Poemas, frases e mensagens de Renatobragarr

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Renatobragarr

Breve prosa sobre o amor

 
Breve prosa sobre o amor
 
Amor,
combustível inigualável,
excitador de partículas quânticas,
eternizado no multiverso

Em meus versos,
sinto sua presença
vinda da pureza íntegra,
suavemente me toca
e me inspira

Como cavalo selvagem,
liberto das celas da rotina,
alcanço o horizonte
em busca desse dom

Maior que todas as belezas
[tão-bem nelas contido]
tal sentimento se reproduz
em abraços e em toques labiais,
em tempo compartilhado,
em mensagens de bom dia,
em orações e devoções,
em suspiros e saudades,
no doce paladar,
no livro preferido,
no bailar na chuva,
no correr tocando o vento,
no admirar dos astros,

ídolos, romances, paisagens...

tudo o que continuamente
se faz presente,
se desenvolve com o amor

este propulsor
é herança para a criação
do Supremo Criador

By Renato Braga
 
Breve prosa sobre o amor

Sete

 
Sete
 
"O zelo de querer ser sete
e permanecer em sete"

Certeza de que sou filho de Sete,
de que o número percorre as veias,
silabando em sete desejos
os detalhes do sonho que me fez sete

em sete pecados cometidos,
o aprendizado,
em sete quedas livres,
a reconstrução

repaginar sete vezes
as sete páginas
com a mão a punho firme
segurando o candelabro
de sete velas

a parafina finamente
derrama sobre a pele
o êxtase de dor e prazer
ativando os sete sentidos

sete reinos em harmonia,
sete igrejas apocalípticas,
sete dedos num acorde,
reproduzindo um cântico novo

sete aplausos sinceros
e sete ósculos no café
depois das sete

sete minutos depois da meia noite,
a divisa entre o ar gélido
e o calor do lado oposto

sete boas ações desprovidas
da riqueza deste mundo,
armada com o dom de sete
em cada canto
dos sete labirintos

[...]

"o mundo se prepara,
enquanto evolui,
para saborear
o sétimo sabor,
ungido de luz plena"

By Renato Braga
 
Sete

Salute! Un vino puro a tutti!

 
Salute! Un vino puro a tutti!
 
É dia de colheita!

[...]

Poder incrementar os versos
com o que jorra com brandura
adoça a alma de qualquer leitor

O dolce gusto que toca
as papilas sensoriais
é a luz da aurora
incandescente a futuras inspirações

A sensação de liberdade
que conduz seletos seres
a este púlpito poético
para declamar a voz profunda

E o que vem depois disso?

Breves comentários,
Sonetos, músicas e rabiscos
provindos de um coração agradecido

A mente que exala a fertilidade
da virtude em construir
novos cenários no abstrato
é a mesma que sente a necessidade
em olhar para todos os cantos
e enxergar um verso brilhando
na mesma intensidade

Tons poéticos ganham vida
enquanto caminho no mar de indecisões

Luto, incansavelmente,
com a armadura
polida pelo amadurecimento

Crises e decepções
não têm espaços para os meus versos,
pois há vários provadores do outro lado
e almejo vos servir, sempre
com o mais doce vinho poético
produzido pela safra
das frondosas lembranças

E assim vos entrego este cálice,
com pitadas de "animus cativus"

Redundantemente,
não se amarga a bebida
do contrário,
adoça ainda mais a inspiração

By Renato Braga
 
Salute! Un vino puro a tutti!

Olhar apaixonado

 
Olhar apaixonado
 
Vazio
Frio
Sério
Cinza
Mistério

[...]

Aglomeração
pessoa
primeiro olhar
troca de olhares
retinas fixadas
num mesmo ponto

Some o redor
frente a frente
ausência de coragem
para aproximação

pulso vibra e congela
suor na mão
frio novamente
vai sumindo vagarosamente

Força interior
aproximação
sorriso
disfarce

sonho
mistério
revelação
novo mundo

chama acesa
vontade de pronunciar
a singela palavra
que constrói
belos castelos

cl'amor
gl'amour
amor'a
doce sentir

Beijo
abraço
calor
sorriso
sinceridade
choro
alma lavada
e leve

transmissão simultânea
compreensão
carinho
compaixão
timidez
coragem
verdade
sinceridade
espanto

paixão

[...]

