdade é tantas vezes pequena
Onde se descansa o corpo na cama estreita
A roupa que se veste, na alma é apertada
Cumplicidade que cresce sem asas
Silêncios de deslumbramentos sombrios
Perpétuos olhos feitos, em ousadias comum
Dor transbordada sem contingência solta no peito
Como posso lidar com a escuridão dos outros
Se não conheço a minha própria escuridão.
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Bilros na solidão das nossas almas 🌷
A minha aflição dói nos corpos
Das nossas almas
Entre a solidão de mil catos
Nos bilros que bordam em desalento
Do silêncio, de sussurrado deserto
Sinos do isolamento de rastos
Em ajoelhado infortúnio
Teias do tear em meigos gemidos
Lamúria de nojo pesar
Recitam estrofes na poeira
A minha agrura dói nas almas
Dos nossos corpos
Plangência de tantos sentimentos
Só as dores da minha alma
corta as agruras dos nossos corpos
🌷🌺
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
✿Que noite violenta esta perdi-me de mim*
Que noite violenta esta, perdi-me de mim
Foi levada, arrastada, num cruel sonho
Engoli o pó desta minha solidão tardia
Procurei por mim, forte me fiz de mim
Deu-me um nó na garganta da dor incerta
Ao ver ser retirada do corpo a minha alma
Sem carne senti-me nua num pobre cadáver
Andava sem rumo entregue a própria sorte
Sem saber que haja alguém que se importe
Vagueei ausente de tudo na incerteza da vida
Da pessoa obstinada que sempre foi e sou
Escondida de mim, a procura de si próprio
Mau sonho na liberdade perdida aprisionada
Flutua imagina num vivo cadáver acorrentado
Num conflito infinito a alma perturba a realidade
Grita, sem já mais ser ouvida, noite violenta esta.
🌹🌻👒
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
*Águas claras pé descalço coração magoado✿
Pé descalço, coração de pedra magoado
Que cega esta nossa mais que nossa idolatria
Voluntária morte esta mortal vida, mal vivida
Onde deixamos reinar a tirania tão mal servida
Que bravas águas lágrimas no oceano profundo
Perdidas e esquecidas que chorei na mocidade
Daquelas que já foram celebradas noutra idade
Relembradas em liberdade sentidas de bravura
Águas claras mostrai-vos tão nossas conquistadas
Da memória antiga pé descalço e já magoado
Quando não poder ser amado o canto das aves
Alegraram o meu pensamento e o meu ouvido
O perfume das flores mostraram-me o céu na terra
Vivo isento e pobre sem abalar o sentimento da fraca
Humanidade que se vive neste mundo cada vez mais frio
De calor humano pé descalço e magoado dos caminhos
Onde o mais escuro é claro o mais leve é pesado
O mais brando é duro como as fragas das serras
De giestas, estevas que cega esta nossa idolatria
Desta nossa voluntária morte sem viver a mortal vida
Reinando a tirania fechando os olhos de sermos
Mal servidos pé descalço, magoado coração de pedra!
O mundo está cheio
De desprezo e ódio
Pelos outros
Para quê se a vida é curta
🌺🍁🌺
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Folhas dos teus olhos que caem pelas faces em lágrimas
Aquele planto
Uma alma sentida, chorando
Olhar que chora as essências de uma dor
Não sei para onde foi meu sorriso
Não quero mais viver, tenho vontade de morrer
Sentimento brando, triste ficou
Folhas dos teus olhos que caem pelas faces em lágrimas
Uma solidão tocada pelo tempo
Bocas beijada pelo vento
Aldeando-se o alvor
Um sereno saindo das pedras
Onde a nuvens se escondem
Brisa caindo sobre o chão, cobrindo a nossa paixão
Sentidos que se molham com a alvorecer das manhãs
Tardes de amarguras que se planta em meu ser.
Onde esta você! Meu mor
Que me faz muito sofrer
Autor: martims
JOSÉ CARLOS RIBEIRO
10: 08: 2015
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♥PEDRAS FRIAS *
Calçada fria
Piso as pedras da calçada
De uma vida
Já sem vida
Procuro um caminho
Sem mágoas
Talvez sem direcção
Sinto que não tenho nada
Mas talvez tenha
Tenho tudo na minha mão
Um inferno, um céu
Com uma cruz
Numa amarga sinfonia
Que ninguém tocou
Que nunca ninguém escreveu
Amarrada de mim mesma
Dentro e amargurada
Piso as pedras da calçada
De uma vida sentida
Já sem vida
Que comigo vai morrer
Na suja e fria calçada.
*
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Medos e decepções fantasma nocturno 🌺
Medos e decepções, letras mal escritas
Numa página marcada num cesto do lixo
Fantasma nocturno de palavras cuspidas
Cuspidas num papel de uma agenda em branco
Medos e decepções desfeitos em insanidade
Rascunhos deixados na alma pelos dedos
Espíritos fracos desejosos e vingativos
Feitiços sangrentos com a fúria dos mares
Mares tempestuosos sem vergonha ou consciência
Guerra desfeita de quem morre de quem vive
Noites amargas sem sono do inferno ciumento
Voo febril rastejante, pegajoso
Alma consumida sem valor, desesperada competência
Consumida, derretimento no gelo
Palavras cuspidas, sem vírgulas, sem ponto, sem dor
Analfabetos, excêntricos, sem instintos gramáticos
Sílabas tontas na lógica das palavras subversivas
Medos e decepções cuspidas num cesto do lixo de casa.
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Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Deixa-me os sonhos 🌹
Deixa-me os delírios de sonhos lúcidos
Deixa-me os espelhos maquilhagem delicada
Deixa-me a cobertura efémera numa máscara
Deixa-me o silêncio ferramenta de trivialidades
Deixa-me a insónia de despertares noturnos
Deixa-me as palavras desordenadas na mente
Deixa-me a podridão das esquecidas memórias
Deixa-me chorar para poder molhar-me a chuva
Deixa-me viver para tentar sobreviver nesta vida
Deixa-me afinal que eu sou tudo e sou nada.
__Rasga-me solta-me as asas
Deixa-me voar
Tira-me deste meu longo
Secreto esconderijo
╭✿ ♥
Isabel Morais Ribeiro Fonseca