Poemas, frases e mensagens de arturmacedo73

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de arturmacedo73

Quando adormeces

 
Quando adormeces
 
Deita-te em meu colo, minha doce menina,
Encontra um refúgio desse mundo ruim.
Te escondo nos meus braços, pequenina,
Entoo acalantos, que adormeças em mim.

Teu sono é inocente, minha bela menina,
Tens toda a doçura irresistível da infância.
Escapa da boca um sorriso que fascina,
São belos os teus sonhos, minha criança.

Vivo neste momento, nesta cena sublime,
A agonia da súplica pra que nunca termine,
O tempo em que dormes nos braços meus.

Mas como a névoa que o calor sol espalhou,
Lamento notar que o instante se acabou
E quando percebo, quem sonhava era eu...
 
Quando adormeces

Sou rio

 
Sou rio
 
Não peças pra que contenha minhas águas,
Ou pra que não corra na tua direção.
Que não haja cachoeiras,
Que eu seja sempre sereno.
Apenas banhe-se em mim,
Beba de mim,
Lave sua linda face.
Banhe seu corpo,
Te envolverei por completo,
Cada recanto teu.
Deixa em mim o teu perfume,
Leva contigo pouquinho de mim
Nos teus cabelos.
Afaste-se, se quiser,
Mas terás sede,
E estarei aqui,
Sempre...
 
Sou rio

Cala-te

 
Cala-te
 
Com que direito? Fala!
Que desalinhas meu caminho,
Descompassas meus batimentos,
Me vicias em teu carinho?

O que pretendes? Fala!
Que eu me quede vencido,
E que te entregue meu escudo,
Por teu amor iludido?

Mas se nada queres, cala!
Deixa meu sonho ser casa,
E o teu amor, o meu ópio,
Que minha dor extravasa.

Mas se também sonhas, fala!
Que eu adormeço contigo,
Pra um despertar mais nunca,
Será o sono o nosso abrigo.
 
Cala-te

Distante

 
Distante
 
Basta um aceno pra que eu perceba
O meu mundo tão pequeno.
Miro então o horizonte,
O que se estende por entre os montes.
E o que vejo encharca-me os versos,
Logo invento um perfeito universo,
Cheio de mim e de ti.
Estendo a mão,
Como se pudesse tocar-te.
Como se mover-te fosses,
Ao toque carinhoso dos meus dedos,
Carinho que duraria nossas vidas.
Então a felicidade brota na terra,
Ao notar que nos amamos.
Uma linda flor perfumada,
Esperando que a colhamos.
 
Distante

Entre beijos

 
Entre beijos
 
O beijo que me negaste,
Como quem tranca a porta.
A única...
Aquela que leva ao céu,
Ao infinito do amor que grita,
E diz teu nome como prece.
O beijo que liberta
O coração que padece.
Meu lábio no teu,
Como que recebendo teu espírito,
Com o ar que te mantém viva,
E que invade o meu peito,
Me enchendo de ti.
Traz o paraíso na tua boca,
Mostra o que queres de mim
Quando fechares os olhos,
Deixa cantar meus desejos
Na distância ínfima
De um beijo...
 
Entre beijos

Rios da face

 
Rios da face
 
Deixo cristais rolarem face abaixo,
Como que contassem desilusões.
Desenhando uma trilha dorida
Marcando a dor que dilacera.
Perco o rumo, perdi o norte,
À deriva e vencido pelo cansaço,
Sonhei com o porto dos teus braços,
Mas o horizonte chega nunca,
O amanhã ficou pra amanhã,
Então volto aos cristais,
Aos rios na minha face.
É onde navegas,
No rio que alimentaste,
Nas águas que me deste,
E eu que te dei a mim,
Transformaste-me em versos,
Em sonhos que desperto,
Nas ilusões em que me perco,
No frio que me deixaste.
 
Rios da face

Disputa

 
Disputa
 
Escuta!
Eu te proponho uma luta,
Uma disputa.
Em território teu,
Terás vantagem...
Que lutemos por domínio,
E que vença o mais forte!
Falta de amor?
Não, excesso!
Quero nossos genes
Lutando no teu ventre,
Disputando cada espaço,
Cada detalhe...
 