amor

Renato Braga
 
Olhar apaixonado

Áurea sintonia

 
Áurea sintonia
 
Descrevê-la como um sonho bom,
uma brandura ao mirar teus olhos
exalantes de prazer em ter-me
como companhia

configurar a linguagem transcendental
da pureza que escorre em veias invisíveis,
convergidas em um núcleo límpido,
cintilante como estrelas

somos chamados
pacificadores das galáxias,
mediadores na lide das ideias,
atravessando obstáculos
em cada sonho profundo

um misto de desejo e zelo,
fortaleza que se construiu com o tempo,
quiçá na ordem dos milênios,
e no presente tempo
tê-la perto é um privilégio

mesmo que os abraços sejam raros,
a certeza de que estás bem
onde quer que estejas neste mundo
reconforta meu íntimo ser

o cognome que remete
à terra da cidade das luzes
mostra o quanto és admirada
no rol de quem alimenta teus sonhos

na turbidez em interpretar minhas ficções,
vejo ao longe uma alma clara,
agradecida por minha mão estendida,
sempre firme para irmos longe,
mais longe do que possas imaginar

By Renato Braga
 
Áurea sintonia

Fogo Cruzado

 
Fogo Cruzado
 
Em cada esquina, em cada acostamento
Em cada sonho exaurido
Voam balas pelas ruas
Sobe o risco do trajeto interrompido

No encontro das três nações
Na bola do trevo da sorte
Soam os tiros dos pistões
Anunciando o perigo de morte

Em Ataíde, Mario Homem e Ville Roy
Quem se arrisca, põe-se em risca e se destrói
Num disparo fundo acionado pelo pé direito
Até o escudo listrado perde seu efeito

A mira certa e ofuscante dos faróis
O cheiro entorpecente do óleo escurecido
É o prenúncio do fim da vida
Pela arma que não tem um alvo preferido

Nem o amarelo, nem o vermelho
E nem a blitz controlarão o fogo cruzado
Da aurora à outra madrugada
Qualquer cidadão pode ser alvejado

Vai! Vai em paz e com sua prece!
Sem saber que poderás ser vilão
Deus queira que não!
Ou mais um na estatística
Deus queira que não!

Só se inventarem uma arma nova
Que ande a vinte por hora
Que respeite sua senhora
Seu pai, seu avô, seu gato e seu cão

As estatísticas estão aí
A arma que mais mata por aqui
Tem cinco marchas e três pedais

Com ou sem drogas
Somos simples mortais
Somos vilões, suicidas,
Kamikazes, vítimas fatais

By Renato Braga
 
Fogo Cruzado

Poemeto das maçãs

 
Poemeto das maçãs
 
"Ofereço-lhe a maçã do discernimento"

[...]

Fruto do pecado,
saboroso, por sinal,
partiu o céu em dois,
fatiou o tempo da vida

o rubro encarnado,
tentação pelo saber,
árvore repousante,
para boas leituras

mordida com olhos vendados,
um salto para a metamorfose,
ganha força, então, o "ganhar-tempo";
como é bom valorizar os segundos

a nudez da fruta,
desperta a vontade em mordê-la,
e nutrir-se do suco filosofal,
alinhado ao êxtase das letras

uma jaz guardada no infinito,
outra oxidada pelo tempo adâmico;
desta caiu e germinou
a semente dualista

a escassez da alma
repousada sobre a mãe Terra,
buscando o oriente,
mesmo que com o GPS desregulado

o encontro com o fruto,
oferecido pelo deus das horas,
e o marca-passo das realizações,
gerando o ápice da força do ser

o doce que aromatiza a boca,
suaviza a mente e o olfato,
atravessa a faringe,
sem deixar pelo caminho
o pomo do passado

a refrescância em tocar os lábios
sobre a fruta do prazer,
faz-me rir o quanto a bullyinaram,
no passar das gerações

ela continua redondamente bela,
esmeraldada ou cor rubi,
enfeitando pomares
e desenhos infantis

cobre seu ventre
com endocarpo incomestível,
tornando-nos imortais,
livres e sedutores

[...]

