Despidos
Despi
A alma
Para ti
Já tinha despido
O coração
Do ego complexo
(Não da paixão)
Vi
De dentro para fora
E foi a ti
Que reconheci
Quero-te
Despido como eu
Sem bagagem
E todo meu
Como é teu
O amor
Que sendo meu
É nosso
Incerteza
Não sei quem são as ondas agitadas do mar
Não sei quem são as estrelas no firmamento
Sei que existem para que eu as possa olhar
E nelas, repousar a alma, por um momento
Descanso
Descanso em quimeras
Das duras realidades
Mastigando as verdades
E castrando as impulsividades
Engulo as palavras
Que te quero dizer
São essas as palavras
Que nos fazem sofrer
Solidões
Eram loucas
Essas emoções
Que bailavam
Nas nossas bocas
E nos corpos
Que dançavam
Perdidos e rendidos.
Imagens que de recordações
Me fazem viver
Nas noites de solidões
Que tenho sem te ter.
Estão a mais
A alma transbordava de alegria
O sangue fervia debaixo da pele
O coração corria enquanto batia
O momento tinha o sabor do mel
Agora que não estás mais
Apagou-se toda a emoção
Eu vivo, mas estão a mais
Todo o desejo, toda a paixão
Noite luminosa
Espera-me a noite luminosa
Com a lua caindo nos teus braços
Meus olhos são a fonte radiosa
Vertendo as estrelas em pedaços
Afastam-se cansaços destes dias
Renasço no olhar que tu me lanças
E nas tuas palavras, melodias
Eu ouço, para minhas loucas danças
Acordou-me a poesia
Apagou-se a última estrela
Na primeira noite sem ti
O sol não nasceu nessa manhã
E eu pensei que morri
Reagi
Solidifiquei a tristeza
Com ela, no peito fiz um altar
Perdi-me na sua beleza
E continuei a sonhar
Acordou-me a poesia
E veio fazer-me companhia