Disputa

chagas abertas

 
chagas abertas
 
As águas rolam face abaixo,
Dois rios que correm em paralelo,
Por um querer que não tem fim.
E ao fim de mais um dia,
A chaga aberta pela tua ausência,
Bebe o sereno da noite e arde.
Ouço os gritos do meu íntimo,
Que divaga à tua procura,
E rompe com a lucidez que me garante.
E a acidez do teu colo ausente,
Arde mais uma vez minhas feridas.
Então estendo uns versos doridos
E encolho meus dedos em resignação,
Como que pedindo teu perdão
Por sentir tanto a tua falta,
Manchando o papel com sangue,
Que é a tinta do meu coração,
Quebrantado pela secura do teu,
Que negou-me o paraíso,
E fez-me só outra vez.
 
chagas abertas

Medíocre

 
Medíocre
 
São apenas os delírios de um poeta,
Jogados num papelzinho qualquer.
Retratos manchados, sangue da alma
Os restos de ilusão que ainda houver.

Tento ao desespero escrever algo bom,
Saem apenas uns versos de tom cinzento.
Não sei se a inspiração virou-me do avesso,
Ou afundei de vez no mar que lamento.

Então saio a chutar latas, lixo reciclável,
Pra ver se reformo aquele poeta amável,
Que bebeu imprudente do próprio veneno.

Mas não me queixo, encontrei um alento.
Escreverei doidices sobre o amor que invento
Um poeta medíocre, neste mundo pequeno.

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Medíocre

Tenso

 
Tenso
 
O que é tenso
É o quanto eu penso
Neste mundo que invento,
Porque a todo momento
A realidade eu venço.
Então me despeço,
Da minha nau eu desço,
Retomo o endereço
Que me torna um avesso.
Um dia ainda esqueço
De voltar nos meus passos,
E me lanço num abraço,
Pra este amor que mereço.
 
Tenso

Amado in verso

 
Amado in verso
 
Entre versos descrevo,
O amor que me condena.
Ser cativo da dor,
De apenas ser poema.
Quisera ser real,
Por apenas um instante,
Pra ser enfim teu amado,
E do teu corpo,
Ser amante...
 
Amado in verso

Fútil

 
Fútil
 
 
Fútil

Procuro por teus rastros,
Arrasto-me pelos caminhos,
Buscando por teus carinhos,
Na imensidão da noite eterna.
Meu coração se fez caverna,
Úmida e sombria morada,
Que silencia desabitada,
E que estranha a tua ausência.
Me dilacera a abstinência,
A minha pele se retalha,
Sou eu uns restos de batalha,
Estou vivo por clemência.
Negaste o golpe derradeiro,
E me manténs em cativeiro,
Escravo de teus encantos,
Caindo ébrio pelos cantos
Nesta fútil existência.

Artur Macedo
 
Fútil

Triste flor

 
Triste flor
 
A felicidade veio a galope
E fez morada no meu sorriso gasto,
Mostrou caminhos floridos,
Que minha inquietude voou longe,
E perdeu-se na beleza de um olhar.
Vejo ao longe a felicidade galopante,
Levantando a poeira na estrada da minha vida.
Espero o outono secar as pétalas
Da triste flor que sonhou ser meu jardim
Mas morreu de tanta lágrima com que a reguei.
Mas minha alma chora à toa,
É o triste legado de poeta.
 
Triste flor

Dança das fadas

 
Dança das fadas
 
Das surpresas que caem do azul
Que acariciam a minha solidão,
Escolho as que pintam claves de sol,
Com o dourado dos meus sonhos,
E encharcam a aridez do coração.
Levam de enxurrada cinzas e mágoas,
Colorem o breu e fazem reluzir
A fosca e sem graça parte de mim.
Quando abaixo as cortinas da alma
E preparo um rio a descer sobre a face,
Enxugam a salgada gota primeira,
Desatam o sorriso que espedaça,
Que estilhaça o triste resto de tarde.
Então vem flutuando em passos de ponta
A fada que transforma tudo em faz de conta.
 