"Jobs sempre soube disso"

Renato Braga
 
Poemeto das maçãs

Bússola poética

 
Bússola poética
 
Bússola poética
caminha comigo

[...]

quero desvendar
meus sonhos profundos
e traduzi-los em palavras

[...]

oriente meus passos
vezes curtos, vezes nunca

no suspense interior
tremula uma alma sedenta
em desabrochar inspirações

[...]

a gênese dos versos
flutua no lábaro das letras
muito embora vezes infértil
decola às galáxias
almejando canções universais

o mistério da existência
dos sentimentos mais puros
do que se valoriza neste plano

[...]

a cortina então se abre

[...]

faz festa o coração alimentado
impulsionando o desejo
de se fazer compreendido

penso, logo escrevo
as barreiras estão baixadas
como um cata-vento
movo as cordas táteis, energizando-as

as falanges palpitam
em cada digitada
o teclado é o canal
guiado pelo limbo graduado

[...]

o único zelo é evitar turvações
aos olhos de quem lê

By Renato Braga
 
Bússola poética

Eu sou o AS

 
Eu sou o AS
 
Eu sou o AS

Não sou carta do baralho
nem o da aviação
nem artigo afeminado
nem verso
nem travessão

Eu sou o AS

Sou amante solitário
um alguém silencioso
rego a alma sinuosa
com amargo saboroso

Se fizesse compreensão
do valor da emoção
talvez eu nem fosse AS
e vivesse mais em paz

Eu sou o AS

Sou aquele sabedor
aspirante sonhador
por vezes amigo servo
ou um alto sucessor

Eu sou o AS

Quase que Alberto Santos
um atleta sabrista
albergado solto
americano socialista

Só a elite que não sabe
que um AS tem seu valor
Reis, Rainhas e Valetes
não percebem quem eu sou

Eu sou o AS

Fiz-me em breve comentário
sei que os porcos hão de vir
mas se não comerem os versos
um poeta irá surgir

E porco hei de ser
de devorar versos de AS
criticar meras palavras
dos outros animais

Eu sou o AS

By Renato Braga
 
Eu sou o AS

O papiro e a bula da meditação

 
O papiro e a bula da meditação
 
"Meditai, pois
para a evolução
um gole de silêncio
decifra o coração"

[...]

A informação inaudível,
palavras não proferidas,
instante de silêncio,
saboreando o som do vácuo

as portas do templo interior
abrem-se para adentrar ideias;
navegar o desconhecido,
depositando luz pelo caminho

eis que o frenesi adormece
e a alma é tocada,
anestesiada pelas maravilhas
do saber incomum

os segundos-horas
cortam a linha do tempo
enquanto se medita,
fixado no ponto referencial
determinado pela crença pessoal

[...]

tudo se ordena,
tudo se corrige,
tudo se transforma

[...]

os antigos afirmavam
que pra dor no coração
não há medicação,
apenas meditação

alguém do tempo avisou
que reduzir os passos
evita ansiedade e depressão

alguém no tempo deixou
naufragar a receita da meditação

e hoje,
a inevitável droga da rotina,
espalhada pelos morros,
com partículas em ápice de força,
agitação, turvação e turbidez

produto da ignorância
dos formadores de opiniões
dando morbidade à vida
simples, por natureza

Não sejamos tolos!
Saibamos interrogar o nosso eu,
rebuscar a essência,
dopar-se de inteligência

não se fabricam profetas
como antigamente;
não se compõe belas canções
que ultrapassam gerações

poetizar é uma forma
de fisgar o que naufragou
no mar tenebroso das lamentações

o papiro com a bula
segue intacto e legível;
sem contraindicações
e com posologia para uso diário

By Renato Braga
 
O papiro e a bula da meditação

Calçando as luvas

 
Calçando as luvas
 
Almejar não é lutar:
Quem luta pela paz
sabe o quanto
isso pode lhe custar!

[...]

Compasso diário,
exposição ao externo
veias ruborizando,
laborando sonhos

O que será eterno?

