BUSCA
Vida que brota
De sentimentos
Incompreendidos
Pelo tempo
Interminável tempo...
Que sopra memórias
Em sonhos
Inesquecíveis
Emoções sentidas
Em saudades
De mim,
De você....
Abandono
Sou um animal
Você também é,
Com a diferença
De que você raciocina
Eu não....
Mas, sinto,
Sinto fome,
Sinto sede,
Sinto frio,
Sinto medo,
Sinto solidão,
Que falta eu sinto
De um abrigo
De um amigo
De um abraço
De um olhar...
Que me ensine
Sinto, só sei que sinto...
Ausência de sentimentos
Humanos,
Sinto.
Remember
A pior saudade
É aquela
Que não aconteceu...
Ficou esquecida
Nas cordas do tempo
Perdidas,
Escondidas
Nas dobras
de uma esquina
Como folhas amareladas
Levadas ao vento
Melodia incompleta
Desenhadas
Em arco-íris
Preto e branco,
Lembranças
Engavetadas
Empoeiradas,
Retratadas
Em lapsos de memória...
Reviver
Sinto-me por vezes
Em um deserto
Onde o sol do egoísmo
Queima
Em círculos viciosos
De solidão
Onde por vezes
Toco em emoções
Intencionais (mal interpretadas?)
Talvez...
E, em tentativas pálidas
De (in) verdades
Em palavras perdidas
Como flores despetaladas...
Mas, a roda da vida
sabiamente, se refaz
Renascendo, inebriante
Em cada amanhecer
Como poesia incontida...
Tua
Você é culpado
Desse desengano,
Meus pensamentos
Eram meus, só meus
Agora são teus, só teus...
Percepção
Em cavernas
subterrâneas
do meu Ser
invoquei tua imagem,
Há tempos tolhida,
e relances
de lembranças,
conscientemente
arquivadas,
Você ressurge
novamente mais forte...
tal qual,
luz, nas sombras
em cintilantes
partículas....
a me provocar
os sentidos,
sentimentos,
encobertos por um véu,
que agora sei,
translúcido,
por querer
proibir Você.
Teu olhar
Teu olhar penetrante
Seduz e invade
Sem pedir licença
Transpõe, devagarinho
Procurando, insatisfeito
Rebuscando meu ser...
Dueto
Saudade
É pássaro alado
Que pousa
No meu coração
Inconsciente
do meu não consentimento
Feri-me em meus sentimentos
E em vôo livre
Sem regras
Impõe sua rebeldia
Irracional
Ao meu desejo
Racional
De te esquecer...
Reduzir-te a pó
E ver-te escorrer
Não como lágrimas
Sentidas,
doloridas,
Mas de redenção,
Pura libertação...
Leia mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=299206 © Luso-Poemas
Carta para Rose
Os animais e seu amor incondicional por nós...Vi isso em seus últimos instantes, quando abanou o rabo, ao ouvir nossa voz. Minha cadela foi-se. Ela estava doente, essa seria a segunda cirurgia. Ela estava alegre, feliz, olhos brilhantes. Era companheira e dócil. Todos gostavam de Rose. Era amor a primeira vista. Era uma companhia discreta, obediente, se fazia presente sem incomodar. Me incomoda agora a saudade de não tê-la por perto. Sinto-me só, sem sua presença carinhosa e atenta...as lágrimas teimam em cair e lembro os cantos que gostava de ficar... Sei, que tem um lugar especial, perto de Deus para os animais. Ela esta lá. E olha pra nós, também com saudade. Amamos você, Rose.
Minucias
Naquele dia
Mergulhei
No teu olhar...
Que desnudou-me
Tirando as arestas
Da solidão
Que cercava-me
Invisível,
Incansável,
E você...
Ao decifrar-me
Encantou-me...
Inversão
De papeis...