São apenas cicatrizes
Cicatrizes
Que fazem-me no decorrer de histórias
No decorrer de memórias expostas (assim)
Cicatrizes que alargam-se
E sangram também
Em algum lugar (eu sei)
Em algum lugar
Haverá suspensa uma alma
Haverá suspensa uma rota
Que cintile no caminho do olhar
Que revolte essa calmaria prevista
Entre sol e luar
Então
Cobrirei meu corpo com as ondas do mar
E em ti repousarei
(eu sei)
São apenas cicatrizes
Que fazem-me nas longas esperas por ti
(amor)
São saudades que rasgam o pensar...
Gravidez
Estou grávida
De um poema inacabado
Filho das entrelinhas dos versos
Que tanto amei no teu olhar!
Sinto as dores do parto
Sinto as dores
Sinto
*
*
*
Parto!
Poema órfão, abandonado
(Talvez devesse abortar a dor)
Poesia para meu bem
Além de toda ausência que nos separa
Além de toda dor que desampara
Existe um sentimento profundo
Maior que tudo no mundo
Que vem me falar de amor
Que transforma minha vida em cor
Poesia viva de Deus
Que alegra os dias meus
Você é assim pra mim
Amor imenso sem fim...
Pessoa mais que querida
Que amarei por toda vida!
Meu príncipe encantado
Que faz meu dia sagrado
Minha razão, meu motivo
Minha inspiração, incentivo
Você é mais que perfeito
A Obra que Deus tem feito
Para me transformar
E me ensinar a amar
Quando se morre...
As paredes brancas faziam sentido agora
A paz abrandou o peito e fez nascer sorriso em estrelas
Era extremamente claro a presença da luz
...Não é fácil morrer tantas vezes e afundar-se em abismos de lama e terror.
E tantas vezes o mundo nos mata
E quando se morre pelo mundo
morre também a luz.
Os cabelos encaracolados brilhavam vida
Divina paz que exige leveza
E as paredes brancas faziam sentido agora
Pois de toda paz que havia dentro ainda do outro lado via-se muita dor e a impotência de nada fazer.
A paz abrandou o peito e fez nascer sorriso em estrelas, fez germinar na essência a presença de tantos, nunca antes sentida.
Era extremamente claro a presença da luz
E quando se morre...
nem sempre temos uma segunda chance de florir palavras.
Um sorriso entre uma e outra canção
“De qual estrela você caiu?
Qual órbita alinhou o teu momento no meu
Como um cometa radiante, seu brilho iluminou meu riso
Não sei por que motivo...
Não sei!
Talvez Deus cansado de ver tristeza, te mandou em pensamento
Para dar ao meu dia mais sentido e à minha vida mais alento”
Ao som da tua voz a música de fundo acalentou o coração,
Um sorriso entre uma e outra canção
E o tempo como um clip num lampejo de cometa voou sobre o olhar
Tão terno, tão profundo além da tela
É tão difícil entender o que se passa nessa busca constante
Rotas distantes...
Passados iguais
E foi num momento de alinhamento do universo
Que a sua alma fez parte do meu verso
Então de qual estrela você caiu?
No teu silêncio há um recompor...
No teu silêncio, grita a minha dor...
No teu silêncio a minha saudade dilacera
No teu silêncio há um recompor
De vida, de fé e esperança
No teu silêncio há um lado meu criança
Que me faz superar e aceitar
Que no teu silêncio eu vivo pra te amar...
( e tudo dói com a tua ausência)
Náufrago
de repente, transbordou dos olhos as ausentes palavras...(eu) que não queria chorar, derramei o olhar no verso das minhas mãos...
de repente apertou- se dentro um nó de contenção
conter... conter... as marés escorridas dos náufragos dos sons!
dos sonhos
do ser
do eu espalhado
perdido enfim
afogado nos olhos de mim.
Há um mar que revida na torturante partida!
E ainda insiste dilacerante
Ainda...
Poesia que nasce em mim
Gosto de te ver sorrir rompendo o verso
Como uma semente apaziguando a terra
Replantando palavras, florescendo jardim
Gosto de te ver sorrir e isso já é poesia
Que nasce em mim...
Teu riso...
Infinitos são os risos que ficam eternos na memória, teu riso tão meu!
Tão forte
Tão Eu...
Consagro os meus dias no teu sorriso!
e vou esperando dia após dia o amor se reinventar...
Sobre o amor...Talvez
Não sei mais escrever sobre o amor...
Talvez a vida seja esse sonho raso que se planta dentro dessa escuridão
Desilusão!
Tudo sangra, desencanta.
Queria ser teu verso, tua cor, tua luz
Mas sou o reverso, a dor, a desilusão que conduz
Queria que o teu brilho me atingisse, me tingisse de girassóis e encantos
Mas entre as três estrelas que brilham teus olhos
Eu sou a que vive naquele canto,
Tão apagada, frágil,perdida
Nessa vida desiludida!
E não sei mais escrever sobre o amor!