O respirar não cessa
nem se cala no suspiro,
a boca não silencia
enquanto as mãos
escorrem ideias no papiro

Mesmo que uma massa
escureça as soluções,
lembra-te:
no lábaro noturno
podemos ver constelações

Mesmo que haja
um grande espaço
entre as estrelas,
o que se admira
é o contorno dos astros

Privar em fazer o bem,
quando o mal impera,
faz com que se perpetue
a desordem e a mazela

Não faço parte da corrente
de que a luz veio do nada.
Não tenho um DNA vazio.
Onde há breu,
não se vê o que é meu

Sou luz,
áurea clara e incandescente,
guerreiro da justiça,
neste e noutro plano

Diariamente,
sou lançado em ações
e pensamentos positivos,
influenciando o meu destino
e d'outras luzes

Por vezes,
sou imperceptível
diante de tanta mácula

A guerra começou!

Estou no campo de batalha,
alvo do que penso e escrevo,
e apoiado por quem me favorita.

O que é um elogio?
Para nós, seres de luz,
um combustível que nos fortalece
e faz nosso sonho sair do papel.

By Renato Braga
 
Calçando as luvas

Admirável Monte Roraima

 
Admirável Monte Roraima
 
"O toco de Wazaká é degrau para a divindade"

[...]

Mais uma vez,
mãos e punhos firmes
movimentam-se para
lembrar o Monte

Gigante mítico,
banhado de cristais,
já descrito em narrativas
de tempos ancestrais

Escudeiro das Guianas,
no labirinto das serras,
com 2.734 passos a cima
até a região apoteótica

Lá, somos célula no rochedo,
revela-se a nossa pequenez;
o frio sopro do divino
carregando o ar da positividade

Ao mesmo tempo,
estar sobre as nuvens
dá a sensação angelical
de poder beijar estrelas
e admirar o horizonte
que caminha no infinito

Árvore da Vida,
ama de leite a Akúli,
zelada por Jigué,
não poupada por Makunaima

De sua queda,
brotaram diversos grãos
que saciam a fome
dos nativos do Norte

O choro do tronco
umedeceu os lábios do gigante;
até hoje escorre em cachoeiras,
lavando o solo contra a maldição

A madeira virou rocha,
o paredão revelado,
avistado ao longe
quando se adentra
a Gran Sabana

Árvore do Mundo,
foste sombra que cobria o céu,
hoje és solo que revela os céus

És o porto para o mundo da magia,
para o mundo do mistério;
és o hospital das almas,
cujos leitos são acolchoados
com fetos arbóreos

Vigiado por guardiões dos portais
e por gatos-maracajás,
por trovões e relâmpagos,
trombetas que anunciaram a emersão

Tepui da tríplice fronteira
imponente até o céu
e sensível ao chorar
pela violação do passado

Renato Braga

O Monte em tela localiza-se na tríplice fronteira entre Brasil, Guiana Inglesa e Venezuela. O nome "Roraima" é o mesmo do Estado brasileiro em que nasci.
 
Admirável Monte Roraima

De encontro à barreira da frivolidade

 
De encontro à barreira da frivolidade
 
Sou
como o soul de uma alma
vibrante balançar dos lírios campestres
agradecidos pelo passar do vento

Soou
no ardente coração
navegante do Universo
dimensão multicolorida

Ser
no yin yang natural
a busca incessante
de agir em prol do alvo

Saber
dominar-se e expandir-se
ultrapassar o que nos prende
ao comodismo deste plano

Sorver
da natureza os bons fluidos
tornando belo o que fora pálido
tornando limpo o então fosco


consciência vivificada
inerente ao amor
nascida da dor
percorrendo o lapso temporal
até a passagem pelo que não existe
enquanto a existência persistir

Sabor
de doce mesclado
de boas lembranças
deixadas pelos pequenos atos
dos laços construídos
de ser e sentir-se útil
na breve passagem

By Renato Braga
 
De encontro à barreira da frivolidade

Reino do que não é meu

 
Reino do que não é meu
 
Toda célula se constituirá
e apoptosamente se destruirá
dentro do que me fora emprestado

[...]