Dança das fadas

Estrelas no olhar

 
Estrelas no olhar
 
Hoje, juntando os cristais
Que rolavam pela minha face,
Lembrei das duas estrelas
Que reluzem na tua.
O mesmo brilho dorido,
Cheio de esperança,
Que vislumbra a felicidade
No cantinho do teu lábio,
Naquele pedacinho de paraíso,
Que suavemente arqueia
Quando mira os olhos nos meus.
Então as estrelas pousam
Quais passarinhos em nossas mãos
E cantam uma linda melodia que brilha
E tudo o que foi, tudo o que vai
Passa a ser reluzente para nós
E bebemos do amor
Até a embriaguez que nos abate
Então caímos vencidos
À luz das estrelas
Deste olhar tão teu,
Tão meu...
 
Estrelas no olhar

Mera quimera

 
Mera quimera
 
É estranho sentimento o amor sonhado,
Que corre como doido pelo meu peito.
Antes eu tivesse inventado um jeito,
De guardá-lo dentro e ficasse calado.

Diz a boca o que do coração transborda,
Queria conter os meus lábios e poupar-te,
E julgares que é este amor apenas arte,
Livrar-me dessa agonia de quem acorda.

Mas sonho e arte são assim parceiros,
São cúmplices de sandices, devaneios,
O poeta ao final que fica com os danos.

E deste desespero de sonhar com nada,
Dá-se a luz bela arte em poesia rimada,
Eternizando sonhos no passo dos anos.
 
Mera quimera

Criança

 
Criança
 
Dança
E faz-me criança,
Enche meus olhos
Do brilho intenso desta manhã.
Deste sol que renasce
A encurvar-se de encantamento,
Frente à beleza que não se traduz
Em palavras humanas.
Rouba meu juízo em passos doces,
E eu num transe, num êxtase,
A cada pequeno gesto,
Caio de amor.
Desconheço o fundo deste abismo,
Não sei dos meus limites.
Ontem sabia,
Mas hoje, esta dança...
Fez-me criança,
E esqueci.
 
Criança

Poemas ao chão

 
Poemas ao chão
 
As mais belas palavras,
Espalhadas pelo chão.
Levadas pelo vento,
Perdidos acalantos.
Cura para os prantos,
Alívio dos desamores.
Páginas rasgadas,
De esperanças perdidas.
Poesias não lidas,
Sem cor, sem flores...
 
Poemas ao chão

Rimas cor carmim

 
Rimas cor carmim
 
Adorno a vida com pedaços de mim,
Arrancados do meu próprio coração,
Tiradas sem cuidado, sem precisão,
Embebidos no meu fluído carmim.

Sinto quando escorrem as rimas,
Entre meus alternados batimentos.
Chame de lamúrias de lamentos,
Mas são versos meus que subestimas.

Amo com uma força desorientada,
Destruo minhas muralhas pra nada,
Ante soubesse a hora de desertar.

Sigo lutando com gigantes moinhos,
Entorpecido no amor sabor de vinho,
Mas é sangrando que aprendi a lutar.
 
Rimas cor carmim

Noite exausta

 
Noite exausta
 
Noite exausta

Os cantos da noite alta,
De um silêncio que me cala.
É quando vem um anseio ,
Uma vontade louca,
De te beijar a boca,
Te segurar teus seios,
De te embrulhar em lençóis,
Um presente a mim mesmo,
E andarmos a esmo,
Na calada da noite muda.
Emudecidos de ruídos tantos,
Encharcados de fluídos,
Mergulhados em mil encantos,
Ensandecidos e contidos,
Doidos oprimidos,
Pelo fogo que nos devora.
E a noite ainda lá fora,
Cansada de nós,
Exausta e saciada.
E nós? Que nada!
Esperamos a alvorada,
Saboreando cada hora.
 
Noite exausta