Adentrar num universo
com a permissividade do Criador
no intuito de laborar
pela fictícia ideologia do amor

Encontrar um mundo
rabiscado por sonhos,
com moradas rústicas
dividindo o cenário
com palacetes futurísticos

Poder usufruir e dar posse
à materialidade exposta
fazer brotar o sentimento
surreal do egoísmo,
deixando-nos nus

E à luz da verdade dos sonhos,
revelada pelo que vem antes
e depois, repita-se, apocalipcamente,
torna-nos ignorantes mentais

O apego congela a percepção
de ampliar a espiritualidade,
flagelando o cordão umbilical
que nos alimenta de ascetismo

O profano coroa a inverdade
e, dependendo da dose,
envenena a mente,
passando a ordenar maus feitos

Todavia,
como só estou de passagem,
e assim me sinto,
traduzido mundanamente
como passageiro,
verso a brandura e mansidão
dos sentimentos,
e a pureza do coração
que pulsa em favor do bem.

Renato Braga
 
Reino do que não é meu

A difícil arte de captar o sentimento

 
A difícil arte de captar o sentimento
 
"As palavras que escorrem in-verso
não conotam o avesso e nem a aversão"

[...]

O apelo vestido em preterição
não terá deferimento ao receptor;
não há sentido distorcido
quando falamos de amor

A linguagem pode, sim, ser diferente
o toque pode ser substituído
por palavras de afirmação;
e palavras podem ser substituídas
por silêncio, em oração

A quebra do silêncio pode vir
num abraço caloroso;
transmitir o fruto sentimental
é tão personalíssimo quanto uma digital

As vezes é melhor sentir a pulsação
do que ouvir o que fora filtrado pela mente;
As vezes caminhar degrau abaixo
não é se distanciar

Para percorrer a via sacral
em busca de entendimento,
é preciso descer a ladeira
para depois ascender
no paraíso celestial das inspirações

Louvável ouvir das lágrimas
que escorreram diamantes,
graças a elas, eles puderam existir;
não se pode falar em criatura
na ausência de um criador

Não existe recompensa sem labor,
e se há labor, há recompensa;
de uma forma ou de outra,
há um "feed back" sentimental,
recíproco e verdadeiro

Apelar e inferiorizar
Não é caráter do nono patamar,
talvez de um nascituro,
mas nunca de um prático

O astronauta segue o rumo,
contando estrelas,
tocando, compondo e amando,
guardando boas lembranças
no coração das galáxias

Aprendi que o melhor
é sentir paz interior;
em minha sã consciência,
sigo amando firmemente

Farei parte,
quantas vezes for preciso,
do exército de quem
adoça minha boca

O que fora plantado
não será arrancado,
não murchará com o tempo,
permanece regado,
não importa o volume
nem a frequência que se rega..

..mas, sim, a essência do que se deposita

By Renato Braga
 
A difícil arte de captar o sentimento

Adicionante de regozijo

 
Adicionante de regozijo
 
Flutuar na maré das estrelas
com a leveza d'uma alma alegre,
nem a febre e nem a tristeza
pô-la-ão em desalinho e em desamor

O baú guardado na gema do intelecto,
trazendo boas recordações,
fazendo-nos rir para o vento,
impulsionando o momento jubilar

Quão belas e bem vindas
são as novidades que nos alcançam,
com o dom de surpreender-nos,
como um doce muxoxo

Eis o instante ímpar
para solucionar problemas,
para fluidificar as turvações,
para poetizar e musicalizar

O aroma do café em um dia chuvoso,
o cheiro de terra molhada,
a leitura do bom livro de cabeceira,
assim são as sensações
do êxtase em sentir-se feliz

Quando o raro se torna constante
na frequência dos sorrisos,
tudo ao redor parece conspirar
em favor do felizardo

Penso comigo,
até um bom dia transmitido
aos olhos e ouvidos
assemelhasse
a um bilhete premiado

By Renato Braga
 
Adicionante de regozijo

Doce sensação de liberdade

 
Doce sensação de liberdade
 
"Delicadas mãos libertas
das algemas doutras opiniões"

Toque sensitivo,
fazendo esvoaçar
cabelos em multidões;
a uns, perceptível,
mas quase sempre
turvado em distrações

Nas muitas agitações
metafísicas incoerentes,
mergulhadas noutro plano,
onde somos indigentes,
vê-se gente enfileirada
esperando o alvorecer;
vê-se até o que não se vê
quando o sono perecer

Nesta ida magistral,
resplandecente e austral,
com os porquês resolutos,
a inércia corpórea
mistura-se ao libertar
e a alma passa a delirar
seguindo novos rumos

By Renato Braga
 
Doce sensação de liberdade

Sorriso em gratidão

 
Sorriso em gratidão
 
A paz desejada,
almejada em ser reconstruída,
melhor que venha renascida

O que fora fragmentado
transmuta-se em luz
para o Universo,
clarifica os bons anseios

E o que fica
cá em meu interior?

Os bons momentos compartilhados,
a palavra-amiga-irmã aconchegante,
a troca energética que flui
entre pulsações e sentimentos

Fortalece-se
a cada fração de segundo seguinte,
ampliando o campo magnético
do confiar, do amar e do esperançar

O sorriso não reluta mais
em esconder-se
no porão gótico das lamentações,
expõe-se
pelo fato de ser e sentir-se
ferramenta útil
na trilha da verdadeira felicidade.

Gratidão, gratidão e gratidão!

By Renato Braga

Dedicado a quem tem me ajudado no processo de reconstrução singular e no auxílio em dar o melhor de mim, tornando-me vencedor das batalhas diárias contra o "eu"
 
Sorriso em gratidão

Cláusula pétrea

 
Cláusula pétrea
 
"Árdua decisão de se reinventar"

[...]

Recomeçar do zero,
deletar páginas escritas por mãos alheias,
não expor a arte proposta a ser deixada
no legado deste horizonte

Essa metamorfose
de uma vestimenta um pouco empoeirada,
fez-me sentir como um nascituro
novamente,
todavia,
a nova mente,
não mais perecida pelo fracasso do ontem,
almeja ascender,
e acender tochas apagadas,
pavios que buscam reencontrar-se
e realinhar-se no caminho revelador

O desejo do querer,
transformar-se diante da desordem,
fez-me preparar um marco zero,
uma Constituinte que me permitisse
rever os conceitos sobre a vida,
e aquilo que realmente me interessa
elevei à categoria de cláusula pétrea

Os três poderes,
agora em harmonia,
dão suporte ao equilíbrio vital

Espírito, alma e corpo,
conjuntamente,
num bailar festivo e suave,
sem muita agitação,
uma vez que as experiências
recepcionadas pela nova Carta Magna,
fizeram-me reduzir os passos,
porque a pressa é inimiga da perfeição

Os direitos e garantias inseridos
são praticamente uma receita de bolo
da verdade e da justiça,
com doses de felicidade e fé,
para que a obra prospere
em seu tempo,
com o permitir do Senhor dos tempos

A quem contribuiu para este estágio
no qual estou inserido,
na promulgação de minha nova Constituição,
ou uma reconstituição da matriz energética,
sinta-se honrado por fazer parte
de um artigo irrevogável

By Renato Braga
 
Cláusula pétrea

A calçada

 
A calçada
 
"Pelo sangue derramado
por uma página incinerada
pela negligência oportunista"

[...]

Na varanda da minha casa,
no universo de uma calçada,
reside a história em abstrato

Minha filha se assenta,
felizmente, ouve atenta
o que me fora passado

[...]

Os janeiros dos avós,
bucolismo bem vivido
em anos áureos regentes

A inquietude dos pais
com a boca censurada
vendo a troca das patentes

Até o que me fora presente
tão ausente, de repente,
já não posso mais visitar

No país-demagogia
onde a história é magia
tudo há de se modificar

Restam prédios demolidos
Documentos engolidos,
a arte põe-se a arruinar

A ignorância impera,
o poder se supera,
com desculpa em prontidão

A história se apaga,
belas obras na penumbra,
ou melhor, na escuridão

[...]

Fica a reflexão:
o Brasil que nos acolhe,
todas as crenças e culturas,
não se importa com o passado

Cuidado!
nossos filhos serão cobrados
pelas futuras gerações
exigindo explicações

[...]

Lá estamos naquela calçada,
locam-se eu e minha filha,
relutando em não permitir
que a história seja varrida

[...]

"A abstração é o único cofre
que zela os registros históricos
do país do carnaval"

By Renato Braga

Sentimento de luto pelo incêndio que apagou mais de 200 anos de história no Museu Nacional, Rio de Janeiro, em 02/09/2018. Um misto de tristeza e vergonha por morar em um país onde muito se fala em corrupção e pouco se fala em cultura, tampouco valorizar o que foi passado.
 
A calçada